Tenho implicância, sim, com o Marco Aurélio Garcia. E com Nelson Jobim, com Tarso Genro, com Mauricio Corrêa, Eurico Miranda, Eros Grau, com Zico (o homem, não o atleta), com José Ribamar (vulgo Sarney), Marco Aurélio Mello, com alguns que já sairam da midia, tipo Paulo Arns (cardeal em São Paulo) e muitos outros mais.
As razões, que variam de caso para caso, têm a ver com ética (do grego ethos - caráter), com moral (do latim mores - costumes), e com sentimentos que reprovo, como inveja e falta de humildade, e, porque não, ainda e principalmente, por conflitos de opinião politico-ideológica.
Vou pegar um caso como exemplo: Nelson Jobim. Como deveria ser intitulado um homem que consegue ascender a cargos importantes no executivo, no legislativo e no judiciário? Um gênio da raça. Não menos do que isso. Vejam: o homem é ministro de Estado (no momento da Defesa, mas já foi da Justiça), foi deputado constituinte (tendo sido o relator titular da Revisão Constitucional, levada efeito entre 1993 e 1994) e foi ministro da mais alta Corte de Justiça, o Supremo Tribunal Federal, tendo exercido sua presidência. Não é pouca coisa, não, gente. Em qualquer pais do mundo, alguém com preparo para exercer cargos de ponta e de tamanha expressão nos três poderes do governo, seria mais ou menos um fenômeno. Estadista seria pouco para qualifica-lo.Quando morto, teria estatuas e bustos espalhados pelos quatro cantos da cidade natal e na capital federal.
No entanto, é fraudador confesso¹ do texto constitucional. Se não pelo caráter, eu o reprovo pela boca, que deveria ter ficado fechada. Mas sua vaidade (afinal exerceu a relatoria da revisão constitucional) o levou a confessar que incluiu no texto, na calada da noite, à sorrelfa, dispositivos não discutidos e votados no plenário do congresso nacional.
E depois foi para o STF, que é o guardião do cumprimento da Constituição Federal. Pode?
Se oferecer, ele aceita ser centroavante do Flamengo no lugar do Adriano. Ele quer aparecer e produzir frases de efeito², sua especialidade. Mas também neste quesito perde; no caso para o Romário³.
Parafraseando o Caetano, de perto ninguém é íntegro, ninguém é honesto.
Notas do autor:
1 – Num caderno especial comemorativo dos 15 anos da Constituição, que circulou junto a edição de domingo, 5 de outubro de 2003, o citado Nelson Jobim confessou que, em conluio com Ulisses Guimarães, introduziu no texto a ser promulgado, artigos não votados em plenário.
2 – Quando assumiu como principal Relator da revisão constitucional, disse que “usaria mais a borracha do que o lápis”. No entanto deixou que ficassem barbaridades como tabelamento de juros, que o Pedro II é instituição de ensino federal, que o advogado é essencial para a Justiça, e outras coisas absolutamente impertinentes no texto de uma Constituição de Estado.
3 – O baixinho tem algumas ótimas, mas as minhas preferidas são: “Pelé com a boca fechada é um poeta...” ou “chegou agora no ônibus e já quer sentar na janela”.
11 de janeiro de 2010
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