12 de janeiro de 2016

Disparidade de preços






Por
Carlos Frederico March
(Freddy)






Outro dia estava a navegar a esmo, mera diversão, em sites de instrumentos musicais. Eu gosto de violões, apesar de ser prioritariamente pianista e ter, de fato alguns pianos e sintetizadores. Tenho, porém, violões de vários tipos e gosto de tocá-los, sozinho (solo e acompanhamento) ou com amigos, quando faço apenas acompanhamento.   

A marca Gibson é uma das mais conceituadas e tradicionais no mercado internacional e, por isso, me vi atraído pelo site. Cara, os preços me impressionaram! Claro que no site é preço de tabela e lá, como aqui, é costume nas lojas haver promoções. Ou não, depende da cidade, do volume de vendas, essas coisas.

Observem os dois modelos abaixo:

Gibson SJ-200

Gibson SJ-250 Monarch

Colocar preço aqui, como disse acima, é mera referência, mas os descontos nas lojas não seriam tão grandes a ponto de desfazer a relação entre eles. Vocês talvez não acreditem, mas as diversas versões do SJ-200 têm preço de tabela entre US$ 3.799,00 e US$ 4.499,00 e o SJ-250 Monarch custa a bagatela de US$ 21.399,00.

É muito? Um amigo meu achou no eBay um SJ-250 Monarch sendo anunciado por US$ 50.000,00. Deve ser porque é difícil de achar nas lojas e quem tem pede o que quer. Ou quem sabe vem assinado por algum grande músico da atualidade ou do passado... 50 "grands" por um violão?!

Vamos falar sério! Pra começar, é cara de um, focinho do outro, com discretas alterações estéticas. Sim, claro, deve ser a qualidade da madeira, algum ouro incrustrado (não consegui ver)... Mas será que justifica uma diferença tão brutal de preço? O Monarch custa por volta de 5 vezes o preço de um SJ-200, que já é de per si caríssimo!

E a gente, que mora no Brasil e o dólar disparou? Para trazer um brinquedo desses legalmente teríamos de pagar imposto de importação: 50%. Vai daí, a preço de tabela um SJ-200 custaria uns R$ 23.000,00 e um Monarch nos custaria nosso reino inteiro, ou seja, coisa aí de uns R$ 128.000,00.

Você pode optar por um violão Gibson ou por um BMW X1 básico, por exemplo! Teve colega meu que disse que, como não sabia tocar violão, compraria é o BMW mesmo (rs rs). No meu caso, fico numa dúvida imensa... (rs rs rs)
 
BMW X1

Bom, mas a disparidade não termina aí. A Epiphone é uma fábrica que fazia "réplicas" dos violões e guitarras Gibson (creio que na China) e as vendia baratinho. Para não complicar muito uma eventual batalha judicial sobre cópia do design, a Gibson resolveu: comprou a Epiphone e a manteve ativa. Pronto! Hoje em dia, diz-se que a Epiphone é a 2ª linha da Gibson, sob bênção da proprietária.

Mas dá uma olhada no modelo abaixo: 
 
Epiphone EJ-200ce

Ele tem um "cut away" no corpo, coisa que alguns modelos Gibson também têm. Facilita quem sola nas notas mais agudas e, pelo menos para meu gosto, fica mais bonito. Não fosse esse pormenor, poderíamos dizer que é igual a um SJ-200 de US$ 3.799,00 ou até a um Monarch. Só que você vai consegui-lo por aproximadamente US$ 750,00,  quem sabe menos no varejo internacional.

Aqui no Brasil, mesmo depois da disparada do dólar, ele pode ser encontrado a cerca de R$ 3.000,00. Um pouco menos, um pouco mais. E tem versões em todas as cores tradicionais: natural (da foto), preto e sunburst, como você acha também em inúmeros modelos da Gibson. A cor não influi no preço, é mera estética.

Fechando, fica a pergunta: como assim modelos praticamente iguais em aparência, fabricados por uma mesma empresa ou sua subsidiária, podem apresentar tal disparidade de preços, custando desde US$ 750 até US$ 21.399 ???

Eu não consigo entender... 

12 comentários:

Jorge Carrano disse...

Acho que isto se chama trade down, Freddy.

Ou você pensa que há significativa diferença entre o Marques de Casa Concha e o Don Melchor? Você que os conhece nota diferença marcante entre um e outro?

A Kopenhagen lançou a marca Brasil Cacau, para concorrer com a Cacau Show. Será que os produtos da Brasil Cacau são tão inferiores aos da Kopenhagen?

Tem um azeite aí no mercado exagerando, vendendo o mesmo produto sob diferentes rótulos a preços variados.

Se não for isso alguém de marketing/vendas venha me socorrer.

Freddy disse...

Concordo, só que nunca vi uma diferença tão gritante... Putz, só se aqueles arabescos do Monarch têm ouro!

Jorge Carrano disse...

Lembra do Mao Tsé-Tung? Ele usava um uniforme igualzinho ao utilizado pelo povo, só que o ele era feito de seda. Isso nada tem a ver com o foco do post, mas tem a ver com os arabescos citados no comentário.

Incógnita disse...

Também fico chocada com a diferença nos preços de marcas de leite.
Já não sei o que dar para as crianças.

Riva disse...

Freddy, inscreva-se em http://www.violao.org/

Nesse forum vc encontra quase todas as respostas sobre violões. E o que não encontrar, pergunte e a resposta virá.

Os violões mais conceituados no mercado são os Martin e os Taylor. E o Martin foi criado por um ex-funcionário da Taylor, de nome Martin. Copiou tudo e criou sua marca.

