17 de janeiro de 2015

Je suis ou Je ne suis pas



Por
Ana Maria Carrano








Primeiro eles atacam jornalistas, mas não nos importamos porque os franceses provocaram; depois massacram uma aldeia, mas não nos importamos porque são todos africanos; depois eles destroem torres, mas não nos importamos pois não somos capitalistas...
Um dia seremos as vítimas e quem se importará?

Eis o que nos ensinou Brecht:                              
Bertold Brecht
“Como eu não me importei com ninguém
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”


Bertold Brecht (1898-1956)

5 comentários:

Jorge Carrano disse...

Com razão, os dois: você e o Brechet.
Isso tem a ver como espirito humanitário, solidariedade humana, generosidade, compaixão, que podem e devem existir independentemente de religião.
As religiões podem até tangenciar estes valores, mas deveriam ser inerentes ao ser humano.

Ana Maria disse...

Eu tive um professor de sociologia na Faculdade que dizia, baseado em tratados sociológicos e antropológicos, o homem não é um ser gregário. Não nascemos com instinto grupal. Aprendemos a viver em grupo por necessidade de sobrevivência. Solidariedade, generosidade, compaixão nos são incutidas, ensinadas na família, e, se não houver um controle social forte e permanente, faremos as escolhas erradas.
Basta uma mente doente para contaminar centenas e milhares de pessoas com ideias preconceituosas e belicosas.
Lembra do Charles Manson? Do Hitler? A lista é imensa.
A religião é usada por alguns líderes para reforçar o tal controle, porém isso não invalida a sua importância na evolução do homem.

Riva disse...

em resumo, tudo que NADA tem a ver com o ser humano.

Jorge Carrano disse...

"O ser humano não deu certo", na perfeita afirmativa do Millôr Fernandes.

Freddy disse...

O ser humano é apenas um degrau na evolução. Aos poucos, novas camadas vão sendo formadas no cérebro das espécies. Não demora, outra camada será formada sobre a nossa e seremos para esses novos seres como hoje consideramos os animais.

A teoria sobre isso está bem escrita para leigos no livro "Os Dragões do Éden" de Carl Sagan.
E já li pequeno conto de ficção científica sobre essa teoria, que de tal maneira me impressionou que a partir dele nunca mais consegui admirar um aquário!
=8-/