5 de agosto de 2019

Acesso aleatório


Aqui, hoje, não há um tema sequencial, com principio , meio e fim. O sistema é randômico, você pode escolher aleatoriamente, ou pode entrar em qualquer fase, sem perda de conteúdo ou encadeamento.

BOTAFOGO Futebol e Regatas

O glorioso, clube da estrela solitária, tem uma torcida com todos os integrantes tendo os dentes tratados, ao contrário de um outro, da mulambada,  que tem o urubu como símbolo.

Uma plêiade de jornalistas, em especial no terreno esportivo, torce ou torcia pelo Botafogo. Sem demérito para os não citados, menciono Armando Nogueira,  João Saldanha e Sandro Moreyra.

Sandro
Armando


Saldanha


Numa certa fase o clube alvinegro foi comandado por banqueiros, mas do jogo do bicho, atividade ilícita. O dinheiro destes dirigentes e/ou patronos, ajudou muito o clube para honrar suas dívidas e contratar grandes jogadores.

Agora novos banqueiros, que exercem ou exerceram atividades lícitas, mas censuráveis sob o ponto de vista da moralidade, se oferecem para salvar o clube de seu estágio de penúria financeira, apresentando um projeto inovador: os irmãos Moreira Salles.

Não os vejo como mecenas, mas empresários com visão comercial. Torço para que dê certo, pois a mim me parece ser este o futuro do futebol, que já é considerado um produto e os clubes seriam marcas, mais ou menos famosas.

Não me arrependo da opção que fiz, há setenta anos, pelo Vasco da Gama, entretanto se não fosse vascaíno provavelmente seria botafoguense.


DIA dos PAIS

Meu pai faleceu em 1963. Não tenho nenhuma lembrança sobre comemoração dos Dia dos Pais enquanto ele viveu. Nem um mísero almoço especial, em casa mesmo.

Através de pesquisa hoje realizada, fiquei sabendo que, no Brasil, a data é comemorada desde 1953. Eu tinha, portanto, 13 nos de idade.

Foi escolhido o dia de São Joaquim, 16 de agosto, pelo fato dele ser o pai de Maria, portanto avô de Jesus. Seria uma espécie de patriarca da família. Bem pensado, não é mesmo?

Com o tempo a comemoração foi fixada no segundo domingo do mês de agosto. Por praticidade, comodidade.

Nos Estados Unidos, onde passou a ser comemorado muitos anos antes, a data não tinha a conotação comercial que tem aqui no Brasil.

Uma filha resolveu homenagear o pai que, tendo ficado viúvo, criou os filhos num duplo papel. Logo, a origem é bem louvável.

Pergunto-me porque não comemoramos lá em casa. Ou comemorávamos com um almocinho mais caprichado e já não lembro? Acho que não. A verdade é que eram tempos difíceis. Só meu pai trabalhava e a renda familiar estava limitada a seu salário.

Não sei se o comércio fazia tanto alarde, se havia tanta propaganda como hoje. 

Rechaçando qualquer pensamento sobre não ser amado pelos filhos, registro que também minha mãe nunca foi levada por mim a um restaurante no dia comemorativo, ou ganhou qualquer mimo especial. Lembro que ela repercutia um pensamento mais ou mensos em voga no passado: mãe é todo dia.

PENA de MORTE

Uma criança de seis anos, lamentavelmente, não poderá abraçar e beijar seu pai no próximo domingo: o pai a matou.

Este animal, este verme, estava com a guarda da filha para economizar o pagamento de uma pensão de R$ 200,00 por mês.

O que está acontecendo com o ser humano?


FRANCIS HIME

A imprensa está dando destaque a um reencontro, em estúdio de gravação, do compositor Francis Hime com Chico Buarque.

Lembro deles, como lembro de Edu Lobo e Carlos Lyra. E dos irmãos Paulo Sérgio e Marcos Valle.

Êta geração boa. Tiveram a felicidade de viver na época de Tom e Vinicius, o que certamente facilitou a vida deles.

