7 de dezembro de 2013

Análise incipiente e insipiente sobre a "Copa de 2014"

Bem, se por um lado a missão do Brasil, na fase de grupos, não será muito difícil (teoricamente), a partir das oitavas a coisa complica uma barbaridade. De cara, na teoria, enfrentaremos Espanha  ou Holanda. Que se imagina serão as duas classificadas no grupo “B”. Em qualquer hipótese, complicado.

E o caminho projetado, até à final e ao título, podemos ter que passar por outros campeões mundiais, segundo probabilidades consistentes: Argentina e Alemanha. Também estas seleções elencadas como favoritas ao título.

Por falar em título, algumas das seleções na disputa não têm nenhuma chance. Alias mesmo para classificação dento de seu grupo, a chance é mínima. Exemplo? Costa Rica.

A Inglaterra tem hoje, indiscutivelmente, a melhor liga de futebol. A mais bem organizada, a mais prestigiada, a mais badalada. Mas tem um time fraco, comandada por um técnico inexpressivo, sem grandes conquistas na carreira. Tentaram técnicos estrangeiros e não deu muito certo. Decidiram colocar um inglês na função, mas não existe um profissional inglês vencedor, com méritos.

Além da capacidade técnica das seleções, outros assuntos extracampo dominam as discussões e as resenhas esportivas. As questões geográficas e climáticas, que implicam em grandes deslocamentos, entre uma sede e outra, o que pode ser agravado com as variações de temperatura e humidade do ar.

Argentina viajará pouco e ficará aqui pelo sul e sudeste. Algumas seleções terão percurso de quase 6.000 Km para percorrer na fase classificatória. Isto pesa bastante.

Entre as duplas de ataque, destacam-se as do Uruguai, com Luis Soáres e Cavani. A da Argentina, com Aguero e Messi (se este estiver em forma, sozinho desequilibra), ou ainda Higuain e Di Maria. A Holanda tem Van Persie e Robben, dois perigosos atacantes. A Espanha, é curioso, matador mesmo não tem nenhum em boa forma, o Eduardo Costa (brasileiro naturalizado), é uma aposta, assim como o Negredo (veterano). Isto porque o Fernando Torres atravessa uma má fase. Iniesta, Xavi e Fabregas são mais “armandinhos”.

Nós não temos ainda, com certeza, um Fred bem física e tecnicamente. Neste momento ele é uma incógnita. O que significa dizer que o Felipão poderá ter problemas para encontrar o “homem de referência na área” que ele tanto gosta.

Portugal tem o Cristiano Ronaldo, que vale por dois. O que ele anda jogando é uma barbaridade. Será, e com todos os méritos, eleito o melhor jogador da temporada, já que o Messi teve muitos problemas de lesão e não foi tão brilhante como nos anos anteriores.

Duas palavrinhas sobre as seleções da Croácia e da Bósnia. Como sabem estes países tiveram origem no esfacelamento da antiga Iugoslávia, o que ocorreu após a morte do Marechal Tito que conseguiu manter unidos os povos de origem croata, servia e eslovena, não obstante as diferenças entre eles.

A Iugoslávia*, ainda unida, tinha um bom futebol. Foi uma vez campeã olímpica e pelo menos três vezes vice-campeã. Naquela época o futebol no leste europeu** era amador, e por isso levavam vantagem na disputa, pois utilizavam adultos, em geral militares, contra os juvenis (nossos amadores) do Brasil, por exemplo. Assim, Hungria, Tchecoslováquia, Alemanha Oriental e Iugoslávia conseguiram a taça olímpica no futebol.

Pensei em fazer uma lista das seleções que segundo meu entendimento não têm qualquer chance de conquistar o título, ou mesmo ir até a final. Mas ficaria uma lista imensa, com pelo menos vinte e duas seleções.

Por isso prefiro relacionar as dez que na minha opinião podem chegar à final: Alemanha, Argentina, Espanha, Itália, Inglaterra, França, Bélgica, Holanda e Brasil.

Notaram que listei apenas 9?  Pois é, não consigo atinar que outra seleção não arrolada teria condição de caminhar até a partida final. E desta lista apenas dois países até hoje não levaram o título, Holanda e Bélgica. Isto significa que dificilmente teremos um novo campeão. Haverá repetição de vencedor.
 
