5 de agosto de 2012

Profissionalismo, nacionalismo e mercenarismo



Há muito o ideal olímpico se transformou apenas numa frase vazia. A profissionalização e o mercenarismo botaram de lado o espírito de que importante é competir.

Que mercenarismo?  Jogadores de basquete, por exemplo,  preferem não participar de olimpíadas para se preservarem para seus clubes, que em última análise são os que  pagam seus altos salários.

Atletas se desentendem por causa das premiações financeiras.

Tem  aqueles que se naturalizam, adotando outra nacionalidade, por dinheiro e benefícios.

Lembro que no passado o futebol olímpico era disputado por amadores, tanto assim que países comunistas, onde não havia futebol profissional, disputavam com adultos, representantes de selecionados militares, enquanto nós mandávamos juvenis. Ou seja, jogador com contrato profissional não participavam.

Assim também no basquete. Engraçado é que temíamos que sendo possível participar com profissionais os americanos venceriam sempre com os Harlem Globetrotters cuja exibição assistíamos, sem saber que o grande inimigo seria a equipe formada por jogadores da NBA, agora permitido.

Os Trotters não obedecem as regras e até as violam para dar cor ao espetáculo mais circense do que desportivo.

O profissionalismo está chegando a tal ponto que na próxima competição de boxe, em 2016, os lutadores já não utilizarão aquela proteção na cabeça.

0 nacionalismo esta dando lugar ao interesse e conveniência pessoais. Tem muito atleta natural de um país competindo por outro em face de naturalização oportunistica.

Nessa linha, sugiro que ao invés de investirmos na formação de jovens desportistas, naturalizemos jamaicanos para competições de velocidade de curta distância; etíopes ou quenianos para corrida de  longa distância; nadadores americanos; lutadores de boxe cubanos; arremessadores de disco, peso  e dardo dos países do leste europeu e jogadores de basquete também americanos, como fizemos com o Larry Taylor que já joga pelo Brasil.

Sejamos pragmáticos. Mas que nacionalismo que nada. Que competir que nada. O importante é ganhar. Volto aos cumprimentos de despedida da Michelle Obama aos atletas americanos quando do embarque da delegação: “Divirtam-se e vençam!”


2 comentários:

Anonimous disse...

Há 35 anos, no Ginásio Gilberto Cardoso, o Maracanãzinho, assisti com meu filho ainda pirralho a uma apresentação magistral e cômica dos Globetrotters. Eles chegaram a interagir com a platéia, principalmente com as crianças.
Essa turma "colored" é que representa de fato o "dream team".

Jorge Carrano disse...

Acredite, Anonimous, tenho um filho de 47 anos e nunca o levei, que me lembre, para ver show dos Globettroters.
Mas, em contrapartida, fui levado por meu pai, quando ainda menino. Logo, há muito mais de 35 anos.
Quantas gerações de astros do basquete já integraram este grupo que mistura humor e esporte?
Eram, refiro-me ao passado quando assisti ao vivo, fantásticos.
Mas violam as regras do esporte não podendo por isso competir.
Abraço