Mas o que me leva a comentar agora o Francis, é seu nome de família, Hime, trás-me algumas recordações dos anos 1970.

Uma delas me remete a um cavalheiro, diretor de uma firma associada a Cia. Fiat Lux, que era distribuidora e representante da fabricante de fósforos.

Este cavalheiro chamava-se Victor George Hime e lembro dele até hoje, entre outras razões poque tenho ainda em meu escritório um abridor de correspondência que tem no cabo, de um lado a imagem de um foguete espacial e de outro gravado "Kennedy Space Center" - Flórida.

O Sr. Victor, como o tratava, teve a gentileza de me presentear com a peça quando de seu retorno de uma viagem de férias aos EEUU.

Na mesma década, quando do boom da bolsa de valores, qualquer papel lançado no mercado era rapidamente absorvido. 

As chamadas blue chips tinham seus preços muito inflacionados e as empresas de menor porte conquistavam investidores (mais especuladores do que propriamente investidores).

Lembro de uma visita à Umuarama, corretora onde eu realizava minhas operações de compra e venda, onde ouvi um comentário no mínimo depreciativo sobre a Siderúrgica Hime, localizada no bairro de Neves, em São Gonçalo.

Falavam sobre as ações da referida empresa como uma opção de investimento, quando outro participante da conversa mencionou: "aquilo lá é um telheiro com uma fundição, sem nenhuma chance de progresso, não ponho meu dinheiro nesse papel".

Alguns pouco anos depois fui contratado como gerente administrativo da aludida empresa sobre a qual jamais ouvira falar antes do tal episódio na Umuarama. Mas a esta altura do campeonato ela pertencia ao Grupo Bozano, Simonsen, que tinha o banqueiro Julio Bozano como controlador.

Já não era apenas uma fundição em instalações precárias. Havia se preparado para atender a demanda prevista quando do propalado programa nacional de expansão ferroviária. Que nunca aconteceu.

Assim consegui ligar - pelo nome - o compositor Francis Hime, a Victor George Hime, diretor da Fiat Lux (uma subsidiária) e à Siderúrgica Hime.


Notas:
1. Acho censurável, embora dentro da lei, a atividade dos banqueiros no Brasil. Na verdade são agiotas com CNPJ.

2. Os mais antigos lembrarão da Grande Resenha Facit, integrada por ilustres botafoguenses.

3. Links:

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/08/03/policia-do-rj-prende-pai-e-madrasta-por-tortura-e-morte-de-menina-de-6-anos.ghtml

3 comentários:

Jorge Carrano disse...


Por causa de crimes como este relatado, do pai que assassinou a filha de seis anos, é que sou visceralmente a favor da pena de morte.

Carlos Lopes Filho disse...

