25 de julho de 2019

BREXIT


Tão inexplicável quanto estranha, minha ligação afetiva com a Inglaterra, vez ou outra causa perplexidade ou surpresa em alguns interlocutores ao vivo ou pela via postal, de forma física ou virtual.

Aqui mesmo neste pequeno espaço já fui questionado a respeito.

Ao longo destas mal traçadas tentarei explicar sem contudo - estou seguro - lograr justificativa razoavelmente  aceitável.

Inicio pelo que é mais notório entre amigos, parentes e leitores deste blog, sejam seguidores fieis,  sejam distraídos internautas que passam por aqui aleatoriamente.

E o que seria tão notório? Sou torcedor do Arsenal, equipe de futebol londrina, desde 1949, quando contava inocentes e risonhos 9 anos de idade. Já relatei aqui, ad nauseam, sobre a partida Vasco X Arsenal, realizada em São Januário, que o clube carioca venceu com um gol solitário do Nestor.

O nome, as cores do uniforme, o prestígio internacional que o clube inglês então desfrutava, sua história, ou algo perdido na memória, poderia explicar a opção, racional ou emocional, que fiz naquela data.

Nenhum documentário ou filme sobre a Inglaterra, passa por mim despercebido. Assisti, e ainda assisto, todos aos quais possa ter acesso.

Sou fã do humor, da educação, do respeito, da cultura, e do tradicionalismo inglês.

Churchil, que nada tinha mais a oferecer senão sangue, suor e lágrimas, é o meu estadista de cabeceira.

Henrique VIII, seu enfrentamento e rompimento com a Igreja tornaram-no meu monarca absolutista preferido. Corajoso e audaz, grande e forte para os padrões da época.

Também já narrei meu espanto quando, ao colocar cartões postais num numa espécie de container, ler numa plaquinha os horários nos quais o serviço de coleta passaria ali, para recolher a correspondência.



Como naquele momento estávamos próximos do horário programado naquela mailbox, fomos até uma daquelas pracinhas comunitárias utilizadas pelo moradores dos prédios nas redondezas, para sentar e estudar o mapa do metrô, e matar o tempo porque queria confirmar se o horário estabelecido na caixa de coleta dos correios seria cumprido.

Queria testar a propalada pontualidade britânica.

Não farei suspense. Na hora aprazada, com toleráveis três minutos de diferença, lá estava o veículo de coleta retirando a correspondência, que já estava classificada por destino, em linhas gerais.

As opções eram: Londres, Reino Unido e outros países. Nosso cartão endereçado a mim mesmo, para minha coleção, já estava a salvo e com destino garantido (o postal era e é, pois anida o tenho, de uma cabine telefônica tradicional da cidade).

Estão sendo desativadas estas cabines, como nossos orelhões.
Sim, num outro post box próximo observei que era preciso distinguir as cartas já seladas

Noutro dia assistindo a uma matéria jornalística televisiva, tomei conhecimento que em algumas paradas de ônibus, cartaz informam os horários (isto não tinha visto) nos quais eles passarão por aquele local.

Toda este digressão seria preparatória para eu comemorar a vitória de Boris Johnson, porque sou defensor do Brexit.



Aí você pergunta que diachos um brasileiro, caipira morador de Niterói, sem sangue britânico nas veias, tem a ver com a retirada do Reino Unido da União Europeia?

Porque sou favorável às tradições. Vejam que elegância, que educação, que respeito às instituições. O primeiro ministro não toma posse  e não se muda de mala e cuia para o endereço famoso - Downing Street 10 - senão após visitar a rainha. E olha que, como de conhecimento geral, ela reina mas não governa.



Rainha que, a propósito, o recebe com sua indefectível bolsa pendurada no braço.

Notas do blogueiro:
1) Leiam a respeito em
https://oglobo.globo.com/mundo/adepto-fervoroso-do-brexit-boris-johnson-escolhido-novo-premier-do-reino-unido-23825817

2) Claro que a bolsa não é sempre a  mesma, apenas o modelo e o modo de portá-la. Com o mistério insondável: o que será que ela leva na bolsa?