 
*1 Breve histórico:
  • 1918 – Da fusão de territórios do Império Turco e Austro-Húngaro, surgiu o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos
  • 1929 – A denominação muda para Reino da Iugoslávia
  • 1941 – Iugoslávia foi invadida pela Alemanha nazista e desmembrada. Na guerra de resistência contra o invasor alemão, destacou-se a liderança da figura de Jozip Broz (TITO), Secretário-Geral do Partido Comunista Iugoslavo e artífice da libertação do seu povo.
  • Término da 2ª GM – A Iugoslávia estava devastada, o Marechal Tito teve seu poder fortalecido, fato que causava mal-estar em Moscou.
1945 até 1980 – Governo do ditador socialista Tito, em sistema federalista. O território englobava 06 repúblicas e 02 províncias autônomas, pertencentes à Sérvia. Ver figura abaixo.
  • 1980 – Morte de Tito. Foi instituído um colegiado, com presidência rotativa, sem sucesso.
  • 1991 - Croácia, Eslovênia e Macedônia declaram independência. Sérvia e Montenegro uniram-se formando uma nova Iugoslávia denominada República Federal da Iugoslávia.
  • 1992 - Bósnia declararou sua independência. Então iniciaram-se os conflitos armados.
  • 1995 - Acordo de Dayton resolveu a situação da Bósnia, transformando o país em uma confederação formada por uma república muçulmano-croata e uma república sérvia, separando territorialmente esses grupos.
  • 2006 – Montenegrinos optaram, em plebiscito, pela separação em relação à Sérvia. Com a separação ficou concluído o processo de fragmentação das seis repúblicas que formaram a antiga Iugoslávia.

 
**2 Trata-se de erro geográfico pois na verdade ficam no centro do continente.                                                       
 

 










































                                           
     
             
               

               
                 
                 
                 
                 


                   
                       

                       





                      6 comentários:

                      Freddy disse...

                      Seria ótimo se encarássemos logo a Espanha ou a Holanda. Sendo derrotados de cara, todo o aparato construído para o pão e o circo ia dar em nada. Gostaria de ver, então, como a Dilma e correligionários iam deglutir essa!
                      Isso seria melhor até que um novo Maracanazzo, apesar de que entregar o ouro à Argentina em casa na final seria cavernosíssimo!
                      <:O)
                      Freddy

                      Riva disse...

                      Não sei se meu post será censurado, mas meu coração só tem um lugar em futebol, ocupado pelo FLUMINENSE.

                      Então, QCfoda a seleção, pela qual deixei de torcer desde 98, depois que soube de detalhes horrorosos dos bastidores, contados por um dos que lá estavam dentro dos vestiários.

                      Some-se a isso que não reconheço esses mercenários como representantes da pátria amada.

                      Mas numa análise fria do sorteio, deixando de lado a sacanagem de jogarem a Alemanha para o nordeste, Italia x Inglaterra em Manaus (kkkkkkkk, bem feito para os ingleses pela putaria que fizeram com Portugal em 66 ...a bola mata !), eu diria que essa Copa parece muito com o Brasileiro desse ano .... tirando o Náutico, digo, a Costa Rica, e o Cruzeiro, digo, a Alemanha, tudo é jogo duro, imprevisíveis.

                      Eu acho que se o brasil (com minúscula mesmo) passar por Espanha ou Holanda, trava no seguinte, que será ou Inglaterra, ou Itália ou Uruguai.

                      Em resumo : lamentável o sorteio dirigido, que privilegiou um ranking fajuto, desprezando a história das copas, facilitando o caminho da África para uma final, desejo antigo da FIFA.

                      Voltando pra caverna ....

                      Riva disse...

                      Complementando meu comentário anterior: se torço para alguém, realmente quero a Argentina na final contra qualquer um ! Sempre jogaram um futebol bonito, aliado à raça e determinação.
                      #listohablado

                      Jorge Carrano disse...

                      Caro Riva,
                      Olho na Alemanha. Na última Champions botou dois times na final.
                      A seleção também joga de forma muito competitiva (sempre).
                      Também gosto de futebol bonito, mas são os títulos que contam na história e nas estatísticas.
                      As seleções de 82 e 86 eram tidas e havidas como bastante técnicas.
                      Fomos nos roçar nas ostras. A de 1970 reuniu talento, boa forma física e muita vontade. Meu modelo de seleção nacional.

                      Riva disse...

                      Alemanha x Argentina, pela 3ª vez na final ... meu palpite

                      Jorge Carrano disse...

                      Computado seu voto, Riva. No post dos palpites.