6 de março de 2014

Thatcher, Merkel ... e Dilma

No post   http://jorgecarrano.blogspot.com.br/search?q=merkel+thatcher    pretendi expressar minha vergonha pelo fato de termos na presidência uma mulher que nem de longe, muito longe, se equipara a outras mulheres estadistas.
Escrevi um pouco sobre a inglesa e a alemã, mas nada sobre a brasileira.
Agora, socorrendo-me num editorial do jornal O Estado de São Paulo, deixo claro porque nada escrevi sobre nossa, como direi, presidenta? Poste de Lula? Ex-guerrilheira?
Reproduzo o editorial:

Ela fala pelo Brasil
26 de fevereiro de 2014 | 2h 13
O Estado de S.Paulo
Até mesmo o lusófono presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, deve ter tido sérias dificuldades para entender os dois discursos da presidente Dilma Rousseff proferidos em Bruxelas a propósito da cúpula União Europeia (UE)-Brasil. Não porque contivessem algum pensamento profundo ou recorressem a termos técnicos, mas, sim, porque estavam repletos de frases inacabadas, períodos incompreensíveis e ideias sem sentido.
Ao falar de improviso para plateias qualificadas, compostas por dirigentes e empresários europeus e brasileiros, Dilma mostrou mais uma vez todo o seu despreparo. Fosse ela uma funcionária de escalão inferior, teria levado um pito de sua chefia por expor o País ao ridículo, mas o estrago seria pequeno; como ela é a presidente, no entanto, o constrangimento é institucional, pois Dilma é a representante de todos os brasileiros - e não apenas daqueles que a bajulam e temem adverti-la sobre sua limitadíssima oratória.
Logo na abertura do discurso na sede do Conselho da União Europeia, Dilma disse que o Brasil tem interesse na pronta recuperação da economia europeia, "haja vista a diversidade e a densidade dos laços comerciais e de investimentos que existem entre os dois países" - reduzindo a UE à categoria de "país".
Em seguida, para defender a Zona Franca de Manaus, contestada pela UE, Dilma caprichou: "A Zona Franca de Manaus, ela está numa região, ela é o centro dela (da Floresta Amazônica) porque é a capital da Amazônia (...). Portanto, ela tem um objetivo, ela evita o desmatamento, que é altamente lucrativo - derrubar árvores plantadas pela natureza é altamente lucrativo (...)". Assim, graças a Dilma, os europeus ficaram sabendo que Manaus é a capital da Amazônia, que a Zona Franca está lá para impedir o desmatamento e que as árvores são "plantadas pela natureza".
Dilma continuou a falar da Amazônia e a cometer desatinos gramaticais e atentados à lógica. "Eu quero destacar que, além de ser a maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica, mas, além disso, ali tem o maior volume de água doce do planeta, e também é uma região extremamente atrativa do ponto de vista mineral. Por isso, preservá-la implica, necessariamente, isso que o governo brasileiro gasta ali. O governo brasileiro gasta um recurso bastante significativo ali, seja porque olhamos a importância do que tiramos na Rio+20 de que era possível crescer, incluir, conservar e proteger." É possível imaginar, diante de tal amontoado de palavras desconexas, a aflição dos profissionais responsáveis pela tradução simultânea.
Ao falar da importância da relação do Brasil com a UE, Dilma disse que "nós vemos como estratégica essa relação, até por isso fizemos a parceria estratégica". Em entrevista coletiva no mesmo evento, a presidente declarou que queria abordar os impasses para um acordo do Mercosul com a UE "de uma forma mais filosófica" - e, numa frase que faria Kant chorar, disse: "Eu tenho certeza que nós começamos desde 2000 a buscar essa possibilidade de apresentarmos as propostas e fazermos um acordo comercial".
Depois, em discurso a empresários, Dilma divagou, como se grande pensadora fosse, misturando Monet e Montesquieu - isto é, alhos e bugalhos. "Os homens não são virtuosos, ou seja, nós não podemos exigir da humanidade a virtude, porque ela não é virtuosa, mas alguns homens e algumas mulheres são, e por isso que as instituições têm que ser virtuosas. Se os homens e as mulheres são falhos, as instituições, nós temos que construí-las da melhor maneira possível, transformando... aliás isso é de um outro europeu, Montesquieu. É de um outro europeu muito importante, junto com Monet."
Há muito mais - tanto, que este espaço não comporta. Movida pela arrogância dos que acreditam ter mais a ensinar do que a aprender, Dilma foi a Bruxelas disposta a dar as lições de moral típicas de seu padrinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Acreditando ser uma estadista congênita, a presidente julgou desnecessário preparar-se melhor para representar de fato os interesses do Brasil e falou como se estivesse diante de estudantes primários - um vexame para o País.