3) 

9 comentários:

Riva disse...

Em 2012, quando fomos a Portugal, já havíamos visto os horários de chegada dos ônibus nas paradas, num display. Todos eles têm rastreador por GPS, e então a precisão é impressionante. Informação em tempo real.

Depois dessa vg a Portugal, estivemos recentemente na Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália.
Somente na Itália não vi essas indicações eletrônicas. No entanto, bastava entrar no Google Maps que estava tudo lá, impressionante mesmo.

Quanto ao Brexit, é polêmico. Mesmo lá, para quem vive lá, parece que a decisão não está clara na cabeça das pessoas.

Os países unificados como EUROPA que visitei, não senti nenhuma mudança em seus costumes, em sua cultura. Me pareceu tudo preservado.

Para mim a questão a ser muito estressada é econômica ... por que carregar alguns países mal governados e arrebentados financeiramente nas costas ?

PS: e o Mengaummm sifu ontem !
Caim matou ABEL, e o Fla também matou o Abel, e agora vai matar o JESUS !



Jorge Carrano disse...


Como o assunto abrange amplo espectro, ou tem vários matizes, ou ainda várias faces e não me sinto seguro e confiante para debate-lo, vou me calar no respeitante as minhas razões que seriam mais consistentes.

Limito-me a mencionar, por exemplo, que não acho válido que o organismo União Europeia, ou o Parlamento Europeu, tome decisões impondo, verbi gratia, política de imigração aos países membros.

Quem quiser acolher refugiados que o faça por sua conta e risco, com espírito humanitário ou não, mas não impondo cotas aos demais parceiroa.

Riva disse...

Concordo 1000%.
Mas para isso teriam que "reativar" as fronteiras. Complexo demais o problema.

Enfim, não deu certo ...

Se vc conversar com um cidadão português, por exemplo, ele vai te dizer "que saudade dos escudos e dos centavos dos escudos". A vida em euros ficou mais cara ; qqer coisa é no mínimo 0,50 euros.

Jorge Carrano disse...


É verdade, e olha que a UE investiu muito dinheiro em Portugal, a fundo perdido, porque o país estava atrasado em relação aos demais países membros.

Quando lá estive em 2002, cidades como Lisboa e Porto eram verdadeiros canteiros de obras.


Bem, a Inglaterra manteve sua moeda.

Jorge Carrano disse...


Mal comparando, Riva, já pensou se tivéssemos que investir muita grana no Paraguai para que aquele país alcance níveis aceitáveis e compatíveis com os de Brasil, Argentina e Uruguai, em matéria de ensino, desenvolvimento econômico, etc.

Com perdão e respeito ao pais vizinho, o Paraguai no Mercosul não soma coisa alguma ao bloco.

Anônimo disse...


Realmente o Paraguai não se emenda. No passado era destino de sacoleiros que compravam muamba sem nota e vendiam aqui no Brasil.

Teve um tempo em que os carros roubados aqui iam para Pedro Juan Caballero onde ouvi dizer que o governo criou mecanismos para regularizar a posse deles por lá.

Agora é este absurdo dos cigarros, de má qualidade, invadindo nosso mercado.

Contrabando é com eles mesmos.

Seria melhor o Chile compondo o Mercosul.

Perdão por me entrometer.

Jorge Carrano disse...


Pelas regras, não menstruais, do blog, comentários anônimo não são publicados.
Como concordo em parte com sua opinião e porque pode ser sua primeira vez no espaço, mão conhecendo as normas, desta vez publiquei.
Mas se voltar, por favor, identifique-se.

Jorge Carrano disse...


Pronunciamento de Paulo Guedes:

https://www.youtube.com/watch?v=Il6U72XHKuA&feature=youtu.be

Jorge Carrano disse...


ÔBA!!!

O Boris conseguiu.

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/09/deputados-britanicos-dao-historica-aprovacao-ao-brexit.ghtml