31 de março de 2020

BLUES


Não sei quanto a você, paciente leitor, mas para mim mesmo algumas coisas boas da vida têm hora e local certos para desfrute.

É o caso do blues. E como ouço pouco tenho a maior mão-de-obra para poder alcança-los e por para tocar. Falo, claro, dos LPs antigos que agora estão sendo resgatados e voltaram ao mercado.

Os meus, umas três dezenas (só de blues), foram basicamente adquiridos na Praça Benedito Calixto, em São Paulo, quando lá residi num flat próximo. Aos domingos a feira oferecia de um tudo. Usados, mas em bom estado.

Algumas relíquias, inclusive no terreno da música, eram encontradas na feira. Por vezes me perguntava o que levaria as pessoas a se desfazerem (não estava na moda falar em desapego) de alguns álbuns de grande valor artístico, raridades mesmo.

Vejam a trabalheira. Tirar de cima do pequeno baú o aparelho três em um, com a função toca discos.



Neste baú estão guardados, livres de poeira e umidade, os LPs supramencionados. Com um escovinha tipo de unhas, mas que ao invés de pelos ou fios de plástico tem um revestimento de veludo, dou uma passadinha dos dois lados e coloco para tocar.

As guitarras emitem sons plangentes, e os vocalistas liberam seus lamentos, expõem suas almas. 



Claro que isto é muito pessoal. Tem quem prefira o funk, que para minha aflição teria derivado do blues.



Amanhã os coloco de volta no baú, que não é o do Silvio Santos, infelizmente. E volto aos CDs de jazz.

O blues é sim coisa de negro, americano e descendente de escravos.

Mas tem um branco, inglês, que se aproxima da alma e espírito daquele negros americanos, trabalhadores das lavouras  de fumo e algodão.

Ouçam, mas no YouTube tem vários outros tracks:


16 comentários:

Jorge Carrano disse...


Segunda-feira, com blues e, para o Riva, um Juanito Caminador, ficou uma combinação perfeita.

Digo para explicar que o post está sendo publicado hoje, dia 31, mas tudo aconteceu ontem.

Jorge Carrano disse...


Inclui agora, depois de publicado, um link do YouTube, com uma interpretação do Eric Clapton, que não é negro, nem americano e nem descendente de escravos.

Ele captou a alma dos descendentes de escravos. O lamento na guitarra e na voz, são bem próximos dos autênticos bluesmen.

Está em :
https://www.youtube.com/watch?v=eXbEX27vDoI.

Incógnita disse...

Em tempos de quarentena temos outra opção.

*BOLSHOI ONLINE*
🩰🎭🎻🎹🎷🩰
*_AS APRESENTAÇÕES MAIS FAMOSAS DA ESCOLA RUSSA ESTÃO NO YOUTUBE_*


🦢
*O Lago dos Cisnes*
https://youtu.be/cdq5Rw9SS-8

🧖🏻‍♀️
*A Bela Adormecida*
https://youtu.be/RkAHSXki4eI

💂🏼‍♂️
*O Quebra Nozes*
https://youtu.be/Rwc9nsxFSJQ

👩‍❤️‍💋‍👨
*Romeu e Julieta*
https://youtu.be/AT1zTPwd2Vk

Jorge Carrano disse...


Cara incógnita, estas manifestações artísticas não são excludentes.

O perigo está, conforme piada que circula no Zap, na moda adotada na Itália, onde tenores a cantoras líricas estão indo para as janelas fazer récitas para a vizinhança.
Diz o paulista, na piada, que se isto acontecer aqui ele não vai aguentar ouvir tanta música sertaneja. rsrsrs

Riva Zonzo disse...

Qualquer manifestação artística é válida, tendo hora e lugar, ou lugar e hora. Esse o grande sucesso da Internet, vc com sua família e amigos vêem quando querem e onde querem.

O que tenho assistido/ouvido aqui de casa não chega a ser desrespeito pelo momento que estamos vivenciando. Mas o seria em outra época e contexto - verdadeiros absurdos em volume sonoro e em "qualidade" da música (no meu entender).

Confesso a vcs aqui do Pub da Berê que tenho ouvido até música clássica e jazz, que a maioria sabe não é minha praia, mas tem me acalmado. Rock não dá, estou a mil por hora, não vai me ajudar.

PS1: fizemos uma encomenda hoje ao Supermercado REAL, e o LYSOFORM foi cobrado 50% mais caro do que costumamos comprar em outros locais (anda meio desaparecido com essa pandemia). E os remédios aumentam hoje ...não deveria, né ?

PS2: hoje estamos há 15 dias enclausurados, e .... sem brigas.

Jorge Carrano disse...


Só tem uma coisa que me deixa inquieto, Riva.

Não saber quando esta pandemia, que nos obriga a este isolamento social, terá fim.

A imprevisibilidade é de lascar. Nada como se ter um dead line. Ai a gente administra melhor o tempo, os afazeres, faz um projeto em suma.

