21 de setembro de 2017

Almoço em família

O núcleo central de minha família, no estágio atual, é formado por 3 casais: eu e minha mulher, e dois filhos com suas companheiras.

Em tese não haveria maiores dificuldades em planejar um menu trivial para o almoço dominical.

Hoje é sábado (quando escrevo) e estava cogitando chamar os filhos e noras para almoçarmos juntos amanhã. Faz um tempinho que não almoçamos juntos. Desde 16 de julho, quando Erika e Ricardo vieram para dar detalhes do roteiro da viagem pelo Reino Unido que empreenderiam a partir do dia 19 do mesmo mês.

Se estivéssemos falando de pratos exóticos, seria compreensível, afinal nem todo mundo gosta e come rabada com agrião.

Rabada com agrião 

Ou angu à baiana, ou vatapá, que eu e Wanda gostamos muito.

Angu, com miúdos de boi

Vatapá
Frutos do mar sofrem restrições. Por exemplo o mexilhão é repudiado por todos, menos eu. Nem Wanda gosta.

Mexilhões, com um limãozinho e cervejinha gelada.
O pior é que mesmo quando pensamos em coisas simples, triviais e do dia-dia, as coisas se complicam.

Nem mesmo o tradicional talharim com carne assada, por exemplo o lagarto redondo e recheado com paio e linguiça, tem unanimidade porque dois dos familiares não comem carne vermelha.


O recheio pode variar, eu prefiro com paio e linguiça. E fatias finas.
Vejam só. Galinha ou frango, quem não come sou eu. Minto, até como, mas a contragosto. Portanto é raro ter galinha em nossa mesa. Peru, então, passo mesmo.
Arg! Galinha. Tô fora.
Se pensamos fazer camarão, um de meus filhos não come. Se pensamos em bacalhau uma das noras não come.

Só não pode faltar no Natal, quem não gosta trás uma torta de casa.

Camarões, com um chardonnay californiano madeirado

Peixe não é unanimidade. Moqueca não é possível pelos temperos. Só há unanimidade em torno do salmão. Mas convenhamos que mais de duas vezes ao ano é exagero.

Só há uma alternativa. Aliás duas: pizza ou Miojo. Mas pizza no almoço? Não sei explicar mas não combina. Nunca comi pizza antes das 18 horas. Minto, comi algumas vezes, na juventude, a fatiada do italiano da Rua da Conceição ou o da Trav. Alberto Victor.

A loja da família Bazhuni - Leão de Ouro - ficava exatamente ao lado da pizzaria e aos sábados disputávamos na porrinha quem pagaria as fatias de pizza. 

Margherita fatiada
O que sobrou? Miojo!

Melhor não convidar ninguém e preparar feijão, arroz, bife e batata frita.
Quase um PF
Por amor a verdade devo admitir que certos pratos são quase unanimidade na família, mas quando feitos sobra uma barbaridade e todo mundo tem que levar "quentinha", porque por menor que seja a quantidade de cada ingrediente que neles se coloque, o resultado final, no conjunto da obra, é de muita comida.

Feijoada quase completa
Feijoada com tudo a que se tem direito rende muito: carne-seca, lombo, toucinho, paio, linguiça, orelha e pé de porco, costelinha ... e ainda a guarnição: arroz, couve a mineira, torresminho, laranja, aipim frito ...

E no cozido, pensem na quantidade de legumes que nele se coloca (na versão da família). Até jiló  e maxixe. Além das diversas carnes. Rende um panelão enorme. 

Por isso deixamos para fazer em momentos especiais quando os convidados são em maior número.

Imagens: Google

5 comentários:

Sr. Hyde disse...

E macarronada?

Jorge Carrano disse...

Sr. Hyde,

Está no post. O mesmo se aplica ao macarrão:
"Nem mesmo o tradicional talharim com carne assada, por exemplo o lagarto redondo e recheado com paio e linguiça, tem unanimidade porque dois dos familiares não comem carne vermelha."

Riva disse...

Aki em casa a unanimidade é também complicada, afinal hoje se juntar todo mundo somos 7. Impossível acertar com todos, suas manias e gostos. Então quando junta toto mundo, temos que pedir delivery, e cada um pede o seu. No fogão, no smoke !

Então, dependendo do grupo (menor), podemos realmente fazer e traçar um bobó de camarão, ou filés com fritas, arroz e farofa na manteiga. O feijão tradicional também. A MV faz um para comer de joelhos !

Quando meus filhos chegam de alguma viagem "maior", têm direito a pedir o que querem comer. E geralmente é ..... o Gran Cozido Lusitano da Matriarca Vascaína, ma-rra-vi-lho-so !!

Vou parar porque estou babando ....

Jorge Carrano disse...

Hummmmmmmm !!!

Guardanapo para dois (rsrsrs).

Ana Maria disse...

Temos hábitos ibéricos de nos reunimos em torno de uma mesa farta. Nada de porções microscópicas, lanches espartanos.
Não se cojita um encontro da família em torno de uma atividade lúdica, jogos de tabuleiro, sessões de cinema, evangelho no lar ou simplesmente o velho e bom bate papo. Depois reclamamos do excesso de peso e colocamos a culpa na genética.