17 de maio de 2013

Trivial Variado





Por
Carlos Frederico March
(Freddy)






Temos sido brindados aqui no Generalidades Especializadas com várias receitas interessantes. Eu mesmo já postei uma de pasta de atum em 20/10/2011. Hoje pretendo apenas dissertar sobre o chamado trivial variado.

Cada um tem suas preferências para o cotidiano. No Rio de Janeiro o prato mais conhecido é o feijão com arroz, bife e batatas fritas. Nada salutar pelos padrões modernos de nutrição, mas não deixa de ser uma referência diária para muitos. Acho que em Minas seria o tutu à mineira e em São Paulo seria uma variante deste, o virado à paulista. 

Eu tenho minhas preferências. Em primeiro lugar, adoro bife à milanesa! Fininho, bem passado e sequinho, de preferência com uma carne macia. Por conta disso não como bife à milanesa em qualquer lugar. Tenho verdadeiro horror a nervos e gordurinhas, de sorte que só o peço em lugares conhecidos, ou quando minha esposa faz. Preferencialmente com filé mignon, mas pode ser com chã de dentro amaciada ou contrafilé. Alcatra não, considero um verdadeiro exercício de limpeza preparar tal carne a meu gosto. 

Pra mim o bife à milanesa funciona como recheio de um pãozinho francês ou até puro, como petisco. Uma variante espetacular, já na área gourmet, é o servido no Torna Pub (no Polo Gastronômico de Jardim Icaraí): cortadinho e com um top de tomates no azeite e manjericão (piccola milanesa). Deus meu! 

Minha esposa Mary e piccola milanesa (Torna Pub, Niterói - RJ)

O acompanhamento ideal para bife à milanesa é arroz à grega (ou à jardineira) e maionese de batatas. Aceito trocar a maionese por batatas fritas, mas configura certo exagero misturar a fritura do empanado com a da batata, prefiro evitar. Posso variar (já estou salivando...) e aceitar o arroz branco com feijão carioca ou manteiga. É, porque apesar de gostar, não me dou bem com o feijão preto... 

À milanesa também aprecio o peito de frango. Apetece-me quando é acompanhado de creme de milho, arroz e fritas. Podia comentar sobre o acompanhamento à cubana (com batata palha, bacon torradinho, ervilhas na manteiga e banana empanada) ou à francesa
(com batata palha e refogado de presunto, cebolas, tomates e ervilhas). Mas aí já é sair do trivial... 

Ambos, bife e frango à milanesa, vão bem na versão dita à parmegiana. Há variantes, mas a mais apreciada é quando os milanesas são cobertos apenas com uma fina camada de queijo mussarela e molho de tomate, levados ao forno. É, tem quem acrescente a tal fatia de presunto por baixo do queijo, já não gosto. Acompanha bem um purê de batatas, mas eu prefiro com arroz branco e fritas. 

Filé de peixe vai bem à milanesa, de preferência com purê de batatas e molho de camarão, mas será que isso é trivial variado? Hmmm... Sem o referido molho, talvez, pois pessoalmente não incluo o camarão como integrante da culinária trivial.

Falei mais acima de maionese. É uma refeição favorita desde minha infância. Comia a salada de maionese como prato único. Naquela época ainda não existia a industrializada, era feita na mão! Hoje em dia eu a consumo como acompanhamento, e pode ser a simples, só de batatas, ou a variada, com cenoura, vagem, xuxu, maçã, pepinos, etc. 

Verdadeira salada russa! 

Milanesa com maionese e purê de maçã (Ouverney, Mury - RJ)

Gosto de carne assada.  Às vezes ela é preparada em vários pedaços pequenos, mas gosto mais da grande, inteira, recheada com paio ou linguiça. Tradicionalmente é com lagarto ou chã. Mary faz uma com picanha (maturada ou não) que faz os apreciadores de churrasco se retorcerem de angústia! Eu, que não aprecio churrasco, fico com a picanha assada na panela mesmo. Colocar batatas na panela altera um pouco o paladar da carne, mas de vez em quando desce bem.

Já andei dizendo por aí, talvez em comentários no blog, que o que me priva da experiência de ser vegetariano é minha paixão por carne moída. Em todas as suas versões. Como estamos tratando do trivial, o óbvio seria o molho bolonhesa para  acompanhar macarrão. A carne moída também se presta a rechear pimentões, xuxu, berinjela (putz, daqui a pouco vou molhar o teclado com minha saliva!)... Pastel de carne com ovo cozido e azeitona é o meu preferido!

Almôndegas! Uma das minhas paixões culinárias desde garoto! Fritas ou cozidas, serão sempre bem-vindas como prato principal numa refeição despretensiosa. Passei um bom tempo, na época da PUC, comendo umas almôndegas deliciosas que meu falecido pai preparava pra mim para quando eu chegasse, morto de fome. Sua receita da massa incluía presuntada Swift e pão de forma no leite, não me esqueço! 

