Guardo na memória cenas impressionantes exibidas na TV. A mais recente foi a colisão do avião com uma das torres gemeas no World Trade Center, em NY; o anônimo chinês que enfrentou os tanques, na praça da Paz Celestial é outra; há mais tempo, a chegada e a primeira caminhada dos astronautas na lua; a atleta maratonista que chegou trôpega na linha de chegada.
Enfim, outras marcantes imagens povoam nossa memória, ora como chocantes, deprimentes, ora como fantásticas, incríveis.
A cena exibida no noticiário de TV, em 21de janeiro, foi comovente. Em meio aos escombros no Haiti, foi retirado com vida, após oito dias soterrado, um menino de sete anos.
Claro que os presentes, fossem os socorristas, fossem os curiosos que acompanhavam o resgate, aplaudiram o menino no colo do homem que o retirou debaixo dos blocos de concreto. Diante dos aplausos, que fez o menino desidratado, faminto: abriu os braços e um largo sorriso, como fazem os artistas em resposta aos aplausos do público. Foi lindo e comovente.
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Embora sem grande divulgação (vi apenas uma pequena nota na imprensa), consta que o ministro Eros Grau pretende antecipar sua aposentadoria.
Seria ótimo. Parafraseando alguém que já não lembro, se for verdade, esta aposentadoria “preencheria uma lacuna na mais alta corte”.
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Em face do aparelhamento do Estado, das empresas públicas e dos fundos de pensão de estatais, com preenchimento de vagas estratégicas com petistas, ex-dirigentes sindicais ligados a CUT et caterva, ocorre –me uma velha piada, dos tempos dos governos militares, que reciclo com mudança de personagens, claro:
Passeando pelos jardins internos do convento, uma freira pergunta a outra se ela sabe quem será designada Madre Superiora. A indagada responde que não, não sabe, mas o boato é que será uma ex-integrante de movimento de inspiração trotskista, ligada a ministra Dilma Rousseff, no Comando de Libertação Nacional.
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Eu tinha programado dar uma trégua e parar de falar por algum tempo do ministro Nelson Jobim. Afinal vocês estão cansados de saber o que penso dele. Mas ele não deixa, por causa de seu “multilateralismo laringológico” (licença Elio Gaspari).
O fato que deu origem ao ácido e oportuno comentário do jornalista, foi uma entrevista do ministro da Defesa, ao chegar do Haiti menos de três dias após o terremoto. Vejam as palavras dele: “Desaparecido é o termo ténico para corpos não encontrados. Evidentemente que neste momento a palavra desaparecido funciona como um eufemismo”.
Eu assisti esta entrevista, na qual o posudo ministro insinuou que quem não havia ainda aparecido estaria morto.
Condenou à morte mais de cem pessoas que foram retiradas dos escombros na capital haitiana após a citada entrevista.
Não vá o sapateiro além das sandálias, ou “ne sutor ultra crepidam”*
Felizmente as palavras de Nelsom Jobim são apenas words, words, words...
* consta que solicitado a dar as características de uma sandália calçada por Alexander Magno, numa tela pintada por Apeles, um sapateiro começou a criticar os demais elementos do quadro do retratista oficial do general conquistador. Essas palavras foram a reação do pintor, apud Plínio, o Velho, em uma de suas obras sobre história.
Bem, Apeles era grego. Possivelmente suas palavras foram proferidas em grego e não em latim, como no texto. Ou não!
24 de janeiro de 2010
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