11 de fevereiro de 2015

Vou mudar para a Bolívia

Lá, no pais dos cocaleiros, nossa maior empresa (não obstante a sangria nos seus cofres), investe mais em projetos sociais do que no Brasil.

Aqui os trabalhadores do complexo petroquímico em Itaboraí estão com seus salários atrasados. E estes ainda são felizardos porque muitos perderam o emprego.

Por causa da quadrilha que o PT colocou à frente da Petrobrás.





Nota do editor: leiam mais, querendo, em 
http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2015/02/petrobras-do-petrolao-investe-us-1.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+BlogDoAluizioAmorim+%28BLOG+DO+ALUIZIO+AMORIM%29

13 comentários:

Freddy disse...

Protesto é uma coisa. O que os trabalhadores do Comperj fizeram ontem foi um absurdo!Com a conivência da Polícia Rodoviária, da CCR (nem aumentaram o fluxo das barcas) e depois da PM (ou PC, não importa) no centro do Rio.
Bloquearam a Ponte por 2 horas, trazendo transtornos irreparáveis para inúmeros usuários - depois Francisco Bicalho, Av. Pres. Vargas, Rio Branco, etc.
Há relato de quem tenha perdido consultas médicas, reuniões, mas eu creio que o pior deve ter sido quem ia para aeroportos. Olha o prejuízo! Canalhas!

Eu teria colocado 1, 2 ou 3 camburões, obrigado a passeata a se limitar a 1 faixa e baixado a porrada nos incautos que desobedecessem!
300 gatos pingados transtornaram várias cidades em torno, caramba!

Tá certo que é igualzinho a desfile de bloco carnavalesco, mas esses a gente sabe quando e onde vão desfilar, com aval de autoridades da cidade, que dão uma pseudo-ordem na coisa. Tem uns que nem são autorizados, por não cumprirem certos requisitos ou ultrapassarem o nível de desordem aceitável nos bairros.

Se isso se torna corriqueiro, estamos todos fundidos!
>:o(
Freddy

Jorge Carrano disse...

Freddy,
Este é outro tema (qual não é?) controverso. Para defender um ponto de vista é preciso conhecer e analisar o contexto.
A manifestação ordeira é assegurada na Constituição. O Supremo Tribunal Federal, em decisão inesperada, mas dentro da lei, julgou legal até mesmo a “marcha da maconha” sob considerar que é livre o direito de opinião e manifestação do pensamento. O que não pode é fazer apologia ao consumo.
Portanto, a passeata do empregados ou ex-empregados era legal.
Se causou transtornos nas cidades é outro problema. Quando médicos e hospitais fazem greve também causam sérios problemas sociais, até mais graves. Assim quando professores fazem greve também prejudicam aos estudantes e até mesmo o pais.
Por malversação de recursos, fraudes em licitações e outros malfeitos para os quais estes trabalhadores não contribuíram, as obras foram suspensas. E com atrasos de salários, que tem função alimentar.
O que você sugere?

Freddy disse...

Você afirma que a passeata era legal. Como duvidar de um advogado? No entanto, como leigo e despreparado para debates, como sou sempre lembrado, replico com notícias retiradas do Globo de hoje, que comenta a passeata:

“— Se os manifestantes bloquearam o trânsito, criando dificuldades para a coletividade, os líderes deveriam ter sido identificados e presos. O direito de se manifestar deve ser respeitado, mas não quando interfere no direito coletivo: milhares de pessoas que nada tinham a ver com isso foram prejudicadas — critica Armando de Souza, presidente da Comissão de Trânsito da OAB-RJ.”

Os líderes e os sindicatos envolvidos já foram informados à justiça. Se serão punidos, aguardemos. A seguir, o entendimento do MPF (destaque para o “desde que”):

“O MPF instaurou um inquérito Civil Público para apurar a legalidade da manifestação.De acordo com a procuradora Ana Padilha Luciano de Oliveira, o entendimento do MPF baseia-se na Constituição Federal, que garante o direito à manifestação desde que as autoridades competentes sejam comunicadas, e no artigo 95 do Código de Trânsito Brasileiro, que também afirma que os órgãos responsáveis pelas vias devem ser avisados em caso de protesto.”

Portanto, em contrário à opinião do amigo, a passeata tem tudo para ser classificada de ilegal.
Uma solução, que terá de tramitar antes de implementada, segue a orientação abaixo, também tirada da matéria do Globo:

“No encontro com a AGU, a PRF vai pedir ao órgão que acione a Justiça por meio do mecanismo conhecido como “interdito proibitório”. O recurso, que já foi adotado pela AGU para impedir que caminhoneiros interrompessem o trânsito em rodovias federais, evitaria que a Ponte fosse interditada novamente, sob risco de sanções penais aos responsáveis.”