Alessandra Tappes disse...

Amo música. Não vivo sem. Para estudar, relaxar, trabalhar, ligo minhas playlists pelo celular. (Uma maravilha da tecnologia: o celular...rs)

Mas minha passagem pelo blues se deu no fim dos anos 90, quando caí de encanto por um filme " Os irmãos cara de pau". O som do blues rasgado me fez colecionar cds do então conhecido como "bluesman branco: Charles Musselwhite.

Um som que, quando quero que meus pensamentos viagem, tenho roteiro garantido.

Vale a pena ouvir de novo.

Bjs!

Ana Maria disse...

Consegui ontem o Lysoform original por 9,90. Ele tem andado sumido junto com o álcool gel e o álcool 70°.

Incógnita disse...

Está circulando uma informação na internet, que se você ficar mais de uma hora sem usar álcool em gel suas mãos elas vão começar a tremer.
Crise de abstinência.
Como costuma dizer o Riva, "pano rapido"

Jorge Carrano disse...


Interessante, Alessandra, como a gaita de boca se encaixa no blues.

Não tenho o Charles Musselwhite entre meus prediletos, mas reconheço nele um veio bluseiro bem respeitável.

Fico com o Sonny Boy Williamson, conhece? Na harmônica ele é sensacional, embora também vocalize bem ao estilo fundo da alma.


Riva #Day16 disse...

Pois é, minhas mãos andaram tremendo ..... kkkkkkkkkkkkk

Alessandra, os Irmãos Cara de Pau é simplesmente espetacular. Mas creio que o forte deles á a "soul music", tipo época da Motown.

Acredite, dois deles fazem shows pelos EUA, e eu fui uma vez assisti-los quando estava num congresso em Dallas. Filmei inclusive algumas músicas do show memorável!

Na UNIVERSAL de Orlando eles têm um show permanente, mas com outros artistas imitando eles, mas é sensacional também. Chegam num carro da Polícia, tocam num pequeno palco na rua, vão para o meio do público fazendo trenzinho, e vão embora no carro de Polícia de novo. Muito legal !!

Alessandra Tappes disse...

Oi Riva.

Obrigada por me situar qto aos estilos musicais presentes no filme, mas foi nele que vi Charles Musselwhite pela primeira vez... Não contei mas qdo fiz 6 anos de idade, pedi ao meu pai uma gaita de boca. Nunca tirei uma nota mas o gosto de lata e ferrugem sinto até hj...rs

Jorge Carrano disse...


E outro instrumento, Alessandra, levou adiante o aprendizado?

Minhas irmãs tentaram: Ana Maria piano, e Sara acordeom.

Exagero dizer que tenho frustração por não saber tocar piano. Mas que gostaria, gostaria. Mas só me dei conta disto agora depois de velho.

Riva disse...

Oi Alessandra. O filme é regado a blues sim, o que quis dizer é que os repertórios deles são muito focados em soul music, que fazem maravilhosamente bem.
Tenho uma gaita, acho que em Sol Maior,mas realmente não consigo tocar instrumentos de sopro.
Bjsss !

Alessandra Tappes disse...

Nenhum Jorge...não aprendi a tocar nada. Mas nem por isso deixei de ter aventura nessa área.

Na época do extinto ginásio (agora mudou para ensino fundamental) eu amava aula de flauta. Lembro do nome do professor: Rochildes. E lembro tbm de uma música que tocávamos insistentemente nas aulas dele chamada "arrorro mi nino" (busquei no Google a escrita..rs).

Richard Clayderman me causou arrepios na juventude. Mas o toque do saxofone atiçava meu coração. Chegava a disputar corrida comigo mesma (meus irmãos não me acompanham no meu gosto musical, eles amavam Xuxa e Menudo) toda vez que tocava na rádio Scalla sons vindos de Ray Conniff e da Orquestra Tabajara.

Depois da fase da adolescência, morando em Sp e longe já do meu saudoso RS, cismei que queria tocar gaita. Acordeon para o resto do país. Se eu já era esquisita para minha mãe, ela quase foi atrás de um exorcista.Imagina uma menina em pleno auge da adolescência querer tocar gaita? Fim dos tempos...

Ainda não satisfeita com a frustração de não poder tocar um instrumento musical,fui atrás do som da gaita de fole. De onde tirei isso morando em plena capital paulistana? Eu era fã de Rod Stewart, aí liguei os pontinhos até chegar naquele som inusitado e doloroso do grito sufocado das notas da gaita.

Assisti Outlander e baixei no Spotify a trilha. Vale a pena ouvir em: https://youtu.be/FQkMk6LXtks

Bem. Acho que depois da gaita de fole e escutar mtos "nãos" em relação a instrumentos musicais, resolvi seguir outros rumos.

Mas como essa resposta está quase um diário/post, vou parar por aqui.

Bjs e lindo dia pra vcs.

Jorge Carrano disse...


Obrigado, Alessandra.

Bom final de semana para você.