Por
RIVA
Sem trabalho (termo mais suave do que desempregado), admirava
os amigos que passavam de ônibus a caminho do trampo, enquanto eu caminhava no
calçadão. Com trabalho, admiro os amigos caminhando no calçadão, através das
janelas do 49 ou do 47.
São Domingos |
Prefiro sempre os ônibus da linha 47, porque gosto
muito do caminho pelo antigo bairro de São Domingos, com suas casinhas quase
centenárias. É uma viagem no tempo. Uma das primeiras coisas que fiz quando comprei
minha motocicleta foi rodar por ruas de Niterói que não percorria há muitos e
muitos anos, principalmente no Vital Brazil, Santa Rosa, Pé Pequeno e São
Domingos.
Voltei ao circuito Niterói-Rio pelas Barcas tradicionais.
Adorava quando usava as das Charitas, mas os quase 16 reais cada vg, e mais a
enorme dificuldade de estacionar minha moto, me fizeram abandonar aquela
gostosa ida pela Estrada Fróes e seus cheiros (já escrevi sobre isso em (http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2012/03/cheiros-perdidos-e-resgatados.html),
e a belíssima paisagem na travessia para o Rio.
Charitas - Niterói |
Na travessia tradicional, pelo Centro de Niterói, é outro
perfil de usuário, geralmente vindo de lugares mais distantes, evitando a Ponte
Rio-Niterói. O que se vê são pessoas cansadas, tanto na ida quanto na volta,
muitas dormindo. Mas a maioria fica mesmo é teclando o smartphone. Alguns, como
eu, aproveitam esses 50 minutos diários para leitura.
Os novos catamarãs que chegaram da China são muito
confortáveis e com ar condicionado, com bons banheiros. Bem maiores, levam
2.000 pessoas. Os catamarãs antigos são horríveis : sem ar condicionado nem
ventiladores de teto, sem paisagem (as janelas foram mal projetadas), muitas
poltronas danificadas, banheiros fétidos. Eu os evito, podendo esperar e tendo
certeza que vem um chinês.
Novo catamarã |
Trabalho no Centro do Rio, e indo a pé até meu prédio, sou
obrigado a atravessar os canteiros de obras existentes, mal sinalizados,
perigosos para pessoas idosas. Desabilitados então, impossível se deslocar por
ali. Um caos. Em dias de chuva então ...
Obras no centro do Rio de Janeiro |
Já tive muita pressa, e como Renato Teixeira, agora ando
devagar, sem me preocupar com horários, deixo os catamarãs saírem sem mim, não
entro em restaurantes com filas, não entro em ônibus se percebo que vou ficar
em pé ... tudo pode esperar por mim.
No novo trabalho encontrei uma equipe show de bola como há
muito não tinha. Atenciosa, dedicada, gentil, muito legal mesmo. O dia a dia é
de problemas e mais problemas para resolver : jurídicos, de relacionamento,
reivindicações de locatários, problemas com as instalações prediais, não
conformidades mil, política interna, gestão financeira e operacional, mas o
ambiente é muito bom, o tempo flui com facilidade.
Tem sido prazeroso como há
muito tempo não era.
O horário de trabalho foi uma novidade : das 11 às 19 horas.
A única desvantagem é que chego em casa quase na hora de jantar, e não há tempo
para um drink, se eu quiser. Em compensação tenho tempo pela manhã para minhas
caminhadas.
Impressionante comparar nosso tempo em trânsito com uns 20 anos
atrás. Naquela época eu saía da Rio-Petrópolis às 17h, chegava em Nikity tipo
17:45h, e ainda ia jogar tênis antes do jantar, pelo menos 2 vezes por semana.
Hoje em dia nem pensar num esquema desses.
Obs: para não deixar de lado o futebol, viu Incógnita, estou
escrevendo mas assistindo Arsenal 0x1 Chelsea. Simon, comentarista de
arbitragem, precisa de óculos ! Diz que não houve o toque que provocou a
expulsão do jogador do Arsenal. O cara merecia 3 vermelhos ! rsrsrs
Almoço em restaurantes no entorno do prédio onde trabalho, e
procuro não transitar muito pela Av. Rio Branco, que está com muitos pivetes
agindo, como agiam anteriormente na Av. Presidente Vargas.
Todo cuidado é
pouco. Sair de casa com o kit básico: ID, cartão de débito ou Ticket Refeição e
Bilhete Único. Dinheiro em espécie não precisa mais !
Se já tenho dicas de bons restaurantes ? Sim. O DC10, na Av.