9 comentários:

Riva disse...

Se isso não é ainda o fundo do poço, o que será então ...

Jorge Carrano disse...

Estamos em queda livre e isso não é ainda o fundo do poço, que algumas pessoas já conseguem ver. Quando chagarmos lá, fará STABUUUUM!!!

Riva disse...

Hoje, na CBN, ouvi aterrorizado a entrevista de um prefeito de uma cidade do interior de SP que não guardei o nome.
É uma cidade tranquila, com 40.000 habitantes, bom padrão de vida, sem histórico de violência, e por isso, tem 18, sim, 18 policiais no batalhão.

Pois bem ... foi saqueada por assaltantes durante o carnaval, numa ação nitidamente orquestrada por quem conhece a vulnerabilidade da cidade.

A população está apavorada e sem defesa !

(pano rápido 1).

Ontem, na ESPN Brasil, antes do jogo da Espanha, estava assistindo aquela corja debatendo vários assuntos, e dentre eles, a certeza de que, se não respeitaram o Carnaval, imagine o que os vagabundos e bandidos farão durante a Copa.

Ouvi/vi também um pedido do Cafu para que deixem a manifestação para depois da Copa, mas que defendam a imagem do Brasil no período de exposição total para o mundo ....

(pano rápido 2)

Jorge Carrano disse...

"Antigamente, o silêncio era dos imbecis; hoje, são os melhores que emudecem. O grito, a ênfase, o gesto, o punho cerrado, estão com os idiotas de ambos os sexos." (Nelson Rodrigues)

Freddy disse...

Prefiro parar (ou ao menos tentar) de comentar política. Só me aborrece, além de angariar inimigos entre os que ainda defendem o PT - esquecendo que o PT que eles conheceram já não existe mais.

Estamos vivendo uma ditadura democrática. Existe isso, Arnaldo?
=8-/
Freddy

Jorge Carrano disse...

Ditadura democrática provoca gargalhada, Freddy. Tanto quanto a democracia relativa dos governos militares.
Quanto ao PT alguém já disse, com propriedade, que é um partido que começou com presos políticos e terminou com políticos presos.
Não é agremiação política, é uma quadrilha, sem projeto de governo, apenas de poder.

Riva disse...

Fui ali me enforcar.
ALguém mais quer corda ?

Jorge Carrano disse...

Antes de se enforcar, acesse este link abaixo e veja como nossa "estadista" que encenou aquela palhaçada de reclamar da espionagem americana controla o sigilo no Brasil:
https://pt-br.facebook.com/photo.php?v=484675908283800

Selecione e cole na barra do navegadoer.

Freddy disse...

Incomoda-me, sim, a crescente coleção de bobagens ditas e feitas pela nossa presidente e seu ministério, além do nosso Senado e Câmara, alardeadas na imprensa tupiniquim e internacional, portanto às claras sem maquiagem alguma, e NADA ACONTECE...
Mais uma vez, relembro o "filósofo" Ibrahim Sued: "os cães (nós) ladram e a caravana (dos governantes) passa."
=8-(
Freddy