2 de setembro de 2014

Filmes que apreciei - 2



Por
Carlos Frederico March
(Freddy)
















Ficção científica

Preâmbulo

Se me perguntar qual meu gênero preferido em leitura eu responderei ficção científica. Apesar de ter de praticar desapego ao me mudar de residência (tive de selecionar pertences de dois imóveis para colocar em apenas um), continuo com um bom acervo desse gênero. Clássicos de Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Robert A. Heinlein, Ray Bradbury, Ursulla K. Le Guin, Vonda McIntyre e Frank Herbert ainda povoam minhas prateleiras.

No entanto, é um gênero criticado por cinéfilos. Não sem alguma razão, admito, dado que tanto em termos de livros como de filmes há uma quantidade enorme de lixo, o que dificulta a garimpagem do que tem alguma qualidade. E decerto há excelentes obras, mais em livros que em filmes, também vou admitir. Mas vamos analisar a coisa.

Como o nome indica, é ficção (estória) científica (baseada em ciência).  E se é baseada em ciência, o escritor (que cria a estória) e o leitor (que a degusta) devem compreender do que se estão a criar ou a ler, respectivamente. Questões sociológicas, políticas, culturais, religiosas, psicológicas, etc, são tratadas em cima de uma base que usa fenômenos físicos, químicos e biológicos, na maior parte das vezes em cenários astronômicos.

Escusado dizer que se o leitor/espectador não compreender conceitos básicos física, química, biologia e astronomia, está lascado. E, para complicar, não raro os conceitos não são nada básicos, são bastante avançados, e aí temos uma bela estória ininteligível para ignorantes (usado no sentido não pejorativo).  Usa-se amiúde astrofísica, cosmologia, mecânica quântica e celeste, biologia especulativa, e por aí vai. Um leigo pode até captar o enredo básico, mas vai se perder nos detalhes. E detalhes muitas vezes são o que tornam a estória fascinante.

Lembro que Isaac Asimov era cientista. Em paralelo à sua extensa bibliografia de ficção, tinha outra de livros científicos, por sinal numa linguagem bastante acessível para leigos. “O Livro dos Fatos” é extremamente rico em citações e pequenas crônicas, do tipo que se pode abrir em qualquer página. Arthur C. Clarke costumava, ao final de cada crônica, novela ou conto, fazer um relatório técnico-científico explicando em que se baseara para desenvolver cada enredo.  Isso dava mais força às suas estórias, que poderiam a um desavisado parecer uma deslavada loucura sem pé nem cabeça.

Para aqueles que criticam o gênero por conta da variedade e excentricidade dos seres extraterrestres criados por certos autores, não custa estudar um pouco de zoologia e fazer uma análise crítica do que já existe na Terra. Peixes com uma lanterna na cabeça, pirilampos com uma na bunda, moluscos variados, répteis os mais improváveis, baleias imensas, colônias de formigas, cupins e abelhas (os chamados insetos sociais), aranhas e suas teias maravilhosas... Cigarras que vibram a ponto de ser ouvidas a centenas de metros. Lagartas que se transformam em borboletas. Répteis que mudam de cor. Pássaros migratórios (como assim, nasceram com um GPS no cérebro?).

Que exemplos você precisa mais de que a Natureza pode ser loucamente criativa aqui, o que dirá no vasto Universo?

Os filmes

Dito isso, ou mesmo assim (já que tenho uma mente científica), poucos filmes do gênero me prenderam realmente a atenção. Descreverei minha obsessiva relação com os mais significativos em minha vida - o que se traduz em que eu não farei um rol de tudo que assisti.

Gostei demais de “2010 - O ano em que faremos contato”. Sofreu críticas ácidas de cinéfilos, que preferem o premiado “2001 - Odisseia no Espaço” de Stanley Kubrick. Ambos referenciam obra de Arthur C. Clark (em 4 volumes: 2001, 2010, 2061, 3061). Com todo o respeito, 2001 é muito, mas muito chato mesmo de se ver nos dias que correm (na época, reconheço sua importância). 2010 não. Mais dinâmico, menos pesado, foi causador de um comportamento curioso de minha parte: eu o assisti uma vez, fui para o hotel em São Paulo (estava dando aula), corrigi provas e resolvi voltar ao cinema no mesmo dia, pagando novamente para vê-lo.

2010 - O ano em que faremos contato

Referenciando o preâmbulo, a imagem acima mostra o planeta Júpiter tendo sua massa aumentada extraordinariamente por monolitos (OK, isso é pura ficção) e a Leonov atrelada à Discovery (a nave do filme 2001). Esse arranjo foi montado para que a Leonov consiga ultrapassar a velocidade de escape crescente e poder assim se safar da transformação de Júpiter em nova estrela, o que os consumiria a todos. Porque o aumento de massa transformará um planeta numa estrela e o que é velocidade de escape são conceitos de astrofísica e mecânica celeste, respectivamente.

