30 de março de 2019

Mangos e outras gírias



- Esta camisa custou cinqüenta mangos, meu camaradinha.

Esta frase, dita na segunda metade do século passado, logo no início, anos 50 e 60, seria inteligível. 

Hoje, se escrita, pecaria pelo uso inapropriado, desnecessário, do trema.

Se você nasceu neste século não vai entender xongas, ou muito pouco, desta postagem. 

Mangos se referia a dinheiro, ou seja, equivalia a unidades padrão da moeda da época (mil reis, cruzeiro, cruzeiro novo, real). Em 1945, quando eu tinha 5 anos de idade, esta camisa teria custado cinquenta mil reis, ou cinquenta mangos.




Se você como estou prevendo, na flor de sua juventude, não entendeu nada, então não entendeu xongas.

Desculpe se eu começo a misturar lé com cré, que hoje significa não dizer coisa com coisa, falar incompreensivelmente. 

Sou da época em que um trabalhador da construção civil entrava numa quitanda e pedia 1 (um) tostão de banana machucada. Que vinha a ser aquela que despencou por estar muito madura. Os cachos ficavam pendurados num travessão e quando caiam amassavam um pouco.

Estas bananas, pelo aspecto, eram vendidas a preço promocional e ficavam sobre o balcão, para escolha do freguês.  O tostão era a moeda de 100 reis.



Claro que não eram só os trabalhadores que compravam banana machucada, todo mundo que andava na pindaíba também comprava. Pindaíba era estar sem dinheiro. Duro. Na lona.

Se eu disser que acho a Paola Oliveira um pitel, não a estou comparando a um salgadinho, a um petisco, mas sim dizendo que ela é gostosa (aparentemente), atraente.


Rose Rondelli

Era assim que eu me referia a Rose Rondelli, uma vedete que vi atuando em show do Carlos Machado. A Rose era um pitel, mas a Magda Cotrofe já não era. Já não era um pitel eis que a expressão, no sentido figurado, não mais era usada.


Magda Cotrofe
Antigamente se dizia, quando uma coisa era genial, que era do peru. Paris era do peru; já Lima era só a capital do Peru.

4 comentários:

Jorge Carrano disse...


O oposto de pitel era jaburu.

Hoje bagulho, tribufu.

Jorge Carrano disse...


Na verdade acho que atualmente o adjetivo mais utilizado para qualificar as mulheres que não se cuidam ou aquelas que tiveram a natureza como madrasta, é baranga.

Riva disse...

Eram tantas !! rsrsrs

Lembro de .... "joga pra Meireles" ou "joga pacas" ....não sei porque rsrsrsrs

Na bola de gude .... "Marraio tudo, feridô sou rei "

Elogios pra elas tinha "tetéia", "boazuda"

Acredita que às vezes ainda falo "mangos" me referindo à grana ?

"Boiei nessa" , "meu chapa" .....

Lembro a 1ª vez que me chamaram de "bicho". Olhei pro cara e quase dei uma porrada nele kkkkkkkkkkkk

PS: acordaram o Gigante, não o das Colinas kkkkkkkkkkkkkkkkk

Jorge Carrano disse...


Graças ao tropeço do Vasco, o Fluminense se mantém vivo na competição.

O Vasco está sempre ajudando o Fluminense. Foi o Eurico que virando a mesa resgatou o Fluminense para a primeira divisão.

Foi brindado com champagne.