Jorge Carrano disse...

Esse fato ocorre bastante em outros ramos de negócio, Riva.
É mais comum do que se pode imaginar.

Freddy disse...

Há muito que argumentar acerca de diferença de preços. Uma delas, que me ocorre, é entre modelos de um mesmo veículo, por exemplo o Golf (alemão). Você tem desde o super simples, com motor pequeno e econômico, até um quase avião, com uma cavalaria impressionante e mil recursos eletrônicos. A disparidade é grande e a diferença externa quase nenhuma. Só que há o que ver dentro dele para justificar a disparidade.

Na minha área, piano... a coisa é também bastante complicada. Já toquei em Steinway e não vi nada que justifique aquele monte de dinheiro que pedem por ele. Só posso admitir que seja construído a mão, com madeiras raras e tem o nome na frente (custa bastante a grife) mas posso dizer que os Yamaha são absolutamente agradáveis e não custam tanto. Na verdade, gosto mais do som do "grand" Yamaha que do Steinway, ao menos ouvindo por aí gravações onde dizem qual piano foi usado.

Em se tratando de vestuário, nem te conto... O que tem uma bolsa dessas de grife a mais que a chingling (cópia descarada) que justifique custar 20 ou 50 vezes mais? Ou um terno, ou um vestido de festa? Roubo puro e aplicado, e tem quem pague! A diferença de tecido e corte absolutamente NÃO justifica a disparidade de preços.
=8-/

Freddy disse...

Hmmm, saindo do tema de novo...
Mas esse parece-me que vale a pena.
Claro, só para quem curte a beleza do inverno extremo e vê poesia nas coisas da natureza, como por exemplo auroras boreais.
Visitem o link do Resot Ártico Kakslauttanen, na Finlândia (terra do Nightwish):

http://www.kakslauttanen.fi/pt-br/

É em português e pode-se (deve-se!) clicar para assistir a um vídeo. Para Riva, que escreveu comigo a Saga de Anette, os iglus com teto de vidro se parecem nada mais nada menos que as suítes do Lunar Paradise Flats!!
Eita lasqueira!
<:O)

Jorge Carrano disse...

Isso sim seria uma liga forte e rentável. Algumas equipes já não têm competidores em seus países.

O presidente do Bayern de Munique, Karl-Heinz Rummenigge, reacendeu a ideia de criar liga europeia com os 20 principais clubes do continente, de acordo com o que publica a imprensa italiana nesta quarta-feira.
No futuro, criaríamos uma liga europeia com os principais clubes de Itália, Alemanha, Inglaterra, Espanha e França, dentro das circunstâncias favoráveis da Uefa", declarou Rummenigge em um encontro sobre o fair play financeiro, em Milan, na terça-feira.
"Seria uma competição com 20 times e talvez jogaríamos algumas partidas na América e na Ásia", disse o dirigente, que também é presidente da Associação de Clubes Europeus (ECA), um órgão independente que representa as equipes na esfera continental.

Leiam mais em:
http://espn.uol.com.br/noticia/569917_presidente-do-bayern-reacende-ideia-de-liga-com-20-times-dos-5-principais-campeonatos

Freddy disse...

Como seria a escolha desses 20 times?
Será que se o Bayern sair da crista da onda e for excluído da Liga dos 20 o Rummenigge continuará tão entusiasmado? Sim, futebol é cíclico. Quem hoje lidera amanhã pode estar rebaixado... Um joão-ninguém hoje pode vir a despontar como referência daqui a uns 3 ou 4 anos...
Pode não ser boa política excluir outros grande clubes. A Holanda já foi celeiro, hoje está lá embaixo, mas e se subir de novo?

Por outro lado, as rendas da nova liga seriam garantia de continuidade orçamentária, a velha questão de dinheiro atrair dinheiro. Pode criar um círculo de interesses que realimentará a si mesma e excluirá automaticamente os demais...

Portanto, acho uma ideia elitista.
A menos que haja regras de acesso e descenso.
=8-/

Riva disse...

- No meu novo trabalho existem vários anfiteatros para aluguel, e em um deles tem um Yamaha de cauda. Adivinhem o que faço nos minutos vagos agora, depois do almoço?

- Essa idéia da liga com times europeus não vai vingar, na minha opinião. Imaginem o problema social e de torcidas que será criado com o alijamento de vários times ! O SHALKE 04, por exemplo, que não consegue nada nos gramados alemães, tem a torcida mais fiel e fanática do país. Como vão lidar com isso ?

Por aqui nosso problema também passa pela área social, pois milhares de famílias de jogadores de futebol vivem quase em função dos ridículos campeonatos estaduais, que não têm mais sentido nenhum. O que fazer?

- Preços: o mesmo tablete de sabão para máquina de lavar louça custa 13 reais no Princesa e 21 reais no Prezunik. Não espalhem ...... Obrigado, de nada.

- Desumanos os catamarãs Barcas sem ar condicionado. Inviável. Ontem fui e voltei em pé, agarrado na grade da frente, para pegar a brisa da viagem.Ônibus, só entro se tiver ar condicionado.

- Experimentando restaurantes no entorno do trampo. Hoje fui de SABOR E SAÚDE. Gostei muito, recomendo. Olhem o cardápio na web.

PS : kd a Kayla ? kd a Alessandra? kd os Anônimos? De férias ?

Jorge Carrano disse...

Critérios para a nova Liga, ainda simples ideia:

http://espn.uol.com.br/noticia/569999_veja-como-seria-uma-liga-europeia-com-20-times-dos-5-grandes-campeonatos-nacionais