Carrano, para não dizer que estou totalmente afastado da internet, li seu blog hoje e atrevo-me a fazer alguns comentários.
1. Fico contente que você tenha feito um elogioso comentário ao meu Botafogo (atualmente, com uma das piores escalações que já vi em campo). Realmente, em épocas passadas, teve excelentes times e muita gente boa torcia por ele. Além dos três citados comentaristas esportivos, acrescento mais um: Oldemário Touguinhó, também muito bom no que escrevia e comentava. Como já afirmei em comentários anteriores, até 1957 eu torcia pelo Canto do Rio, que disputava o campeonato carioca. Sócio e atleta do clube, frequentador assíduo de sua sede, provavelmente influenciado por isso, não perdia um jogo no Caio Martins e em outros campos do Rio de Janeiro. Até os treinos eu assistia. Mas, em 1957, acompanhando pela televisão o jogo final do campeonato carioca, vi, extasiado, o show de bola que Garrincha, Didi, Quarentinha, Nílton Santos e outros deram no Fluminense e daí em diante, não tive mais dúvidas: virei botafoguense.
Acompanhei o clube (e, principalmente, Garrincha) pelos anos seguintes. Sou sócio proprietário, fui conselheiro e lamento muito ver o clube e o time na situação em que se encontram atualmente.
Acho que somente os irmãos banqueiros (não os do jogo do bicho, o que, infelizmente, aconteceu no clube no final dos anos 80, início dos 90 do século passou), podem ser a solução para o Botafogo de hoje. A separação entre o futebol e o social parece ser o caminho para a salvação de alguns clubes tradicionais do Brasil. A Europa já faz isso há muito tempo.
Mais contente, ainda, fiquei com sua confissão de que "se não fosse vascaíno, seria botafoguense". O Botafogo é isso mesmo: só atrai para suas fileiras pessoas da classe média brasileira, não tão elitizadas como os que torcem para o Fluminense, nem aquelas outras que se acham donas do povo e da verdade, e que, por isso mesmo, têm o apoio da mídia e da imprensa...
2) Também, como você, não me lembro de ter comemorado o "Dia dos Pais". Lembro de alguns almoços no "Dia das Mães", mas considero que as duas, como outras em voga atualmente, são datas criadas pelo comércio para vender mais. Meu pai, como o seu, também nos deixou muito cedo, no mesmo ano de 1963, e, praticamente, não tive chance de conversar mais com ele como adulto. Lamento muito isso, pois vejo hoje que temos muita coisa em comum (principalmente, a admiração pela França) e teríamos muitas conversas e debates para travar...
3) Quanto à pena de morte, já tenho opinião formada sobre a matéria e acho que você a conhece.
4) Quanto ao sobrenome HIME, mencionado por você, lembro-me bem dele, não pelo bom compositor que foi FRANCIS HIME, mas pela quadra de futebol de salão que existia (será se ainda existe) em Neves, pertencente à referida firma. Atendendo convite de um colega liceísta, Robertinho "Siri" (não sei se você lembra dele), eu e meu grande amigo Toninho Matheus, fomos treinar e jogar pelo time administrado pelo irmão dele. Pegávamos o bonde todo domingo pela manhã na estação das Barcas, em Niterói e descíamos em Neves, onde treinávamos e jogávamos. Foi lá que conheci o Zé Maria, que jogava num time do Bairro Chic, no Fonseca, o Royal, e disputou vários jogos contra nós. Zé Maria depois jogou profissionalmente pelo Canto do Rio e pelo Botafogo, onde foi campeão carioca em 1961 e 1962.

Jorge Carrano disse...


Prezado Carlinhos,

Sim, o Botafogo teve grandes equipes. Em 1949, meu time de botão do Botafogo tinha uma linha composta por Paraguaio, Geninho, Pirillo, Otávio e Braguinha. E Gerson (não o canhotinha), e Santos na zaga.

Também eu não tive oportunidade de muitas conversas com meu pai. Mais tarde ficou nítida a compreensão da falta que fez dialogar mais.

Na Siderúrgica Hime fui gerente administrativo e, por via de consequência, responsável pela administração da quadra de futebol-de-salão na época em que lá trabalhei. Atendida a prioridade de uso pelos empregados (promovi dois torneios internos entre as diferentes seções) emprestávamos a quadra a pequenos times locais para treino e jogos.
Era igualmente responsável pelo campo de futebol gramado (medidas oficiais) e recebi duras críticas da Federação Gonçalense de Futebol, por não permitir mais a utilização do campo para partidas do campeonato municipal.

Não foi uma decisão pessoal, mas sim política interna da empresa, que tinha outros planos para a área. Planos estes que acabaram não vingando.

Tenho recortes de jornais do município de São Gonçalo, me atacando severamente, indo buscar inclusive em aquivos que eu era filho de um desportista que fora inclusive presidente de um clube local.

Era verdade, meu pai presidiu o Carioca, clube que disputava, com o Mauá, o Tamoio, o Vidreira e o Metalúrgico (que era o clube patrocinado pela Hime), entre outros, o campeonato gonçalense.

Abração.