Rio Branco, o Sabor e Saúde na Rua da Quitanda e o Zanetti, na Rua do Ouvidor.
Gosto também do chinês no subsolo do Edif. Avenida Central. E se quiser
beliscar, o Gaúcho na Rua São José (croquetes de carne e cachorro quente).
Em resumo ... tirando a falta de educação dessa geração que
insiste em sentar nas poltronas amarelas, eu gasto em média 1h tanto no trajeto
de ida quanto no da volta para casa. Um tempo excelente para os dias de hoje,
com o colapso do transporte público em vários modais e em vários trechos.
Uma observação interessante: há alguns anos, quando fazia
esse trajeto pelas Barcas, sempre revia amigos que não via há algum tempo. Não
tenho visto mais ninguém ..... Hmmmmmm ..... não me deixem só !!
19 comentários:
O comentário intercorrente que o autor do post forçadamente introduziu, fazendo menção ao jogo do Arsenal com o Chelsea, tem um objetivo claro: fustigar o blog manager.
Deixa estar jacaré que a lagoa há de secar.
Estou bastante desatualizado nesse assunto. Lá se vão quase 10 anos sem essas experiências do cotidiano. Minto. Durante algumas semanas fiz curso de produção musical na Pça Tiradentes e cheguei a usar eventualmente os catamarãs sociais.
Felizmente não peguei as famigeradas obras e procurava sair às 17 para chegar em casa às 17:45 para curtir um espumante ao por do sol com Mary no terraço. Bons tempos aqueles...
No final, cerca de 2005/6, já era obrigado a sair por volta das 18 e era extremamente desgastante. O que 1 hora faz de diferença...
Naquela época, o lugar mais perigoso do centro do Rio era o Largo da Carioca, sendo que o entorno da Central é hors-concours (é assim que se escreve?).
Quando ia de barca e pegava ônibus em Niterói era o 30, quase sempre em pé com mochila às costas (olha aí, Carrano!). Lamentável... Tinha dias em que eu tinha certeza que a pé chegaria antes em casa...
Uma excelente alternativa foi o catamarã Charitas mais um trecho no 62. Tanto na ida como na volta. Bem melhor mas muito mais caro.
Mas digamos que essa experiência de travessia da baía foi, no geral de minha vida na Embratel, pouco usada. Sempre preferi ir de carro. O osso quando saía tarde ou quando chovia era a Ponte...
<:o)
Ah, esqueci de dizer que usei bastante os aerobarcos e cats da Transtur. A frequência era mais elitizada que a das barcas, que tinha setores internos: estudantes, trabalhadores, pessoal de terno e gravata, etc.
Sharapova foi eliminada, de novo, pela Serena Williams, num torneio do Grand Slam. Desta vez na Austrália.
Mas a pior notícia é que há um risco dela não vir ao Brasil, para as Olimpíadas. Tsk tsk tsk tsk
Deveriam transferir Serena Williams para o torneio masculino.
Sim, uma final entre Serena Williams e Novak Djokovic seria bem interessante.
Já que a Martina Navrátilová se aposentou.
Falo há tempos : não convidem Serena Williams para torneios de tênis, nem quenianos para maratonas, nem o Barcelona para torneios de futebol. Não tem graça .....
Cena de hje no catamará voltando para casa:
Comandante falou umas 7 vezes para não sentarem nas escadas, de acordo com isso e aquilo.
Não saíram.
Reduziu a velocidade do catamarã, e disse que só ia retomar velocidade normal depois que eles saíssem.
Sáíram.
Mas sentaram de novo.
Ele PAROU o catamarã.
Quase jogaram o cidadão mal educado no mar !! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Vou aproveitar este caso para comentar sobre uma observação que você faz sempre. A ocupação, indevida, dos assentos amarelos nos transporte públicos destinados a idosos, gestantes e deficientes.
No dia em que uma destas pessoas reivindicar o lugar e o "idiota" que o ocupa sem motivo justificável se recusar a ceder o lugar, vai levar uma surra dos demais passageiros. Aposto.
ATENÇÃO:
O Flamengo já tem dois vices este ano. O da Taça Chico Science, disputada com o Santa Cruz, no Arruda, em Recife, Pernambuco; e o da Taça Asa Branca, em disputa com o Ceará, no Castelão, em Fortaleza.
Estes dois títulos de vice enriquecerão a galeria do time dos urubus: Asa Branca e Chico Science.
