13 de março de 2017

LENDAS

Gosto muito de lendas. O mais das vezes elas fantasiam, ou são alegorias ou ainda livres versões de fatos reais, históricos.
E quando não guardam qualquer relação com fatos acontecidos, sendo produto da imaginação popular, sempre contêm uma moral em seus contexto.
Estas duas que publico a seguir, pinçadas na rede, por preguiça de escreve-las, ouvi em Portugal e na Itália em viagens realizadas aos dois países europeus.

PORTUGAL
A lenda do Galo de Barcelos narra a intervenção milagrosa de um galo morto na prova da inocência de um homem erradamente acusado. 


Barcelos
Um dia, os habitantes de Barcelos andavam alarmados com um crime, do qual ainda não se tinha descoberto o criminoso que o cometera. Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo, apesar dos seus juramentos de inocência, que estava apenas de passagem em peregrinação a Santiago de Compostela, em cumprimento duma promessa.
Condenado à forca, o homem pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou:
- "É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem."
Galo de Barcelos
O juiz empurrou o prato para o lado e ignorou o apelo, mas quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Compreendendo o seu erro, o juiz correu para a forca e descobriu que o galego se salvara graças a um nó mal feito. O homem foi imediatamente solto e mandado em paz.
Alguns anos mais tarde, o galego teria voltado a Barcelos para esculpir o Monumento do Senhor do Galo em louvor à Virgem Maria e a Santiago Maior, monumento que se encontra no Museu Arqueológico de Barcelos. 
Fonte:

 ITÁLIA

A origem do Gallo Nero é uma antiga lenda aconteceu no século XII – época das sangrentas lutas medievais -entre Florença e Siena pela posse da famosa região do Chianti. Senesi e Fiorentini – donos das regiões – resolveram a questão de uma forma muito curiosa.
Ambas as cidades – Florença e Siena – decidiram disputar a definição da fronteira através de uma prova inusitada e pacifica entre dois cavalheiros, onde cada um usaria as cores referentes a sua cidade.


Siena

Florença
Para a pacifica disputa, cada cavaleiro partiria de sua cidade ao cantar do galo e a fronteira de Florença e Siena seria definida quando os dos cavalheiros se encontrassem no meio do caminho entre as duas cidades. Ou seja, aquele que mais corresse aumentaria sua terra.
Na véspera da disputa, Siena escolheu um galo branco e Florença um galo negro. Siena, a fim de deixar o seu galo mais feliz, o empanzinou de comida, convencido que bem alimentado o galo iria cantar antes que o outro. Já Florença não alimentou seu mascote.
No dia do julgamento, o galo negro de Florença, desesperado de fome, começou a cantar antes do sol nascer, e o galo branco de Siena ainda dormia, pelo simples motivo de estar satisfeito e com a barriga cheia.
Os cavalheiros partiriam cada um do portão de sua cidade. O cavaleiro de Florença começou o galope com o canto do galo preto, enquanto o cavaleiro de Siena teve que esperar muito tempo até que o galo branco, empanturrado de comida, resolvesse cantar.
Os dois cavaleiros se encontraram apenas 12km dos muros de Siena, no município de Castellina, local que passou a ser chamado Croce Fiorentina, e assim a República de Florença conquistou uma grande parte da região de Chianti através de uma disputa pacífica.
O acordo entre as cidades foi respeitado e o limite entre as duas ficou sendo ali mesmo, no local de encontro dos cavalheiros. Quase todo o território entre Florença e Siena ficou sob o domínio da República Florentina. Hoje, a região é responsável pela produção dos famosos vinhos Chianti que recebem o selo do ‘Gallo Nero’, que são fabricados seguindo regras bastantes restritivas, elevando a qualidade frente aos demais.
A história que rondeia a lenda desse galo revela uma sabedoria enorme e prova que nem sempre uma disputa precisa ser marcada por sangue e morte. Ah, e sobre o galo branco, não se sabe muito o que aconteceu, mas se pode imaginar o destino dele, né?

Notas do editor:
1) Estas duas lendas já foram mencionadas em textos aqui publicados em narrativas do blogueiro. Agora são publicados textos de terceiros, encontráveis na rede mundial de computadores.
2) As imagens também  foram pinçadas via Google.

3) Gosto dos Chianti, mas não são os meus favoritos na Itália. Prefiro os do Piemonte.

4) Não sei se ainda existem a venda no mercado (comprei em Fátima, num mercadão ao lado da basílica, um galo que mudava de cor segundo a variação do tempo). Se iria chover ele escurecia.

2 comentários:

Riva disse...

Referente ao item 4, temos um galo assim aki em casa.

Amigos massacram ....rsrsrs .... um em Cascais, onde pretende ficar 2 meses direto. Outro indo para a Itália visitar a filha, e depois para a Croácia. Um casal se banhando na Tailândia. Uma amiga partindo para Portugal em excurção. Outro indo para mergulhos e pescaria no Panamá.

Fui ali me enforcar !

Jorge Carrano disse...

FUTEBOL:

O Granada, da Espanha, na semana passada, e o Frankfurt, da Alemanha, hoje, colocaram em campo onze jogadores de nacionalidades diferentes.

Nações Unidas ou Torre de Babel ou pasteurização do futebol?