28 de janeiro de 2021

Torcendo pro lado errado, várias vezes

 

Comecei no século XV, achando que a Espanha deveria ficar com as terras recém-descobertas. 

Afinal foi num pequeno município de Valladolid, chamado Tordesilhas, na comunidade de Castela e Leão, na Espanha, em 1494, que Portugal firmou com os anfitriões um tratado para dividir o patrimônio que disputavam, no regime de porteira fechada.

Mas como sabemos todos, quem assina tratado é tratante; e como sabemos quase todos tratante, no linguajar mais popular significa vigarista, ou seja, passa o outro para trás.

Assim fizeram os portugueses e me dei mal. Mais tarde verifiquei que na verdade perdemos pouco. Lembrei o caso do México, colonizado pelos espanhóis, que deixaram uma herança maldita para os povos indígenas da região: ditaduras.

Fiquei imaginando quem poderiam ser nossos colonos que fariam os papeis de Sancho Panza e Emiliano Zapata, para nos livrarmos de ditaduras com sotaque espanhol. 

Quem não conhece a história deveria conhecer. Trata-se de episódio recente, ocorrido em 1910, quando meu pai, por exemplo, já tinha 4 anos de idade.

Ou seja, os espanhóis também não eram flores que devêssemos cheirar.

Em seu território os espanhóis experimentaram o gosto do próprio veneno,  que é viver sob governo de um caudilho, no caso o Generalíssimo Franco, que tirou  proveito da revolução ocorrida em 1939.

Restou claro para mim que se os portugueses não mereciam a minha torcida, também os espanhóis não a mereciam.

Fiquei ao lado dos lusos, auxiliados por alguns índios, quando da invasão dos holandeses. Pensei com meus botões que se era para ser administrado por gajos de tamancos, nós já os tínhamos.

Aí vieram os franceses, pensei nos queijos, que seriam superiores aos de Minas Gerais, embora estes não sejam desprezíveis. Bons parceiros da goiabada no "Romeu e Julieta".

E nos vinhos, muito provavelmente melhores dos que os da Serra Gaúcha, que não fazem feio. Mas os borgonheses, santo deus!, dizem os connosseurs.

Fiquei, claro, com os franceses e me dei mal, pois os portugueses botaram os franceses para correr. Villegagnon, o Nicolas, nem com as informações dos Tamoios e Tupinambás logrou êxito.

Dos índios, o  que se deu bem foi o Arariboia. 

Final do século XIX, os militares tramaram contra o regime monárquico. Fiquei ao lado da família real e vocês sabem como terminou.

Os militares deram o golpe, venceram e até hoje temos que atura-los no poder, mesmo que com patente menor. Quosque tandem Jair.

Ficamos com a dívida de gratidão ao D. João VI, pela abertura dos portos às nações amigas; aos dois Pedro, mas a um deles em especial, entre outras coisas pela ousadia de nos libertar do controle português, gritando em alto e bom som "Independência ou Morte" - pelo menos é o que retrata a tela de José Américo; e à princesa Izabel, pela libertação dos escravos.



6 comentários:

Jorge Carrano disse...


Uma das opções mais erradas de minha vida foi ter votado no Bolsonaro.

Gostaria que o STF se pronunciasse sobre a possibilidade, legalidade, legitimidade de qualquer cidadão também manda-lo para a puta que o pariu.

Isso seria injúria?

Jorge Carrano disse...


Leiam em:

https://www.ocafezinho.com/2021/01/27/bolsonaro-manda-imprensa-para-puta-que-pariu-e-diz-que-nao-vai-ter-impeachment/

Riva disse...

DESAFIO

Faz de conta que o Haddad ganhou as eleições de 2018.

Tenta relembrar todos os seus receios que o levaram a votar e a se embandeirar pelo Bolsonaro nas manifestações de Icaraí.

Como você acha que estaria o país hoje ?
Faça esse exercício e posta aqui no blog, para analisarmos com o James mandando ver.

Jorge Carrano disse...



Fico admirado como pessoas inteligentes, com bom nível cultural, bem informadas, e até ávidas por leitura, não conseguem entender uma coisa simples. Bolsonaro é um desequilibrado, cafajeste como demonstrou ontem com seu palavreado chulo. Desrespeitoso.

Tem como meta se reeleger e para tanto vende a alma ao diabo, se necessário. E a prova disto é sua aproximação – que vai virar dependência – com o “centrão” do toma lá da cá, o do balcão de negócios no parlamento, que ele tanto censurava enquanto candidato.

Perguntar, fora de contexto, num momento de pandemia, se o Haddad teria sido melhor escolha, se nossa situação estaria melhor, com todo o respeito é primário. Não pauto minha opinião na base do se.

Faz-me lembrar o Armstrong (não o astronauta, mas o jazzman). Quando lhe perguntaram o que era jazz ele respondeu candidamente: “se você pergunta o que é jazz então você jamais entenderá”.

Num momento político nacional, sob minha ótica, por meus parâmetros éticos, morais e ideológicos não queria que o PT se mantivesse no poder. Ponto. # fiquei feliz.

Mas apoiar o despreparado, destemperado, tangenciando o retardamento mental, é exigir que eu transija muito além do que sou capaz.

Se Haddad seria melhor é jogar conversa fora, terreno hipotético, masturbação mental. Assim como perguntar se José Serra não teria sido melhor do que Lula.

Votei no Serra, perdi e não me conformei. Critiquei o PT usando os meios de que dispunha. Criei inimizades. Votei no Bolsonaro e não me conformo com seu desempenho pífio, risível, bisonho. Criticarei enquanto e onde puder, mesmo que me custe amizades.

Lamento mas não abro mão de ter minha opinião. Tenho me controlado para não sair do sério, mas peço que não me provoquem. Vamos falar de apicultura hindu no século XIII, da Vera Fischer ainda inteiraça aos 69 anos, da queda iminente do Botafogo, da vergonhosa administração do Trampa (chulismo, vide dicionário) nos USA, etc.

Quem quiser preservar minha amizade tem que respeitar minha opinião, meu direito de achar que o presidente é um caso patológico. E parar de tentar me convencer do contrário. Perda de tempo. Aliás algumas opiniões são tão inconsistentes que reforçam a minha. Efeito reverso.

Mudei a faixa de “Fora PT” para “Fora Bozo”. Porque prefiro ser esta metamorfose ambulante ... do que ser liderado por um desqualificado.

Respondo a uma pergunta que você não fez: mas eu vou parar, aqui, de criticar o capitão que acreditou que era um mito?

Se propus uma trégua, para falar da Vera Fischer, significa que não falarei do Bozo?

NÃO!



Jorge Carrano disse...


Como não sei desenhar, faço uma comparação fácil de entender.

Posso, tapando o nariz, torcer pelo Flamengo em determinado jogo, cujo resultado interesse ao Vasco; não significa que quero o Flamengo campeão; cumprida aquela missão acabou a simpatia. É pau é pau, pedra é pedra.

RIVA disse...

Então, finalmente respondendo ao meu desafio nesse último comentário (o resto foi muito blá blá blá , muita cortina de fumaça), continue tapando o nariz até 2022. Simples assim.

Destampou na hora errada, você colocou o cara lá sabendo que poderia ser um remédio amargo (na sua opinião).

Recomendo mesmo pra vc literatura zenbudista, Playboy (hoje os videos são mais interessantes, muito mais), não ver o Vasco jogar, e principalmente, esquecer o Bolsonaro e o Flamengo (que jogou pra KCT ontem).

FLUi