22 de março de 2015

Minhas tribos

O post de hoje é um capítulo do que será publicado nos próximos dias, quando farei uma volta às origens. As origens do blog e as minhas próprias. Tudo em função do “passar pela vida e não viver”.

Fiz parte de algumas tribos. Nenhuma delas canibal. Não comíamos ninguém, pelo menos pela boca.

Infância/juventude

A primeira de minhas tribos era muito pequena, era composta de meninos que moravam na mesma vila, que tinha início no número 21, da Rua São Diogo. Éramos muito poucos da mesma faixa de idade. Se bem me lembro: Décio e Danilson Lopes Barreto (irmãos), Sidney e Paulinho (este era vizinho de muro, que separava os fundos de nossas casas).

Nas redondezas moravam muitos outros rapazes, mas já eram um pouco mais velhos.

Na mesma época frequentava, claro, a tribo escolar, composta por: Krausen Brasileiro Vieira,  Doraly José do Canto, Upiracy Ferreira, Ney Teixeira Gonçalves, um dos Mônaco (da livraria/sebo), um dos Villalba, e outros cujo nome me escapa.


1960: Krausen, Senna, Ney, Irapuan, Carlinhos, Doraly vários outros de outras tribos. NO centro, debutando, Ana Maria

Adolescência/puberdade

Esta tribo era caçadora, ou pelo menos pretendíamos ser. Havia o Roberto Marconi Durão, cujo pai tinha um Packard 1941, enorme, que vez ou outra emprestava para nossa paquera na praia de Icaraí. 

Sem o carro do pai do Durão nossa tarefa seria inglória, porque tinha muito rapaz de lambreta ou motoneta. Estavam nesta tribo, alternadamente, o José Carlos Senna e o Eurico César Rodrigues da Costa.

Liceu e FESN (Federação dos Estudantes Secundários de Niterói)

Esta tribo foi muito grande e muito atuante em várias modalidades.
Na FESN convivi com Hermes Santos, Emetério Rodrigues Leitão, Silvio Romero Lessa, uma subtribo de Pádua (Pedro Theófilo de Mello Simão, Sergio Mauro Vargas Belém e Emmanuel Sader), Vantelfo de Souza Garcia, Jorge e Carlos Rigó (irmãos), João Jorge Elias Bazhuni, Mário Castelar da Silva, João Luiz Faria Neto, Jorge Rodino e outros.


Esta foto é de um reencontro de parte da turma, em 1998, no Clube Líbano Fluminense (sede campestre)

No Liceu, com Carlos Augusto Lopes Filho, Irapuan Paula de Assunção, Fernando Autran, e muitos outros menos próximos.


Liceu em foto mais recente (foi padrão de ensino no antigo Estado do Rio)

Social solteiro

Este  grupo social teve curta duração. Frequentávamos o Canto do Rio, íamos ao Maracanãzinho para assistir concurso Miss Brasil, íamos a praia, bailinhos nas casas dos  membros do grupo, enfim estas coisas comuns na época. Lembro do Waldyr, do Mário, da Nonata, da Rosinha, da Kátia e do Ney que era o amigos comum de todos e, portanto, elo da ligação.

Social casado

Esta tribo frequentava boates no Rio de Janeiro. As que cabiam em nosso orçamento. E assim mesmo somente uma vez ou outra. Shows de Chico Anysio, ou nos reuníamos na casa de um ou outro para jogar biriba e cozinhar para o grupo (peixada, cosido). Faziam parte os casais Marly e Helio Cury, Hermínia e Senna, Emerita e Mario Castelar. Nancy e Alfredo Schnetzler, Iara e Álvaro Cardoso de Oliveira, Antonio Carlos Bonnar Dias e esposa (?). Tinha bailinho na casa do Cury, organizado pela Marly.

Jornalismo/radialismo

Numa certa fase estive envolvido, amadoristicamente, com produção e apresentação de programa de rádio (Federal de Niterói, ZYP 40) e mantinha coluna em jornal. Nesta tribo, que se reuniu em torno do Alódio Moledo Santos, tinha a Esther Lucio Bittencourt, o Eugenio Lamy e Oswaldo Czertok.

Tentarei convencer o Alódio, a que escreva sobre esta fase, e sobre o grande feito que conquistamos, de trazer a Niterói, sem cachê (apenas um almoço no Lido), o astro Neil Sedaka, popularíssimo na época, recordista de venda de discos.

Teve a tribo fabril na Fiat Lux

Trabalhei, como será detalhado oportunamente, em planta fabril. Não éramos operários, mas pegávamos as 7 da matina e marcávamos cartão de ponto.  Além de trabalhar na mesma função, tínhamos nossos momentos de recreação. Jogávamos basquete, futebol de salão, sinuca, etc.

