Algumas destas frases prontas, genéricas, utilizadas de forma indiscriminada, guardam em si mentiras absurdas. Ou são meias verdades.
Por exemplo: o vinho, quanto mais velho melhor. Mentira! Depende do vinho, se é tinto ou branco, se é espumante ou tranqüilo e, mesmo entre os da mesma natureza, como por exemplo os tintos secos, há os que são de guarda, e aí sim melhoram com o tempo, se mantidos em locais e condições apropriados, ou devem ser degustados enquanto jovens, como Beaujolais nouveau.
Esta – frase - aí do título, por exemplo, merece um reparo. O dinheiro não tras, mas leva você à felicidade. Ao estado de felicidade.
Não fosse a falta de dinheiro (eu ia acrescentar também de tempo, mas seria redundante, pois se tivesse dinheiro faria o meu tempo), a esta hora estaria em Viena.
Trago ainda, na memória olfativa, o aroma dos cafés vienenses. Os melhores que jamais tomei. Refiro-me a infusão da rubiácea propriamente dito, embora possa afirmar, em acréscimo, sem vergonha ou medo de errar, que os locais onde são servidos (os Cafés), são os mais elegantes do planeta.
Podem não ser os mais charmosos, pois os franceses ganhariam neste quesito.
Antes que alguém queira me contestar, faço a ressalva que estou me referindo a locais até onde meu parco dinheirinho me permitiu conhecer. Se você tem muito dinheiro (e bom gosto) é possível que tenha conhecido locais mais sofisticados.
Falo comparando os Cafés da rua Graben, em Viena, ou, ainda na capital austríaca, localizados na simpática rua de pedestres chamada Karntenstrasse (o nome está nas minhas anotações de viagem), com os localizados em St. Germain-des-Près ou Montparnasse, em Paris.
Outra cidade encantadora, que tem bons cafés, é Dresden, na Alemanha, que quando conheci estava ainda em fase final de reconstrução, bombardeada que foi, ao final da 2ª Guerra Mundial (13 para 14 de fevereiro), por determinação do Churchill, segundo consta numa atitude desnecessária. A guerra já havia praticamente terminado.
Estou divagando, mas retorno ao café infusão, e aos Cafés estabelecimentos de Viena. Aqueles de excelente qualidade (só importam grãos de primeira) e estes elegantes, clássicos, com a nobreza possivelmente herdada dos Habsburgos.
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