14 de novembro de 2013

Tenho opinião

Nunca fiz concurso público. Não importa, aqui no caso, se por covardia, incompetência, despreparo, falta de ambição, qualquer coisa pode caber nas razões.

Mas quando racionalizo, tipo a raposa falando das uvas, na fábula de Esopo  (não queria mesmo, estavam estragadas e não maduras), aproveito sempre para pensar que foi melhor assim. Aliás, tinha que ser assim.

Como tenho opinião, se tivesse poder, autoridade, iria usar  abusivamente, autoritariamente, e não de forma discricionária e nos limites impostos pelas leis (Ah! As leis).

Dou-lhes um exemplo. Entre as dolorosas notícias de anteontem, no telejornal mais visto no país,  houve a de um  ANIMAL (este é o termo adequado) que estuprou uma criança de 8 meses, provocando hemorragia interna e sua morte. Na autópsia sinais claros de sêmen.

Eu, delegado, resolveria o caso objetivamente. Leva o cara para o mato, capa o FDP, joga seu pênis para os urubus e dá um tiro na nuca dele. Como se fosse um cão raivoso. O corpo? Comida para peixes no córrego mais próximo.

Outro exemplo? Vocês devem ter visto (menos o Freddy, que não assiste TV) o estrago que estudantes fizeram na USP, a mais importante universidade do país, onde estudam de graça, quando finalmente puseram fim a ocupação dos prédios: Estrago geral, tudo danificado, e muito roubo. Sim, roubaram bens públicos, que terão que ser repostos pela sociedade via impostos.

Se eu fosse Reitor, a solução teria sido: no momento da evacuação dos prédios, fichar um a um os “estudantes” (?) ou vândalos que fizeram aqueles estragos e, ato contínuo, mandar cancelar as matrículas, impedindo-os de concluírem seus cursos.

Melhor ainda se eu fosse o Juiz numa eventual ação judicial interposta pelos pais ou responsáveis.  Julgaria improcedente a ação e os condenaria a ressarcir os cofres públicos com cada centavo. E, ainda, proibi-los de prestar vestibular para instituição pública por 5 anos.

Tudo isto com ou sem amparo legal. Ao arrepio do código de processo.

Uma  sentença pautada na lei processual eu me recusaria a dar, porque tenho opinião,  e ela é a de que são idiotas, insensíveis, moleques, marginais, párias da sociedade, bandidos.

E alguns criminosos porque houve muito roubo.

12 comentários:

Riva disse...

Contaria com meu apoio total !

Freddy disse...

Quando terminei a 4ª série ginasial (seria hoje 8º ano, suponho) no Liceu Nilo Peçanha, Niterói - RJ, testemunhei fato parecido.
Era dezembro de 1965 (já depois do golpe militar, portanto).
No derradeiro dia de aula, uma horda de alunos perdeu o controle por algum motivo desconhecido. Em meio ao carnaval pelo fim do ano letivo, iniciaram um quebra-quebra no andar de cima e ao final de tudo, a turba ensandecida destruiu algumas salas de aula, chegando a jogar carteiras inteiras pelas janelas.
Estudei no Liceu de 1962 a 1967 e esse ano foi uma exceção, admito, mas aconteceu. E acho que ninguém foi cobrado, nem expulso, nem proibido de se matricular para o ano seguinte.
Abraço
Freddy

Jorge Carrano disse...

A impunidade, caro Freddy, é um dos grandes males que assola este país.
Entre o meu radicalismo e o império da lei há um enorme espaço para medidas educativas/punitivas que poderiam eliminar ou reduzir drasticamente estes atos de selvageria. Gratuitos, sem propósito sadio. É a barbárie pela barbárie.
Não ha explicação ou justificativa aceitável para atos desta natureza.

Riva disse...

Em estado de choque, quase coma .... veham isso, da VEJA :

http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/suecia-fecha-quatro-presidios-por-falta-de-detentos

Riva disse...

Como disse Jabour um dia .... "estamos sob o domínio do espantoso" ....!

Jorge Carrano disse...

Pois é, caro Riva, você teria a ousadia de ir à Escandinávia e se apresentar como brasileiro?
Eu morreria de vergonha.
Não faz muito tempo coloquei o link de um vídeo de um Juiz da suprema corte sueca indo para o trabalho de bicicleta.
E indagado se recebia auxílio moradia respondeu que o que ganha é suficiente para morar dignamente.

Os nosso ministros do STF têm carro oficial, auxílios diversos, staff de assessores, e se exibem nas plenárias com transmissão ao vivo.

Riva disse...

Meu filho Breno morou lá durante 1 ano, e se mudou há quase 2 meses para Ljubljana, na Eslovênia.

Nem te conto como as coisas são por lá ........

Jorge Carrano disse...

Apenas para os que não acompanham regularmente o blog, vejam sobre a Suécia o post cujo link vai a seguir. É só selecionar e colar na barra do navegador.
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/10/os-suecos-devem-nos-invejar.html

Tea with Erika disse...

Ai, que inveja dos suecos! Enquanto isso, em Patópolis...

Freddy disse...

1) Eu já disse que depois de visitar a Holanda passei a ter vergonha de ser brasileiro.
2) Eu também já disse que sou brasileiro por ter, acidentalmente, nascido aqui. Minha genética é 85% europeia...
3) Uma prima-avó já viajava incógnita pela Europa nos idos de 1960, falando inglês e tendo vergonha de se identificar como brasileira, tal a desordem causada pelos turistas de nosso país. Isso vem de longe...
4) Conheçam a Delegacia de Gramado-RS. Tem expediente normal tipo 8 às 17 e a cadeia também é vazia. Ande pelas ruas e procure mendigos... Tente achar aquilo que aqui chamamos de boteco de esquina, antro de bêbados e desocupados...

Saudades de New York na época da Tolerância Zero...
=8-/
Freddy

Jorge Carrano disse...

Mas um motivo de vergonha para nós.
Antes da exumação do corpo (restos mortais) de João Goulart, que como sabem foi trazido de volta, abriram duas sepulturas erradas.
Que coisa mais ridícula, bizarra.

Jorge Carrano disse...

Esclarecendo: os restos mortais foram levados para Brasilia. Ele estava sepultado em São Borja, no Rio Grande do Sul.
O motivo seria a realização de exames que possam desmentir ou comprovar a tese de que ele teria sido envenenado.
As notícias são um pouco desencontradas, mas não demora saberemos pela internet se houve mesmo este engano na exumação.
Como se explica se o mausoleo era da família?