Almôndegas ao molho de tomates

No "cospe-em-pé" que frequentávamos quando na Embratel, faziam umas almôndegas com sobras de carne do dia anterior que eu consumia com genuíno prazer, amassadas dentro de um pãozinho francês. A cada dia um sabor diferente (!). Só mesmo minha paixão pelas redondinhas podiam me forçar a correr um risco desses! Não, nunca passei mal com elas. 

Quase não falei dos bifes comuns, fritos ou grelhados. Nem de carne de porco. 

Curiosamente não os fazemos amiúde e nem fazem parte de minhas preferências. Aqui em casa, a carne favorita de minha esposa (que é quem cozinha) tem sido a de frango, especialmente o peito. Assado, ensopado, grelhado ou empanado, é presença constante  em nossa mesa. Só que este texto é meu (!), portanto reafirmo que os meus pratos preferidos são os que descrevi com detalhes. 

Falei de peixe? Só quando dissertei sobre milanesas. Peixe me apetece mas não faz parte do nosso cotidiano. Frutos do mar? Nem pensar, o mero odor (aroma?) espanta a família inteira. Meu consumo de pescados costuma ser feito em restaurantes, portanto 
foge do tema, que é nosso trivial familiar. Quando muito truta e bacalhau, mas aí sai do referido trivial. 

Alguém há de observar que em momento algum tratei de salada. Verde ou colorida ou de qualquer outra espécie. É porque só como isso (observem: "isso") por mera obrigação. Não estivesse eu preocupado com minha saúde, talvez jamais mastigasse uma folha de alface sequer. Quanto a legumes, só os aprecio na maionese. Ah, sim, também num suflê maravilhoso que minha esposa faz, que por sinal acompanha muito bem carne assada e bifes à milanesa. 

Tá bom, não nego que gosto de cenoura, mas só bem cozida e, de preferência, num bom refogado. Crua ralada? Argh! Gosto das ervilhas também refogadinhas na cebola e manteiga, e adoro palmito. Berinjela cai bem, mas eu a coloco no rol das comidinhas 
gourmet, porque gosto das preparações mais elaboradas da mesma.

Como podem observar, não tratei de pratos sofisticados. Nem de estrogonofe, hoje tão corriqueiro que poderia fazer parte deste post, mas é um prato com grife (russo, não é?). Com certeza é um de meus preferidos e, se estiver gostoso, só paro de comer por educação. De carne ou frango, com arroz branco e batatas sautée ou até fritas, mas nada de batatinhas de pacote (argh!). 

Strogonoff de carne com arroz e fritas


Fotos do acervo do autor, à exceção das almôndegas (Google)

7 comentários:

Jorge Carrano disse...

Como carnívoro assumido, fiquei salivando com este bife a milanesa.

Gusmão disse...

Ciao! Freddy,
Aqui em casa chamamos de porpeta. Mas almondega ou bolinho de carne, se bem suculenta, num bom molho de tomate tipo italiano, com pouca acidez, acompanha bem a pasta.
Abraços

Jorge Carrano disse...

Tomate italiano é?
Ao preço que está sendo vendido...
Tá podendo, hein cara!

Helga Maria disse...

Minha avó fazia bolinho de carne à moda alemã. Além do pão dormido, da carne moída, ovo, etc, punha também salsichas esmigalhadas. Ficava divino.
Helga

Freddy disse...

Realmente, Helga, os bolinhos alemães são muito saborosos. A gente os acha em algumas casas especializadas, mas com certeza os caseiros devem ficar especiais!

Comento agora uma receita que Mary (minha esposa) faz com carne moída, que não fez parte do texto porque não chega a ser o trivial cotidiano, que é o rocambole.

Usa a mesma massa das almôndegas (ou polpetas, como quer o Gusmão) mas, em vez de formar bolinhas, a massa é estendida numa tábua de carne, formato retangular. Coloca-se sobre ela ovos cozidos picados, cenoura em fatias compridas e finas, bacon ou presunto (fica mais leve que com bacon). Enrola-se como rocambole e assa-se no forno médio, de modo a cozinhar por dentro e ficar tostadinha por fora.

Uma variante leva em cima molho de tomate (italiano?) e queijo parmesão (grana padano?) ralado. Fica meio como um rocambole à parmegiana.

Eu acho maravilhoso! Mas, como disse, sou suspeito: tudo que é feito com carne moída me agrada, até hamburger!

Abraço
Freddy

Jorge Carrano disse...

Helga,
Mande-nos a receita completa dos bolinhos de sua avó.

Incógnita disse...

Não posso participar deste post porque estou de dieta.