15 de janeiro de 2015

Carnaval, 2015




Por
Carlos Frederico March
(Freddy)








Minha mais importante experiência com Carnaval já foi devidamente dissecada nos posts publicados em março/2014, sob o título Carnaval no Quitandinha, I e II:



Parêntesis: ah, saudades dos tempos em que nossas fotos eram publicadas em tamanho king size... Fecha parêntesis.

Eu não gosto de samba, apesar de curtir uns 4 ou 5, o que não me faz apreciador do gênero. O som dos instrumentos me irrita. O ritmo me irrita, o ambiente que se forma em torno dele me incomoda. As pessoas que os cantam me irritam, as pessoas que os dançam mais ainda.

Carnaval não bate com minha índole. Muitas pessoas se fantasiam para liberar alguma personalidade enrustida. Tem homem que se fantasia de mulher e vice-versa, soltam a franga, bêbados(as) que nem gambá (tá na moda falar de gambá no blog - rs rs). Pra tudo se acabar na quarta feira... Ou no mês de novembro seguinte...  

Mesmo tendo ido a um ou outro baile, nunca me fantasiei a sério. No máximo uma camisa ou bermuda mais estampada, um colar de havaiano (espeta pacas!).  Depois de certa época em minha juventude, quando ainda era noivo de uma moça com que não me casei e que gostava de carnaval e tinha apartamento em Teresópolis (velhos tempos do Higino), não me lembro de ter me envolvido com bailes ou com blocos de rua. Ou seja, não é a minha praia.

No entanto, em meu comportamento há um paradoxo: eu assisto desfile de escola de samba! Não todos, mas vejo algumas escolas, principalmente aquelas que prometem algo de inovador. Por quê? Porque tenho alma de artista e o desfile de escola de samba é um dos eventos mais emblemáticos da cultura brasileira.

Claro, o samba em si não me diz nada, parece tudo igual entra ano sai ano. Alguns poucos, uns 3 ou 4, se destacaram e permanecem até hoje no cancioneiro popular.  Contudo, o desfile em si me comove. E muito! Como é interessante aquela coisa de representar um enredo - uma narrativa real ou fantástica, ligada ou não à história - através de carros alegóricos, de alas e de dança.

Em uma hora e pouco a agremiação tem de mostrar a que veio. É muito difícil, envolve muito dinheiro (a maior parte dinheiro escuso, dizem) e dedicação das respectivas comunidades. Existem regras rígidas a serem cumpridas, quem fizer um desfile fabuloso mas esquecer dos detalhes que pontuam pode ser até rebaixada... E ser rebaixada é um baque imenso, subir novamente demanda muito sacrifício.

Paralelamente a isso, minha esposa adora escola de samba e um dia até desfilou em uma, lá de Friburgo - a Saudade. Eu aplaudi, dei força, mas nem a levei à avenida. Ela foi com nosso grupo de amigos do Serraville, condomínio onde tínhamos apartamento de veraneio à época e que participou de uma determinada ala da escola. A Saudade até ganhou naquele ano, Mary ficou muito feliz.

Nesse ano de 2015, novamente, estando eu perto de uma TV, provavelmente vou assistir a algumas escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro. Meu maior problema é o horário, mas se houver gente em casa animada e disposta a permanecer acordada, batendo papo, petiscando e bebendo, eu bem posso permanecer até umas 2 ou 3 da manhã na sala, vendo o desfile.


Nota do editor: finalmente, se não temos um autêntico folião, o autor pelo menos se dispõe a assistir ao desfile das escolas. Mais do que isso, tem uma esposa que gosta, e até já desfilou  na "Saudade", de Friburgo.  Parabéns, Mary!

7 comentários:

Jorge Carrano disse...

Dinheiro escuso Freddy? Como qualificar o dinheiro surrupiado na Petrobrás?
Os contraventores do jogo do bicho ganham dinheiro porque as pessoas, muitas pessoas, gostam de fazer sua fezinha, mesmo sabendo que o jogo é contravenção penal.
É um misto de espírito lúdico com necessidade de ganhar algum dinheirinho.
O sonho entra nos dois sentidos. O outro é a inspiração (palpite) para escolha do bicho ou do número que vai jogar.
Já na Petrobrás, uma quadrilha de colarinho branco, escolhida pela presidência da república, mancomunada com uma outra, igualmente afeita ao caviar e a champanhe, desviaram dinheiro de uma empresa que tem capital público e privado. Todos fomos lesados.
Por isto, os Castores, os Anísios e os Drumond, são julgados beneméritos.

Jorge Carrano disse...

A dinheirama do petrolão enriqueceu bolsos individuais e o caixa de agremiações políticas. O dinheiro da contravenção pelo menos patrocina diversão para o povo, sem contar que gera receita de turismo.
E mais, por último, a criminalização do jogo é uma farsa, uma hipocrisia. O governo é o maior banqueiro do jogo nos pais. Quantas são as loterias patrocinadas pelo governo sob controle de uma instituição financeira pública,
a Caixa Econômica?
Não sou advogado de banqueiro do bicho, mas se é para moralizar tem que acabar com todo o jogo, inclusive o oficial.
Ou liberar geral, inclusive com a volta dos cassinos, que seria a medida mais inteligente.

Ana Maria disse...

Que paradoxo, Carlos Frederico! Vc deixou claro que não gosta samba e nem de carnaval de rua; não tem nada contra os bailes e curte as escolas de samba.
Parece um cidadão que gosta de acampar, curte a camaradagem dos festivais tipo Woodstock mas não gosta de rock. rs
E viva a diversidade!

Freddy disse...

Sou a favor da volta imediata dos cassinos. É uma hipocrisia lesiva aos interesses nacionais monopolizar a jogatina no governo, sabendo nós para onde vai a verba dos impostos ali arrecadados.
O que o Brasil oferece de oportunidade para a iniciativa privada em termos de locais para instalação de grandes centros turísticos ligados ao jogo nem te conto... Você bem sabe. Atrairíamos milhões de dólares, se fizéssemos bem feito.
=8-/

Freddy disse...

Parece até quando digo que abomino Ivan Lins, dormi (de verdade) nas duas vezes em que tive de acompanhar Mary aos shows, mas que elogio o cara pra todo mundo e o reconheço como um dos grandes nomes da música brasileira. Só não gosto do que ele toca!
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, já se disse por aí.

Repiso que meu interesse nos desfiles das escolas de samba se resume à apreciação artística da coisa, como um enredo é desenvolvido em termos de alegorias, adereços, carros, harmonia, etc. e ainda tendo de seguir um conjunto de regras, algumas delas imbecis.

Riva disse...

Ana, primeiro você tem que perguntar com quem está falando ... Carlos Frederico ? Freddy ? Carlos ?? Frederico ?

Talvez vc , com a resposta, comece a juntar os cacos .... rsrsrs

Freddy disse...

Ah, sim, complementando o paradoxo.
Sou a favor da abertura dos cassinos no Brasil, um monte deles espalhados pela imensa costa, alguns no interior.
Não entraria em nenhum deles e, nas vezes em que entrei aqui e ali, não toquei em uma máquina sequer.
Não jogo, a não ser participando de vez em quando dos bolões de meus colegas da Embratel.
Bola pra frente!
<:o)