A cereja no bolo: outro crime (pois os motoristas, que inicialmente apenas levariam os trabalhadores para a sede da Petrobras direto sem paradas, foram de fato obrigados a parar no meio da ponte pelos líderes do movimento):

“— Autorização para manifestação na Ponte não foi dada e nunca será dada. As medidas cabíveis já foram tomadas. Os ônibus pararam em um lugar onde não podiam, e o protesto não poderia ter ocorrido ali. Caso os motoristas digam que foram coagidos a parar, ainda existe outro crime — afirmou o superintendente da PRF, que não revelou os nomes das entidades e pessoas identificadas como responsáveis pelo ato.”

<:O) Freddy

Jorge Carrano disse...

O que disse e reafirmo, é que o direito de manifestação é assegurado na lei maior. Citei o caso da “marcha da maconha” porque chamou a atenção da sociedade e da comunidade jurídica. Afinal não se tratava de reivindicação social predominantemente aceita. E interrompeu o trânsito também.
As matérias a seguir tratam da decisão no STF.
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=182124
http://jus.com.br/artigos/19848/a-decisao-do-stf-sobre-a-marcha-da-maconha-e-a-seguranca-publica
Colho numa entrevista de um promotor de justiça de São Paulo, de nome Eduardo Valério, algumas palavras que faço minhas, sobre o direito de manifestação:
“O direito de manifestação e de reunião é um direito constitucionalmente garantido. O exercício desse direito é analisado caso a caso porque não pode também ser ultrapassado por outros direitos também constitucionalmente garantidos. Um exemplo, é o direito de ir e vir, como é o caso específico de manifestações em grandes centros urbanos. Seguramente que o Estado Democrático de Direito garante e deve fazer prevalecer o direito de manifestação, sobretudo quando não houver violação à integridade física das pessoas. Quando não houver dano ao patrimônio público. Enfim, uma manifestação que seja a um tempo suficientemente evidente para chamar a manifestação das pessoas. O que eu quero dizer, não adianta garantir um espaço fechado e longe dos olhos de todo mundo e falar que está garantido o direito de manifestação, porque isso também é uma coisa que não garante o direito de manifestação, mas ao mesmo tempo em que garanta a mobilidade urbana, sobretudo numa cidade grande.”
E continua:
“Muitos direitos constitucionais colidem e é sempre difícil buscar um convívio entre todos eles de uma maneira que dê prevalência àqueles que garantam o fortalecimento da Democracia. Esse deve ser o norte na esfera coletiva. Na esfera individual, que se garanta a dignidade da pessoa humana. Então, são os dois critérios que a própria Constituição dá para tentar compatibilizar todas essas questões. Têm muitas discussões no âmbito constitucional sobre isso.”
E dá como exemplo:
“Liberdade Religiosa versus direito ao sossêgo: Quando uma organização religiosa começa a fazer um culto ou uma manifestação religiosa muito barulhenta. Qual é o direito que está prevalecendo? O do sossêgo, daquele que quer dormir, ou do líder religioso que quer fazer aquela manifestação? Então, é comum que haja esse tipo de colisão. Faz parte de uma sociedade democrática o buscar alternativas de solução desses conflitos pela própria Constituição, daí vem o amadurecimento democrático da sociedade.”
Para encerrar, caro Freddy, não disse que você é ou está despreparado para um debate, e, sim, que é preciso analisar todo o contexto. E volto a perguntar. Que caminhos você sugere para os trabalhadores demitidos ou com os seus salários atrasados? Greve seria inócua porque as obras estão paralisadas. Então o que fazer?

Jorge Carrano disse...

Hoje foi em São Paulo. Aumento de tarifa foi a motivação.
Veja imagens e leia:
http://g1.globo.com/sao-paulo/ao-vivo/2015/protestos-em-sp.html

Riva disse...

Não sei se vcs têm conhecimento, mas um engenheiro amigo meu recentemente demitido do complexo COMPERJ me disse que hoje existem 13.000 funcionários, mas que existem outros milhares que foram demitidos, que estão lá vivendo ainda em Itaboraí e redondezas, aguardando indenizações. Não saem de lá !

PS : não passe em Itaboraí à noite !!

Jorge Carrano disse...

