8 de março de 2015

Mulheres... Ah! As mulheres

O blog não queria deixar passar in albis o "Dia Internacional da Mulher"

Escalei a Alessandra, nossa confrade, para escrever algo alusivo à data. Embora tenha aceitado a incumbência, faltou-lhe tempo. Ela é uma típica mulher dos dias de hoje: trabalha para se sustentar e prover as necessidades do filho, estuda  e cuida dos afazeres domésticos. UFA!!! Merece homenagens, com certeza.

Ana Maria veio em meu socorro e enviou e-mail com comentários e um texto da Lya Luft,  que segundo ela encerra uma verdade e exprime tudo.

Aduziu ainda - Ana Maria - que  não existe uma mulher. Existem vários tipos e categorias. "As mulheres", acrescentou, "somos muitas". E citou Cecilia Meirelles no poema "Lua Adversa". “Tenho fases, como a lua. Fases de andar escondida, fases de vir para a rua..”.

E num espasmo de modéstia arrematou (no e-mail): "Cada autor, pensador ou poeta nos descreve de um ângulo diferente. A mãe, a abnegada, a companheira, a guerreira, a louca, a santa, a do próximo, a desejada e um sem número de classificações possíveis. Não tenho talento nem inspiração para ressaltar o dia, por isso, valho-me da sensibilidade de Lya Luft no texto que lhe envio".


Canção das mulheres

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a ideia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.



Lya Luft   (romancista, poeta e tradutora brasileira. É também professora universitária e colunista).

6 comentários:

Jorge Carrano disse...

Ruim com elas,pior sem elas.
Brincadeirinha gente. Sem uma mulher não estaria aqui perpetrando bobagens a tanto tempo. E sem outra não teria meus adorados filhos.

Freddy disse...

Apesar de não ser partidário de dias comemorativos do óbvio, estendo meus parabéns a todas as mulheres, sem as quais a vida não seria possível - em todos os sentidos.

Óbvio também que comemorei com Mary, dado que minha opinião sobre o dia não necessariamente é acompanhada por ela (rs rs).

E desce mais espumante!
Tin Tin, de novo!
<:o)

Riva disse...

Nada a acrescentar !

Jorge Carrano disse...

Ana Maria mandou o endereço abaixo. Acho que no próximo ano este será o mote da homenagem as mulheres aqui no blog:

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/03/veja-10-mulheres-inventoras-que-revolucionaram-o-mundo.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1

Riva disse...

E a homenagem aos homens ?

Jorge Carrano disse...

Há quem não goste (navegue)

http://ego.globo.com/moda/fotos/2015/07/famosas-curtem-ferias-de-julho-em-praias-mundo-afora-veja-os-biquinis-de-sabrina-sato-e-outras.html#F439519