Bom... Mais tarde aluguei a fita num vídeo-clube e o assisti 5 vezes seguidas num mesmo fim de semana, em casa. Já o tive em VHS e agora o tenho em DVD. A cena da ignição da nave Discovery se mostrou excelente  para testar se os lustres estavam bem presos no teto da sala do vizinho de baixo, pois o chão treme pra valer!

(5... 4... 3... 2... 1... Ignition!)

O que estivesse solto na sala chacoalhava, incluindo janelas e degraus da escada de acesso ao andar superior! E o chão, como acabei de dizer.

Um dos cartazes do filme Duna

O filme que considero meu preferido no gênero FC é "Duna", com direção de David Lynch e produção de Dino de Laurentis (1984). A bela trilha sonora é da banda Toto, autora de inúmeros hits pop-rock (Rosana, Africa, I’ll be over you, Hold the Line, entre outros). Quando de seu lançamento nos cinemas, não me chamou a atenção porque eu não conhecia a estória, achei que fosse "mais um" desses FC classe B. O elenco traz Kyle McLachlan, Sean Young, Linda Hunt, Patrick Stewart, além do cantor Sting, que participa de umas cenas ao final mas foi incluído nos posters por questões de propaganda.

É baseado no primeiro de uma série de livros de Frank Herbert sobre o planeta Arrakis, a.k.a. Duna. Alguns anos depois de lançado, por acaso comecei a ler a referida série e só então me dei conta de que tinha um filme a ela relacionado. E então adquiri em DVD essa versão de cinema e, bem, tornou-se obsessão. Confesso que a ideia mental que fazemos do protagonista principal (Paul Atreides) não tem NADA a ver com Kyle McLachlan, mas ele era amigo de David Lynch, que o dirigiu no famoso seriado de TV Twin Peaks, portanto...

Vale observar que Sting confessou não ter entendido nada do enredo. Não é de se estranhar, pois ele relatou não ter lido todo o livro para desempenhar o papel que lhe propuseram. Duna (1º volume) traz nas últimas páginas um extenso dicionário com explicação de todos os termos e situações encontradas na estória. Não como Arthur Clark, que pretendia justificar cientificamente a trama, e sim como explicação mesmo!

Hoje em dia eu prefiro ver “Duna” na versão série de TV, baseada nos 3 primeiros livros (a saga completa tem 6). São 4 DVDs com um total de 9 horas e por isso houve mais chance do intrincado enredo ser colocado na tela. O primeiro DVD duplo (4h30min) baseia-se no livro 1, como foi também o filme de David Lynch. Por ter pouco mais do dobro do tempo da versão cinema (que tem 2h10min), conseguiu reproduzir as nuances com mais fidelidade.

O segundo DVD duplo estende a série pelos 2 volumes seguintes ("O Messias de Duna" e "Os Filhos de Duna") e é chamado simplesmente de “Os Filhos de Duna”. Consegui um box que tem o “making  of” e fiquei estarrecido pelo fato de que conseguiram filmar aquela imensidão de desertos, mais cavernas, montanhas e vermes de areia de 100m de comprimento num galpão fechado... Fosse um pouco mais escolado em cinema teria percebido facilmente os truques usados.

Vermes de areia do planeta Arrakis (Duna)

Gostei de todos os episódios de “Star Trek” e “Star Wars”, este principalmente nas novas filmagens com efeitos especiais. Eu cheguei a assistir as continuações de “Star Trek” com Patrick Stewart no papel de comandante da nave Enterprise, inclusive um em que os 2 se encontram, mas continuo sendo fã de carteira da série original (com William Shatner, Leonard Nimoy, etc). Os incontáveis programas da série produzidos exclusivamente para TV não me encantam, apesar de que há um ou dois de destaque - são inclusive base para alguns dos títulos da versão cinema.


Star Trek, a tripulação original

Sobre “Star Wars”, eu assistia mas não chegava a ser fanático pelos 3 episódios originais (chamados de IV, V e VI). Quando recentemente foram filmados os 3 primeiros episódios da estória, recheados de efeitos especiais de última geração, eu voltei a ficar fã da série como um todo. Nem precisa dizer que aguardo ansiosamente o lançamento da continuação (episódios VII, VIII e IX), já em produção. Parece que o Episódio VII sai agora em 2015.

Ainda referenciando alguns dos famosos blockbusters de ficção científica, Alien e suas sequências eu gostei mas não a ponto de querer rever. Gostei de “Jurassic Park”, a estória prende a atenção. Eu não fiquei entusiasmado com "Contatos Imediatos do 3º Grau" (acho que o enredo só motiva americanos), "E.T." é muito infantil, "Blade Runner" é intenso mas tem um enredo pesado demais pro meu gosto - apesar da linda trilha sonora de Vangelis.

"Inteligência Artificial" e o excelente "O Homem Bicentenário" (este com o recém falecido Robin Williams) eu chamo de fábricas de lágrimas. Deste último tenho o livro de Isaac Asimov em que ele se baseou, raro caso em que o filme é melhor.

Cena de O Homem Bicentenário
Lembro de um muito interessante, menos conhecido mas com uma estória bastante comovente: “Inimigo Meu”. A mensagem subentendida no enredo é muito bonita e efetiva.

Dos mais recentes, gostei bastante de "Avatar", muito bem executado com os mais modernos recursos de digitalização de imagens.

Baixando mais uma vez a bola de cinema pra TV, uma série que tem 2 versões e por isso é difícil de ser encontrada para assistir mesmo em streaming é "V - os Extraterrestres". A primeira versão passou no Brasil por 2 vezes e eu tentei gravá-la direto da TV, mas deu zebra e não consegui. Mais tarde, fui tentar achá-la na Internet e descobri a 2ª filmagem, a mesma estória com outros atores. Um remake. Assisti alguma coisa mas confesso que não me prendeu a atenção... Tenho a estória em livro e, ao contrário do que costuma acontecer comigo, adepto de novas tecnologias e efeitos, acho que a versão original é mais absorvente, fiel.

Concluindo

Acho que deu pra perceber que minha obsessão maior é “Duna”. Trata de um universo maravilhoso, com intrincados aspectos políticos, religiosos, sociais e psicológicos. É um daqueles exemplos em que um enredo é tão rico e cheio de nuances, meandros, que mesmo nas 9 horas da série de TV fica difícil reproduzir o que se encontra nas páginas impressas. Há caso em que uma única frase dos protagonistas na tela resume um capítulo inteiro!

Eu gosto bastante da versão cinema, a produção é maiúscula tendo em vista o universo a ser reproduzido. Tem atores conhecidos, tem Sting... O início já é uma obra de arte, o final é apoteótico, mas só trata do primeiro volume da saga, certo?

O desfecho da estória na versão TV (bem mais completa mas menos efetiva cinematograficamente falando), digamos os últimos 30 minutos das 9 longas horas, é sequência que eu vejo e revejo vezes sem conta, e devo admitir que me vem um nó na garganta e tenho de conter uma lágrima ou duas. Dramático, pungente.

Alia Atreides (Daniela Amavia),
a poderosa princesa regente de Duna


Os gêmeos herdeiros Ghanima e Leto Atreides, livros 2 e 3


Eu ainda vou escrever um post só sobre “Duna - o filme”, sem contar toda a estória (ou ao menos é o que vou tentar). Tem gente na Internet que já o fez, mas tenho o direito de dar a minha versão das diversas nuances. 

Aguardem-me!

Notas do editor: as imagens foram pinçadas em Wikipedia/Google/Internet.
O post "Filmes que apreciei - 1", está em http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2014/08/filmes-que-apreciei-1.html

12 comentários:

Jorge Carrano disse...

Estou sem opção de comentário, caro Freddy.
Não aprecio o gênero e por causa disso nada sei a respeito.
Se e quando alguém listar como seus preferidos filmes como Casablanca, Cidadão Kane, Os brutos também amam,alguns do Woody Allen, alguns do Hitchcock, talvez possa dar pitacos.

Riva disse...

Também não sou apreciador do gênero. Como a Ana Maria disse anteriormente, gostei ou não gostei.

2001 me deu distensão cerebral ! Inimigo meu achei legal, mas acho que só vi mais 1 vez nesses anos todos. Duna e a série Star Wars não consigo curtir. Minha esposa não suporta o gênero, o que dificulta mais ainda ver alguma coisa.

Fico então sem poder comentar. De novo, acho que o único gênero que aprecio mesmo até hoje são os antigos desenhos animados, curta-metragens, do Pernalonga. O restante, me interesso, assisto, e gostei ou não gostei.

Tea with Erika disse...

Passei a apreciar o gênero depois que conheci o Ricardo - apesar da minha primeira péssima experiência: '2001' no cinema da UFF. Concordo com o Freddy: chatíssimo! Mas assisti até o final mesmo assim. Meu próximo desafio: Kosmos. Pelo pouco que já vi, acho que vou gostar da série :)

Freddy disse...

A parte 3 (a ser publicada ainda) será mais adequada para dar pitacos (ou não) de filmes como os citados pelo Carrano no comentário acima. Até então só abordei desenhos, comédias e FC.
Falando de Casablanca, Sonhos de um Sedutor de Woody Allen faz referência a Casablanca, por usar como conselheiro o simulacro de Humphrey Bogart devidamente paramentado. Gosto muito.

Quando vocês começam a falar de filmes antigos, da época de ouro do cinema, me lembra amigo da Embratel que chega ao cúmulo de, estando em New York, resiste a sair do hotel porque lá tem um canal de TV que só passa filmes antigos. Vai ser fanático por cinema assim lá em New York!
<:o)
Freddy

Jorge Carrano disse...

Por que seu amigo não assiste, aqui mesmo, ao canal TCM? Tem num dos pacotes da SKY.
Passam alguns bons clássicos. O fato de serem antigos não torna todos os filmes bons.

Jorge Carrano disse...

Valeu, Erika. Obrigado pela visita e pelo comentário.
Fiquei sabendo que terá que aguentar mais algum tempo com o pé gessado. Tenha paciência, pois o Dunga já fez as convocações para os próximos amistosos (rsrsrs).

Jorge Carrano disse...

Merchandising antes do início da sessão:
Não deixem de acessar, em inglês ou português, os blogs da Erika.

Em:
http://teawitherika.com/

http://tncake.wordpress.com/

Freddy disse...

Carrano, esse meu amigo é daqueles fissurados que ainda não passou dos filmes de 1960, só assiste antes disso. E é claro que ele tem TV por assinatura aqui... Pode acreditar que se ele pirou lá nos EUA, é porque é diferenciado.
Por outro lado, não converso com ele desde 2006, quando me aposentei da Embratel. Nesses 8 anos, muita coisa evoluiu por aqui, admito.

Sobre a série Cosmos. É uma reedição do clássico de Carl Sagan dos idos de 1980, atualizada porque a astronomia na qual Sagan se baseou já é jurássica hoje. Se conseguirem manter o jeitão dele de explicar as coisas mais complexas de modo que leigos entendam, a série será novo sucesso.
<:o)
Freddy

Ana Maria disse...

Não curto filmes de ficção científica. Gostei de 2001 pois o enredo é quase viável. Eu, pessoalmente tenho a impressão que qualquer dia as máquinas vão comandar nossas vidas. Literalmente.
Gostei de ET que classificaria como infantil. O dito cujo é meigo e doce. Torci muito para que ele conseguisse a liberdade.
Em literatura a coisa é diferente. Li com prazer Isaac Asimov e Arthur Clarke. Livros não têm aqueles efeitos visuais e sonoros que me deixam meio tonta.

Freddy disse...

Sobre E.T.: Steven Spielberg fez praticamente toda a filmagem com a câmera na altura da cintura. É o ponto de vista pelo qual as crianças vêem o mundo. Maneiro!

Apesar de livro não ser o foco, gostaria de dizer que o meu preferido de Isaac Asimov é a trilogia "Fundação", que depois ganhou prólogo e epílogo, que entretanto não empatam com a trilogia em qualidade.

O melhor conto de Isaac Asimov, segundo a crítica, se chama "Nightfall" (O cair da noite). Fizeram um filme, tido pelos fãs como a pior adaptação filmada de um livro, é uma m... Ainda bem que nunca vi, seria uma decepção pois tenho o conto e é sensacional.

Sobre Carl Sagan, ele tem um livro que depois virou filme: Contato. Descobri que não é porque ele é um excelente físico, astrônomo e contador de histórias, haja vista a série Cosmos e o livro Pálido Ponto Azul, que ele também seria um excelente escritor de FC. Não é. O livro não é ruim, só é grande demais para o enredo pequeno. O filme, mesmo pra quem não conhece o livro, é interessante. Contudo, nem o elenquei no meu post, apesar de toda a minha admiração por Sagan.

=8-) Freddy

Alessandra Tappes disse...

Realmente, AI e HOMEM BICENTENÁRIO nos fazem chorar do começo ao fim, mais pro fim. claro. São filmes que me recuso a ver novamente. Falta-me coragem nessa hora.

Fiquei curiosa quanto a DUNA . Não conheço o filme, nem AVATAR cheguei a ver. Depois que optei por criar filho sozinha, as idas aos cinemas se transformavam em cochilos para mim. Qualquer oportunidade de um escurinho, lá estava eu tirando o sono atrasado.
Sem falar nos filmes que víamos: desenhos animados e depois aquela saga de vampiros mirins que nunca sei quem é quem e porque o velho alho e a estaca de madeira no caso deles não funciona.

ET foi um marco na vida de muita gente. A trilha casa com a cena da bicicleta. Parece que uma completa a outra. Não esqueço a cena nem a música de John Williams.

Blade Runner. Nesse quesito, um dos melhores que eu já vi. Claro que a trilha de Vangelis me convence a rever sempre e fico completamente envolvida nele.

Mas meu olho brilhava quando via na TV "COSMOS". Apesar de quase nada entender, eu ficava sempre esperando o próximo capítulo sonhando na possibilidade de um dia tocar aquele céu iluminado.

Como sempre, faço ótimas leituras por aqui.

Jorge Carrano disse...

Esta faltando seu post, Alessandra.