3 de janeiro de 2015

O dito pelo dito

Não estava em meus planos ter que me explicar ou muito menos me penitenciar pelo que escrevi sobre silicone, tatuagem, piercing ou brinquinho.

Mas meu amigo (ex-amigo?) já havia ligado enquanto eu caminhava no calçadão e voltou a ligar logo após eu haver voltado para casa, ainda há pouco. Wanda informou que ele havia telefonado mas não deixara recado.

Isso dá a medida do grau de insatisfação dele com minha crítica ao homem com brinquinho. Não que eu tenha dito claramente, mas por exclusão. Se ele não é mulher ou índio, foi atingido.

Quando atendi e ele mencionou o post de hoje, minha reação foi de júbilo. Afinal ter o blog como leitura matinal é motivo de alegria.

Mas ele ligou para estrilar sobre o uso de brinco. Frisou que usa há muitos anos - o que é verdade - e se sente bem usando.

Tudo bem, respondi, não se sinta o alvo de minha opinião. E repeti - mera opinião. Por mim nem mesmo as mulheres usariam. Acho um pecado uma orelhinha bem feita, delicada, bonitinha, com um penduricalho que a deixará, futuramente, com o lóbulo flácido, deformado, como o da fato ao lado que pincei na Wikipedia.


É óbvio que na conversa telefônica não dispunha da foto para ilustrar, então descrevi. Acrescentei que minha mulher tem, ainda apesar dos mais de setenta anos - uma orelha pequena e bem torneada. Brinco, quando usa - e usa eventualmente - é sempre pequeno, leve, daquele tipo que fica junto ao lóbulo.

Eu acho desnecessário, sempre. Mas não se trata de um julgamento, é opinião de um tradicionalista, conservador, ortodoxo, que segundo um de meus filhos já nasceu velho.

Para encurtar, assegurei-lhe - ao amigo, cujo nome preservo - não só o direito de uso bem como o direito de resposta usando o espaço do blog. Desafiei-o a defender a tese de que o brinco é essencial, importante, como adorno ou como expressão de personalidade.

Gente, e agora falo no geral, sempre defendi a tese de que a mulher ideal é aquela saindo do banho, naturalmente perfumada, cabelos ainda molhados, envolvidos, ou não, numa toalha em forma de turbante , mas algumas gotículas sobre os ombros.

Visão paradisíaca, para mim, é da mulher deitada de bruços, lânguida, cabeça apoiada de lado no travesseiro e os cabelos espalhados. Claro, sem um dragão tatuado nas costas, pelo amor de Deus!

Você já viu uma mulher, vestida apenas com uma camisa masculina ou um roupão curto, tentando alcançar, na ponta dos pés, uma lata no armário ? Se nunca viu azar seu. Tente imaginar, as pernas bem desenhadas...

Tudo sem desenhos, frases, nomes ou quaisquer coisas que desviem a atenção da perna.

Eu e Wanda nunca ficamos "brigados" mais de três dias.

Quanto ao silicone, o que imagino, não tenho experiência com mulher siliconada, é o seguinte e me perdoem a grosseira comparação:
Sabem aquelas bolas de soprar que os paulistas chamam de bexiga? Pois, quando criança, se uma delas estourava, a gente costumava pegar um dos pedaços maiores, colocávamos na boca e aspirávamos de sorte a formar uma pequena bola no interior da boca. Depois, claro, tirávamos a bolinha formada para brincar.

Pois é, aquele gosto da borracha, quando colocávamos na boca o retalho da bola estourada, é exatamente o gosto que me vem a memória quando vejo um seio siliconado.

Amigos e amigas tatuados, siliconados, com piercing, cabelos pintados de vermelho, ou como se sintam bem, não estou nem aí.

Só não uso. É questão pessoal.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ex-amigo, não! Amigo, caro Carrano.
Abs.

Jorge Carrano disse...

Recebi vários e-mails, sem exagero, pedindo que eu participe da pesquisa do congresso nacional sobre o conceito de família.
Pedem, todos, que eu vote no sim.
Para quem não está nem sabendo do que se trata, o link é este:
http://www2.camara.leg.br/agencia-app/votarEnquete/enquete/101CE64E-8EC3-436C-BB4A-457EBC94DF4E

Freddy disse...

Sobre brincos, tattoos, silicone e piercings eu tenho também uma visão tradicionalista: não gosto.

No entanto, sou radical quanto ao direito das pessoas que gostam de portá-los poderem fazê-lo sem a desaprovação pública. Minha opinião está em:
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/09/we-are-others.html

Riva disse...

Sou um ET aos 62 anos .... cabelos longos, brinco, 9 tattoos, motocicleta de Easy Rider .... sinto os olhares na rua caminhando com minha esposa .... um mix de inveja (queria ter a coragem desse cara) com desprezo e aversão.

A grande maioria dos meus amigos têm a idade dos meus filhos ... se vou numa festa ou num evento, acabo no meio da garotada, deixando os da minha idade com seus papos chatos para trás.

Agora, amigo Carrano, venha para 2015 !
Vc viu ontem o episódio na GLOBO sobre o Tim Maia ?

Ouvi em alto e bom som um monte de vai tomar no cu, caralho, puta que pariu, não fode, merda entre outros !

Essa GLOBO é a mesma que na década de 70, no Programa do Chacrinha, impediu a famosa banda de rock CAMISA DE VÊNUS do Marcelo Nova tocar no programa com esse nome !

Cá entre nós : a maior escrotidão em tudo isso que vemos e vivenciamos é ter um governo bandido, com valores diferentes dos que nossos avós e pais nos ensinaram.

O resto que se foda, com todo respeito.

Abraços a todos !