30 de abril de 2012

Maucaratismo, hipocrisia, má-fé


A imagem é de causar inveja aos meus amigos poetas Ricardo dos Anjos e Esther Bittencourt, mas deixa aberta uma questão relevante.

 Refiro-me a trecho da entrevista concedida pelo novo presidente do Supremo Tribunal Federal a uma revista semanal, referindo-se as práticas condenáveis que ocorrem em Brasília: “... eu internalizei muito a postura das garças, que vivem em ambientes enlameados, nos manguezais e brejos, mas quando vão pousar executam uma coreografia tão cuidadosa que conseguem  preservar a alvura de suas penas.”

Bonito! Poético, mas não é suficiente manter a alvura das penas, pois não basta parecer, há que realmente não se sentir atraído pela lama dos brejos e manguezais, e pelo visto as garças gostam de se alimentar do que neles se contém.

E Brasília, vamos combinar, esta muito mais para habitat de carcarás, gaviões e outros predadores impiedosos.

A corrupção, a fraude, o desvio de verbas, o apadrinhamento só ocorrem em Brasília? Claro que não. Mas lá SÓ ocorrem estes malfeitos,  para usar uma expressão do agrado da presidente.

Mas a hipocrisia, o maucaratismo, a má-fé, a ganância, o gosto pelo enriquecimento sem causa, está no meio de nós, em toda parte e latente em pessoas insuspeitas, apenas aguardando a ocasião de se manifestar. Ou você pensa que não existem milhares de Demóstenes?

Eu não estou me excluindo, pois não fui ainda suficientemente testado. Já tive chance de ficar rico, mas milionário ainda não. 

No outro dia meu filho Jorge, num post publicado em seu blog “Cavernaweb”, e que reproduzi aqui no “Generalidades”, fez uma reflexão a respeito do fato de num cubo haver sempre uma porção oculta, quaisquer que sejam os ângulos em que tentemos observa-lo.

Assim é o ser humano, por mais que achemos que conhecemos as pessoas, sempre haverá uma porção, uma faceta, um aspecto da personalidade que não havia ainda se manifestado e por isso desconhecíamos.

Se calhar qualquer dia contarei alguns casos, sem dar nome aos bois evidentemente, de clientes e amigos que pretendiam tirar vantagem de certas situações, de oportunismos, obtendo o que chamamos enriquecimento ilícito.

4 comentários:

Gusmão disse...

A corrupção e a roubalheira sempre estiveram presentes nos meios políticos. E como bem disse o Luiz Fernando Veríssimo em sua coluna de ontem, nós a aceitávamos ou fazíamos vista grossa.
Havia roubo, mas também realizações.
Lembra do "rouba mas faz", do Ademar de Barros?
Pois é. Maluf é tido e havido como "ladrão", mas quantas vezes ele se candidate, tantas vezes será reeleito em São Paulo, porque fez muitas obras. Elas eram as fontes de lucro, com o superfaturamento.
Abraços

Freddy disse...

A economia girava !
rs rs

Abraços
Freddy

Riva52 disse...

Falando em CUBO ...quem é verdadeiramente o Freddy ?

Ricardo dos Anjos disse...

Ih, como a visão engana; numa leitura rápida li macartismo ao invés de maucaratismo. Aliás não há muita diferença daquele tempo, principalmente aqui, atualmente, guardando algumas e devidas proporções.
Ah, uma leitura imprescindível:
www.advivo.com.br/blog/luisnassif

Deem um rolé nesse site/blog e depois me contem...