Meu amigo Mario Castelar, em seu blog, no dia 12 último, postou um texto, sob o tíitulo “O Brasil voltou”, tecendo loas à seleção brasileira de futebol. Exagerou ao afirmar que foi o melhor futebol que viu nos últimos 40 anos. Quem dera, amigão. Há 40 anos, tinhamos Pelé, Rivelino, Gerson, Tostão, Clodoaldo e Carlos Alberto Torres. Tirante, talvez, o Ganso, nenhum outro jogador da atual seleção, a do Mano Menezes, se aproxima daquele seleção campeã invicta.
Também o Fernando Calazans, comentarista e colunista esportivo de O Globo, fez referências elogiosas a atuação da seleção brasileira, no amistoso contra a seleção americana, traçando paralelo entre a do Mano Menezes e a do Dunga.
Quase toda a crítica esportiva saudou, cantando em rosa e verso, à excelente exibição do selecionado.
O grande Luis Fernando Veríssimo, mais comedido, sob o título “Outras caras”, publicado na edição do dia 15, domingo, também enaltece a seleção, sobretudo o jogador Ganso, mas nem crucifica o Dunga e nem endeusa o Mano Menezes.
Fico mais próximo do Veríssimo. O Dunga estava arrogante? Estava. Foi turrão não admitindo que o Paulo Roberto Ganso estava por merecer a convocação? Foi.
Tem mais, lealdade com o grupo não se compatibiliza com os interesses e responsabilidades da seleção brasileira numa competição como a Copa do Mundo. Afinal somos 190 milhões de torcedores apaixonados. Coerência, muitas vezes, é sinônimo de turrice de intransigência.
Todavia, quem acredita que o Mano Menezes vai montar uma equipe ofensiva e partir para o ataque jogando sempre bonito para a platéia? Quem acredita é muito ingênuo ou não acompanhou a carreira do treinador.
É fácil jogar “p’ra a frente” num amistoso contra os Estados Unidos, quando a equipe americana estava com ressaca da Copa do Mundo e o jogo não valia nada. Para os jogadores brasileiros, quase todos descansados, tinha a importância de mostrar ao treinador que mereciam ou merecem estar na lista de convocação. Precisavam mostrar serviço. Mas dai a dizer que encontramos a tática ideal e o melhor elenco, vai uma distância enorme.
O Felipe Melo, quando convocado, causou surpresa junto aos torcedores e também à crítica especializada. Mas depois das primeiras partidas nas quais atuou, acabou convencendo a maioria. Basta consultar os jornais da época. Elogiavam seu porte físico, sua vitalidade e sentido de cobertura.
No dia da malsinada partida contra a Holanda, ele foi o Dr. Jekill e o Mr. Hyde. Como criador, fez um passe vertical, agudo, chamado de metida de bola, como um Gerson ou um Didi, para o Robinho, que deixou este na cara do goal para marcar.
Para depois, encarnando a criatura, fazer a pataguada que fez.
O erro do Dunga, segundo minha visão, foi não substituí-lo pois estava evidente o descontrole do Felipe; e a probabilidade de acontecer o que aconteceu era visível.
O então considerado melhor goleiro do mundo – Julio Cesar – falhou no lance do goal da Holanda mais do que o Felipe Melo. E ninguém admite isto. Ou pelo menos alivia o goleiro.
Pior do que escalar o Felipe Melo, foi escalar Robinho. Este, para mim, não passa de uma foca amestrada.
E como aconteceu com o Robinho, seja na Espanha (Real Madrid) ou seja na Inglaterra (Manchester City), vai acontecer com este Neymar. Se for para a Europa vai desaparecer com seu futebol moleque, et pour cause, irresponsável e ineficiente.
Nota do autor: foi divulgada hoje a notícia de que o Neymar renovou seu contrato com a Santos e não irá, pelo menos agora, para a Europa. Melhor para ele. Lá não se criaria. Como não se croiu o Denilson, opodeRobinho e outros dribladores inconsequentes. Aqui pode enganar por algum tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário