30 de agosto de 2015

É lindo, mas não é o meu Maracanã



Por
RIVA








Frequentei o Maracanã de 1964 até 1998, acompanhando o meu FLUMINENSE e a seleção brasileira. Aquela seleção, lembra, que não existe mais, aquela que se identificava com a torcida de todo o país, que nos fazia sorrir e chorar, que fazia a gente fantasiar nossos filhos, pintar a cara, ir para a rua comemorar depois dos jogos ... era o Brasil de chuteiras.

Tenho recordações memoráveis do Maracanã.

As principais, sem dúvida, são os grandes clássicos do futebol carioca, quando este era o campeonato mais importante de nossas vidas como torcedor. Qualquer clássico dava 80.000 pessoas, e qualquer final de Taça Guanabara ou Taça Rio dava 150.000 pessoas.

As recordações mais marcantes para mim são : Flu 2x1 Bangu (campeões em 64), o Flu 3x2 Fla de 69, o Flu 1x1 Galo de 71 (quando fomos campeões brasileiros),vários grandes jogos daquela Máquina de 73-74-75, e alguns da década de 80. Também inesquecível o Brasil 1x0 Paraguai de 69 ( com 183.000 pagantes) e um amistoso Brasil x Alemanha, acho que em 75.

E nessas recordações vêm a visão das arquibancadas lotadas dos arquibaldos, sem brigas, a geral dos geraldinos,  o fosso, que quando a bola ali caía sempre aparecia um otário para pegar, e não conseguia sair sem ajuda (rsrs), a facilidade de estacionar no entorno, detalhes que aconteciam nos jogos muito engraçados, enfim, a HISTÓRIA do futebol brasileiro, toda ali carimbada em minha memória.

A reforma do Maracanã para a Copa do Mundo 2014 transformou-o num novo estádio, europeizado, nada adaptado à cultura espontânea e louca do brasileiro assistir aos jogos de futebol. Virou um anfiteatro. Lindo, mas um anfiteatro.




A trabalho, visitei suas instalações essa semana : bastidores, corredores técnicos, salas de controle, gramado, arquibancadas, estacionamentos, salas VIP e de convidados, banheiros, restaurantes, etc.





Está uma beleza realmente, mas por favor, não é o MARACANÃ, que como diz a Alessandra Tappes, está nos quadros pendurados nas paredes da nossa memória. É outro estádio, onde aproveitaram o nome, e não deviam.





O meu, o nosso Maraca, não existe mais. Quem viu, viu. Quem não viu, nunca mais !


De todas as coisas que vi, as que mais me impressionaram foram :

- a impressionante proximidade do banco de reservas e da área técnica dos treinadores com a torcida. O risco de um fanático pular ali e tentar estrangular” um deles é enorme !! Mas parece, até hoje, que nossa torcida se adaptou ao modelo, sabendo até das rigorosas penalidades ao clube se algum torcedor fizer alguma besteira.

- a iluminação do estádio não é automatizada, ainda. O liga-desliga é na mão mesmo ! Impressionante, tendo em vista o investimento ali realizado.

Também não sabia que ali ocorriam vários eventos “particulares”, tipo festas de aniversário e casamentos no gramado. Reparem que em uma das fotos que estou disponibilizando, atrás de um dos gols, está montado um mini-campo de futebol. É que ali iria acontecer um aniversário de crianças, na véspera do Vasco x Aquele Time do Mal, nessa semana. É uma das fontes de arrecadação do complexo ... eu não imaginava isso.

Em resumo, uma beleza de estádio .... mas não chamem de Maracanã. Minha geração agradece. Obrigado, de nada !

8 comentários:

Jorge Carrano disse...

Momentos marcantes no velho Maracanã:
Minha primeira ida foi em 1950, aos 10 anos, com direito a ficar boa parte do jogo nos ombros de meu pai. O Brasil meteu 6 na Espanha, ao som de um coral de 150.000 mil torcedores entoando "Touradas em Madrid" marchinha de sucesso na época.
Outro jogo inesquecível foi uma das partidas do Santos, pela Copa Intercontinental (depois campeonato mundial de clubes). Eu e muitos cariocas fomos para ver o Santos, que havia perdido na Itália. no jogo de ida, por 4X2. Corria o ano de 1963 e o Brasil já era bicampeão mundial. Santos sem Pelé e sem Zito. Chovia horrores e Almir ("o pernambuquinho") salvou o Santos que conseguiu o devolver o resultado: 4x2.
Teve o inesquecível Brasil e Paraguai, pelas eliminatórias da Copa de 1970. Nem sei como vi o jogo,, sentado de lado entre pernas de outros torcedores.
Anos mais tarde assisti também ao jogo de despedida do Rei, para jogos na seleção.
Assisti algumas paridas em cadeiras cativas, cortesia de meu chefe, no Departamento Jurídico da Cia. Fiat Lux (a Beth Paiva também trabalhou lá), chamado Mario Coelho, vascaíno roxo, concunhado do Ademir Menezes. Fui, também, arquibaldo e geraldino nas vacas magras.
Não pretendo visitar o Novo Maracanã. Está fora de meus planos. Mas também estava não voltar a São Januário e acabei indo assistir a uma partida pela série "B", no ano passado (contei no blog).
Nunca se sabe. Paixão clubística é uma coisa inexplicável e sem sentido.

Ana Maria disse...

Não gosto de multidões e por isso nunca fui ao Maracanã, mas vê-lo pulsando em dia de clássicos, mesmo pela TV, é de arrepiar.
Apenas uma única vez atrevi a acompanhar um grupo de alunos ao Maracanazinho em uma apresentação do Holliday on Ice e não consegui relaxar e assistir ao espetáculo.
Me contento em ver pela tela pequena.

Jorge Carrano disse...

Há muitos anos, eramos crianças, papai nos levou ao Maracanãzinho para vermos uma apresentação dos Harlem Globettroters. Esqueceu?

Riva disse...

Assistir a um jogo de futebol em um estádio cheio é uma experiência única. Para quem está acostumado com TV ou rádio (como eu era), é um choque ! No bom sentido. O pulsar das torcidas a cada lance é espetacular.

Já fui em muitos estádios, mas a experiência do Maracaná é inigualável. Até para jogadores iniciantes, até hoje é.

PS : FLU começa a descer a Ladeira da Realidade. Um time ruim, sem energia, sem liderança, sem competência para o mais importante num jogo : fazer gols. Prevejo derrotas no meio da semana para os Gambás, e o pior, derrota para Aquele Time do Mal no próximo fim de semana.

Ana Maria disse...

Esqueci. Quantos anos eu teria na ocasião?

Jorge Carrano disse...

E fomos, também, a um Show das Águas Dançantes. Provavelmente existem imagens deste espetáculo no YouTube. Você teria, sei lá, algo como seis ou sete anos.

Estou calculando com base em que idade eu teria, o que também não lembro ao certo. em É lindo, mas não é o meu Maracanã

Jorge Carrano disse...

Já que falamos de Maracanã e futebol, vale registrar o recorde alcançado pelo Vasco nesta temporada, tendo contratado quase três times. Já atingimos 31 jogadores. Por isso a caravela vai afundar, excesso de peso (KKKKKK).

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2015/09/feirao-do-vasco-dos-30-reforcos-de-2015-seis-ja-deixaram-sao-januario.html

Jorge Carrano disse...

Real Madrid:

http://espn.uol.com.br/noticia/544255_real-anuncia-faturamento-quase-igual-a-dos-20-times-mais-ricos-do-brasil-juntos