Vejam e comprovem:
http://esportes.terra.com.br/lance/de-virada-flamengo-e-derrotado-pelo-santa-cruz-no-arruda,989569da931b4e2d2667ad108cae89344uyi1wht.html
http://globoesporte.globo.com/ce/futebol/noticia/2016/01/apos-jogo-eletrizante-ceara-bate-fla-nos-penaltis-e-leva-taca-asa-branca.html
A sensação do Estadual de 2016 no Rio será o América!
Que tenha vida longa novamente na série A!
Não sei se ao reclamar seus direitos os demais passageiros ou ranseuntes o apoiarão. Já fiz reclamação sobre ocupação indevida de vaga para carro e os que observavam a cena, ou ficaram indiferentes ou demonstravam me considerear uma chata.
É a tal coisa, Ana Maria.
Quando se trata de defender camelôs, como regra geral vendedores de produtos contrabandeados ou até mesmo roubados, os transeuntes se manifestam, xingam os fiscais, enfrentam a guarda municipal etc.
E ainda dizem, "coitados estão trabalhando".
Bem, não vou dar exemplo do que afirmei porque implicaria em me colocar na berlinda, pois fui um dos que, em apoio a senhora que viajava de pé, num ônibus lotado, defendeu o seu direito de sentar onde havia uma sirigaita de fone no ouvido olhando a paisagem. Tipo "tô nem aí".
Salvo engano, acho que o Riva também se manifestaria solidário com o idoso, deficiente ou gestante. Se não, ficarei decepcionado.
Há um ano, com atraso de 27 dias, comemorei minhas bodas de ouro. Como o tempo voa. Agora já completei 51 anos, em 31 de dezembro. Segundo um amigo, há muitos anos, eu só tinha 30 anos de casamento, ele disse que tanto tempo com a mesma mulher já era tara (rsrsrsrs). Ele casou 4 vezes.
E o apedeuta diz não haver ninguém mais honesto do que ele.
Trata-se de um pulha.
Leiam:
http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/01/ao-mp-zelador-e-porteira-confirmam-ter-visto-lula-em-triplex-no-guaruja.html
Também depende do modo de exercer o direito ao assento diferenciado, para uso preferencial. A abordagem tem que ser com educação e respeito. Até para não perder a razão.
Entendo o ponto de vista do Anônimo, até porque não há proibição para que qualquer pessoa ocupe os bancos amarelos, desde que não estejam disponíveis os de uso comum e não tenha algum portador de direito preferencial.
Em outras palavras. Você pode sentar livremente no banco amarelo, não havendo outro disponível. Se ingressar no meio de transporte alguém com direito preferencia, é só levantar e ceder o lugar. Simples assim.
Aliás, no tempo em que as pessoas eram amais educadas, ofereciam espontaneamente o lugar sentado às gestantes e aos deficientes físicos. Isso nos anos 1950/1960, sem lei garantindo o direito.
Logo, o problema está na educação (falta de).
Conheci um executivo da Embratel que, tendo à época apenas 26 anos de casado, costumava dizer que praticava incesto. Sim, porque a essa altura a mulher já era para ele uma irmã!
Quanto à educação, já perdi as esperanças. A maioria absoluta do povo brasileiro, aqueles que estão começando agora ou que estão na área há pouco tempo, teve sua moral formada num cenário complicado socialmente. Muitos, muito mais do que eu gostaria, vieram de comunidades. Os que prosperaram um pouco (financeiramente) constituem o que o lulopetismo classifica de nova classe média... Como esperar que daí saia coisa boa?
Damos de cara com eles no cotidiano, em vários postos de trabalho. Testemunhamos seu comportamento. Não dá para crer em melhoria. O Brasil no qual crescemos acabou.
=8-(
Já testemunhei umas 3 vezes o assento ser reivindicado, a alguém específico. E a pessoa se levantou sem problemas. Na Barca já vi funcionário da Barca pedindo lugar para alguém idoso. Sempre cederam também.
Mas o que incomoda mesmo são os jovens que mal entram na Barca, sentam nos assentos amarelos, e com cara de paisagem ficam lhando para o smartphone, contando com a falta de atitude dos idosos de reivindicar seus direitos. É lamentável. Desrespeito total.
Liga Sul-Minas-Rio :péssima estréia do meu FLU. Vi o 2º tempo. Uma calamidade, sem qualquer padrão de jogo ... um bando sem liderança dentro e fora de campo.
Riva,
Você secou a Serena:
http://espn.uol.com.br/noticia/574150_alema-surpreende-serena-faz-o-que-so-tres-conseguiram-e-e-campea-na-australia
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