28 de maio de 2010

Teatros

Ontem foi reaberto o Municipal do Rio de Janeiro. Também o Colon, em Buenos Aires, há alguns dias.
Ambos foram restaurados, interna e externamente, através de obras que duraram de dois a três anos. O Municipal do Rio, que vi por fora recentemente, ficou lindo. À noite, então, com a nova iluminação externa, impressiona.

E ficou muito charmoso o Assyrius, reaberto, agora com café na calçada, na 13 de Maio.  Vale a pena conhecer.
E o Colon, a julgar pelas notícias recentes, também foi inteiramente recuperado, voltando ao explendor que possuia.

Dois belíssimos teatros.

Prédios magníficos e palcos com históricos de apresentações de grandes talentos, em diferentes manifestações artísticas, como balé, ópera, montagens de peças teatrais de consagrados autores, protagonizadas por atores e trizes de fama internacional, como Sarah Bernhardt, por exemplo.

Em tempos idos, o Municipal carioca abrigou bailes de gala, carnavalescos, e desfiles de fantasias. O que, convenhamos, é um vilipêndio.

Em matéria de teatro, tive oportunidade de visitar, mesmo que parcialmente, outros com arquitetura portentosa, clássica, austera, que são o Royal Opera House Convent Garden, em Londres, e o Dresden Semperoper, na cidade do mesmo nome, na Alemanha.

Todavia, entre todos, o que mais me impressionou, não só pelo majestoso prédio, mas pela rica programação anual, variada, e pelo quadro de funcionários efetivos, mais de mil, mantidos parcialmente pelo estado, composto de artistas (músicos, tenores, sopranos, etc), eletricistas, engenheiros, costureiras, iluminadores, etc., foi o teatro da Ópera de Viena, ou, em alemão, como no catálogo que comprei, Wiener Staatsoper.

O orçamento anual é da ordem de 100 milhões de euros e, como disse acima, o estado banca 50% deste valor. São produzidas entre 50 e 60 óperas por ano, totalizando cerca de cerca de 200 apresentações.

O teatro possui cenários para montagem de 120 óperas e um guarda-roupa (figurinos) com cerca de 150.000 indumentarias e adereços.

Não, não sei isto de cór. É óbvio que se eu não tivesse anotado estes dados, relatados pelo guia local, que falava um português meio arrevezado mas inteligível, eu não saberia destas coisas.

Não deu para assistir coisa alguma neste teatro, eis que os ingressos são (ou eram, na época), vendidos com muita antecedência. Existem os frequentadores habituais, que assistem a quase todas as apresentações ou récitas. Já pensou, 50 óperas anuais?

Em contrapartida, assiti no Palácio de Schombrum, residência dos imperadores austríacos, da casa dos Habsburgos, uma apresentação de parte da famosa filarmônica, de arrepiar. Sensacional. E cantores líricos de muito bom nível.

Como não sou expert em música clássica ou erudita, minha opinião está calcada no quanto me emocionou. Não se trata de sentimento, mas sim de emoção. O mesmo acontece em relação a uma tela ou uma escultura. Se me emociona, então é o quanto basta.

Guardo com muito carinho o programa do dia. Ah! No intervalo foi servido champanhe. Chic, não?

Em resumo, indo a Viena*, ou Wein, é obrigatório ir a um coffeehaus, e tomar um dos melhores cafés do mundo. Comer um pedaço da famosa sachertorte, no hotel Sacher, e ir ao Teatro da ópera, se possível para assitir algum espetáculo.

Para que meus amigos paulistas não se sintam discriminados, devo admitir que o Municipal de São Paulo também é muito bonito e elegante. Lá assisti, em 1994, a montagem da opereta Porgy & Bess, com orquestra e vocalistas americanos. Bonito espetáculo, mas senti falta de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, que fizeram uma gravação memorável da obra dos Gershwins.


* Se você é ligado em arquitetura, vale a pena pegar um bonde e circular através da Ringstrasse. Você embarca e desembarca, querendo, no mesmo lugar. Também bastante interessante é a Escola de Equitação, espanhola, onde são treinados aqueles belos exemplares de cavalos andaluzes, brancos e imponentes.

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