O ponto Riva e Freddy, é o seguinte: Dilma e a Petrobrás deveriam estar tomando providências urgentes para solucionar o problema social gravíssimo criado em Itaboraí.
O cerne do post é exatamente este, a Petrobrás investe na Bolívia e abandona os trabalhadores brasileiros a própria sorte.
Os problemas no projeto são, em alta escala, responsabilidade da canalha instalada na gestão da Petrobrás, mancomunada com empreiteiros ambiciosos e sem escrúpulos.
Vocês já ouviram uma palavra de Dilma sobre o assunto?

Jorge Carrano disse...

Aliás, Dilma deixou de ir a Davos, no encontro importante entre chefes de estado, par prestigiar a posse do cocaleiro Evo Morales em seu terceiro mandato.

Freddy disse...

Se cumprir lei fosse fácil e direto, advogado morria de fome. Há sempre buracos nas leis e diversidade de interpretação. No caso em pauta, feriu diversos preceitos. O correto seria avisar antes e não o fizeram justo porque a orientação da direção do sindicato não era essa, saltar no meio da ponte (alegação oficial). Essa decisão teria partido de sindicalistas radicais que mandaram os motoristas pararem e alteraram o rumo da manifestação, que seria feita apenas na frente da sede da Petrobras.

O direito de se manifestar deve ser garantido, todos concordam. A situação dos empregados e ex-empregados do Comperj é difícil, dramática. No entanto, há que respeitar os limites. Teria sido um pouco mais correta se caminhassem deixando ao menos uma pista livre para tráfego. Custava?

Quero ver se quem defende os manifestantes teria essa mesma postura se estivesse dentro de uma ambulância se dirigindo para uma emergência hospitalar! Engastalhado no trânsito, vendo sua vida ou a de um parente querido se esvair sem chance alguma...

Sendo menos dramático, vendo a hora do embarque se aproximar e ainda retido, sentindo que a viagem longamente desejada e comprada muitas vezes com a poupança de anos ia ser perdida.

=8-/ Freddy

Riva disse...

Apóio quase 100% das manifestações (claro que depende do tema), mas reprovo qualquer uma feita sem aviso prévio a quem vai ser impactado - no caso em debate, qualquer usuário da Ponte Rio-Niterói.

Foi um absurdo, e imagino a agonia de quem estava numa emergência qualquer. Faz parte da educação e civilidade do Brasil Bandido em que se transformou nosso país. Vai piorar !

As cenas que assisto no trânsito diariamente são "estarrecedoras", como gosta de falar a DIsgraça. Educação ZERO, e pior, acham que estão certos fazendo merda ! Inversão total de valores e conceitos.

Saudade do período de paz dos anos 60 ... julguem-me !

Jorge Carrano disse...

Tudo bem. Mas insisto no contexto que precisa ser levado em consideração. É como descrever uma paisagem. Ou o cenário de uma peça.
Algumas manifestações são fruto de impulsos momentâneos. Não havia uma intenção deliberada, nem um roteiro previamente aprovado. Remeto-os ao caso da Frota Barreto, dos Carreteiros, em Niterói, quando nem mesmo a residência da família foi respeitada. E o lar é um domicílio inviolável.Foi uma barbárie. Nem vou entrar no mérito da motivação na época.
Eu não estava na ponte, não sabia da manifestação e só tomei conhecimento do fato no noticiário televisivo. Minto, na internet, quando no escritório, vi num dos portais de notícia mas não tinha tempo para ficar lendo além da manchete.
Então, se não presenciei, tenho que me louvar no que ouvi e li.A parada na ponte foi um ato de improviso. O motorista não do ônibus sabia. Pode ser que alguém já tivesse engendrado, mas não houve comunicação.
Freddy e Riva, se eles queriam chamar a atenção para seus problemas, conseguiram. A repercussão foi grande e ainda ecoa, inclusive aqui no blog.

Riva disse...

Insisto ... saudade daqueles anos 60 !

Sds TETRAcolores, pois hoje tem ! rs

PS : pelo que vi na PONTE vindo para o trabalho, concluo que o CARNAVAL já começou, ou seja, como vai ser pra eu voltar pra Niterói no fim da tarde ?

Jorge Carrano disse...

Voltar para Niterói, Riva? Com um álibi deste eu ficaria até quarta-feira de cinzas "preso" no Rio.
E a Isa ainda ficaria compadecida. Coitado, será que está se alimentando bem?
Tem Bola Preta, tem Democráticos. Telefone que dou umas dicas de como passar o carnaval retido no Rio por causa do trânsito na ponte.
(KKKKKK)