Eram integrantes: Péricles Rocha Sodré (depois pintor respeitado), Fernando Palma, Antonio Carlos Bonnar Dias, Alvaro Cardoso de Oliveira e Alfredo Schnetzler, atual presidente do Country Club de Niterói, mas que na época presidia era o grêmio recreativo dos empregados da  Fiat Lux, além de ser técnico de basquete das meninas.

Percebam que estas tribos não eram estanques e muito menos inimigas. Apenas tinham objetivos, motivações, ocupações   e interesses distintos, mas com pontos de contato.

Assim é que o Alódio Moledo Santos, por exemplo, foi meu colega de farda (prestamos serviço militar na 2ª CR), onde conhecemos o Oswaldo Czertok, que era cabo naquela Circunscrição de Recrutamento (e reencontrei anos depois como dentista), mas através dele reunimos o Lamy, e a Esther Bittencourt, no programa de rádio.

O Bonnar, o Álvaro e  o Alfredo, trabalhávamos juntos, mas viramos amigos e nossas mulheres também. Tivemos relacionamento social.

O caso mais significativo de amigos que  compartilhei em tribos as mais distintas, mas com ponto de contato entre si, foram o João Jorge Bazhuni e o Mário Castelar da Silva, que foram meus amigos fraternos até que vieram a falecer, nos últimos dois anos. Ambos mais jovens do que eu. 

Outro que encontrei na FESN e virou amigo até hoje é o Hermes Santos (Florihermes de Souza Santos), advogado, professor, poeta e procurador aposentado.

Mas seu eu esgotar aqui como, onde e porque conheci todas as pessoas citadas e suas relações, estarei dando um salto na narrativa que estou preparando sobre minha vida e que publicarei breve.

Vejam só, por exemplo. O Hermes que conheci na FESN, foi quem me conseguiu o primeiro emprego, foi meu parceiro de biriba muitos anos, fizemos juntos o vestibular de ingresso na Faculdade de Direito.

Ele foi editor de jornal tabloide, de circulação dirigida,  e me convidou para escrever uma coluna sobre variedades, em uma página em cada edição.  

O Alvaro, o Bonnar e o mesmo Hermes, acabaram por cursar juntos a Faculdade de Pedagogia, tendo se conhecido na Fiat Luz, onde o Hermes então aplicava testes psicotécnicos de admissão.

E assim as minhas tribos na verdade são, ou foram, elos de um a mesma corrente, numa Niterói que não mais existe.

Estes personagens voltarão em relatos futuros. 

11 comentários:

Anônimo disse...

De todos os citados só conheci o Chico Anysio. E Juca Chaves, Jô Soares, Agildo Ribeiro, Costinha e outros que já faziam desde aquela época o que agora é moda: stand up comedy.

Jorge Carrano disse...

Este tipo de piada passa pela censura.
Mas está longe de ser comparada as produzidas pelos humoristas citados.
É claro quo o Chico não é personagem do post.
Protagonistas são os amigos, vivos e mortos, mencionados.

Riva disse...

Não entendi o "passar pela vida e não viver" ....

Sua coleção de posts poderia muito bem roubar um título de um livro maravilhoso do Gabriel Garia Marquez que se entitula VIVER PARA CONTAR. É uma autobiografia dele.

Conte então o que viveu !

No meu caso teria que ser censurada (rsrs).

Abrs

Jorge Carrano disse...

É porque irei me socorrer em Francisco Otaviano, já que quando me vali de Vinicius de Moraes você questionou (rsrsrs).

Riva disse...

kkkkkkkkkkk

Esse livro do GGMarquez é notável ! Vc precisa ler.

PS : intervalo de um jogão de futebol Barça e Real Madrid ... 1x1

Jorge Carrano disse...

Ricardo Drubscky é o novo treinador do Fluminense ?

Jorge Carrano disse...

O nome correto do amigo é Irapuam Paula de Assumpção.
Abraço Irapuam.

Aprender a viver disse...

Hoje não sei porque lembrei do Krausen.... Morava no Fonseca em Niteroi e fomos namorados.....ele fazia a faculdade de medicina.....queria fazer psiquiatra..... Mais pelo que vi mudou para cirurgia plástica.....era muito inteligente e super educado....
Meu nome é Celia......

Jorge Carrano disse...

Célia, boa noite!
Obrigado por visitar este espaço virtual.
Estou surpreso com seu comentário, pois juraria que o Krausen Brasileiro Vieira espacializou- se em psiquiatria.
Faz muitos anos que não o encontro. Tenho contato com muitos outros colegas da mesma época de bancos escolares.
Apareça quando quiser.

Aprender a viver disse...

O krausen que encontrei é cirurgião plástico em São Paulo.... Talvez não seja o mesmo....

Jorge Carrano disse...

O Krausen a que me refiro está na foto encontrável no post abaixo. Selecione e cole o endereço na barra do navegador:
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2012/05/uma-foto-muitas-historias.html