14 de dezembro de 2009

Um domingo Spicy, e sem Brasileirão

Por Paulo March, engenheiro, tricolor, através de e-mail

Acordei às 11h, por conta de um casamento rock and roll, ontem lá na Flamboyant de Jurujuba. Antes de entrar nos detalhes do domingo, vou comentar sobre o casamento.

Marcado no convite para 20:15h (por que não 20:26:55h ??), lá pelas 21:30h eu já estava meio inquieto por conta do "enxame"de garçons servindo coca-cola, guaraná e água.

Na nossa mesa, repleta de conhecidas irmãs Cajazeiras e de um casal amigo, logo notaram minha inquietude e veio uma notícia tranquilizadora :

- "A mãe do noivo mandou avisar que depois da cerimônia civil vai liberar bebida alcoólica.", me disse uma delas.

- "Ainda bem ....gastei 25 reais de taxi para escapar das blitzes", retruquei. Ou será que é para o noivo ou a noiva não desistirem do casamento, depois de tomarem umas ?, pensei.

O casamento foi legal, original, alegre, mas quando acabou começou a tocar a banda de rock do noivo. Alto pra cacete !! Pensei que os garçons iam distribuir megafones para os convivas poderem conversar.

E o pior, o baixo muito baixo, a guitarra alta demais (todo guitarrista gosta de aparecer mais que o cantor), e alguma coisa desafinada. Comecei a ficar inquieto de novo, mas aceitei sugestão da Isa de ficar quieto e não falar nada.

Mas o som estava alto demais ..... uma avó desfilava pra lá e pra cá com uma criancinha no colo, de no máximo uns 10 meses, com os olhos esbugalhados.

E a avó sorrindo, achando que a coitadimnha estava feliz com o casamento ..... deixa ela ver a conta do analista daqui a alguns anos. A já adolescente deitada no divã, com os olhos ainda esbugalhados, tentando fazer o psicanalista entender a origem de tanta ansiedade.

Ah, mas e o domingo ....... sem futebol, sem sol.

Tinha que arranjar alguma coisa para escapar do Faustão.

Restaurante !

Breno ganhou da empresa um VISA eletrônico de 500 pratas. A idéia era ir todo mundo ao La Plancha na Barra, devorar uma chapa de frutos do mar grelhados com arroz de açafrão.

Mas aí bateu aquela preguiça de domingo recém acordado, já era 13h, La Plancha fica a 40km de distância, etc, etc. Vamos por aqui mesmo em Niterói.

Depois de várias idéias, optamos pelo Seu Antonio, em Piratininga, pela qualidade, custo e distância.

Quando entrei na rua do Seu Antonio comecei a descobrir o que se faz em Niterói em domingos sem Brasileirão e sem praia. O programa de todos é .....almoçar no Seu Antonio !!!! PQP !!!

Pegamos o número 173, com previsão de 1h de espera, em pé !!

Demos o pira !

No carro, novo debate .... e agora ? A ficha 173 do Seu Antonio já tinha virado rascunho para jogo da velha, jogo da fôrca, etc.

Viro pra onde ? Pra esquerda, alguém gritou dentro do carro. E lá fomos nós, sem saber pra onde.

Viro pra onde ?

Aí, tive uma idéia ..... Carlos, meu irmão, é um saco para elogiar algum restaurante, e ele anda elogiando muito o SPICY, no Jardim Icaraí.

O que acham ?

Unanimidade !!!! Vamos lá. Se Carlos gostou, risco zero de ser ruim !!!!

Aumentei o volume do som do carro, e lá fomos nós, VISA na bolsa da Isa.

Estava lotado no lado de dentro, mas não demorou a vagar 2 mesas, afinal já era 15h.

Quando a batata frita de 26,90 chegou quase infartei ..... mal dava para o João Guilherme.

Depois arriscamos um filé parmegiana aperitivo. Também 27 reais. Incrível a pequena quantidade.

As moscas começaram a ficar agressivas, rondando nossa mesa e algumas mais atrevidas fazendo incursões kamikazes, sob os olhares assassinos da Isa, especialista na matança de insetos.

Fizemos os pedidos : 3 hambúrgueres de picanha, um strogonoff de filé e uma salada de bacalhau para a Isa.

De repente, achamos um mini totem sobre a mesa, com várias combinações de petiscos, que não tínhamos visto antes, nem os garçons nos avisaram.

Uma rápida olhada e ......... mandamos vir um mix com atum e polvo grelhados, antes do principal chegar.

Novamente pouca quantidade, e o polvo super salgado. As moscas se alvoroçaram com o cheiro de peixe, e passaram a se arriscar mais, super agressivas, sendo que uma delas, desesperada, errou o bote e mergulhou no refrigerante do Breno. Garçon, outro copo por favor !!

Chegou a comida .... e ......... na 1a. dentada no hambúrguer, tive vontade de tomar 1 litro de água. Sal puro.

Isa, com seus olhos de águia caçadora de insetos avisou Breno ....seu pão do hambúrguer está mofado !!!! Vimos o círculo esverdeado. Instantaneamente pensamos no Benedicto para processar o restaurante.

Mas Breno calmamente, retirou o mofo, e tentou comer o hambúrguer.

Enquanto isso, Isa lutava contra espinhas da seca salada de bacalhau à sua frente.

O restaurante esvaziou e uma garçonete resolveu limpar o chão do salão, em volta da nossa mesa. Só faltou colocar algumas cadeiras reviradas sobre as mesas, para facilitar a limpeza do chão.

Olhei para os lados, e vi que ninguém ia conseguir derrubar os hambúrgueres.

Pessoal, vamos parar .... ninguém merece.

Unanimidade.

Garçon, a conta por favor !!!

Vcs querem uma sobremesa ou um cafezinho ?, perguntou a garçonete.

Não, só 1 SBP e 19 Sal de Frutas ENO e a conta mesmo .......

Digitei a senha do VISA BRINDE, rezando pra ela estar certa, e poder chegar em casa e ainda pegar o Faustão !!!!

Que falta faz um Brasileirão aos domingos !!!!!

Que saudade daquele estresse com o Flu !!!!

4 comentários:

Carrano disse...

Prezado Paulo,
Já passei por situação semelhante, no Seu Antonio. Enorme fila de espera. E o pior é que o restaurante estava em obra. É no que dá ir a locais da moda. Mas o preço e a qualidade do preparo da comida justificam.
Grato por autorizar a publicação de sua mensagem eletrônica de hoje, que achei muito pertinente e tempestiva. E bem humorada.
Carrano

Freddy disse...

O único motivo que me fazia frequentar o Spicy era o salão com ar condicionado. Desde que abriram para integração com o espaço externo, jamais voltei. Bota ano nisso! O polo gastronômico de Jardim Icaraí, rua Leandro Motta e redondezas, tem opções bem melhores.

Jorge Carrano disse...


Agora, passados muitos anos, vivemos tempos de coronavírus, pandemia assustadora, que nos mantém reclusos em casa sem futebol, restaurantes, visitas a amigos, caminhada no calçadão ...

Anônimo disse...

Estou me mijando de rir.Muito boa mesmo.