7 de janeiro de 2014

Viajar é bom, mas tem um lado ruim


Na verdade são vários os lados ruins, mas de certa forma são interligados.

Quando me decidi por escrever este post, que seria um preambulo do que escreverei sobre minha última viagem, pensei nos inconvenientes, sacrifícios e transtornos decorrentes dos passeios que implicam viagem aérea.

O inconveniente, o desagradável, a parte ruim, diz respeito aos aeroportos e as aeronaves.

Quer sacrifício maior do que embarcar no Galeão num A- 320 ? Pior só só mesmo no regresso ter que fazer uma escala em Guarulhos.

Pois é, gente, nosso aeroporto internacional no Rio de Janeiro, é uma vergonha nacional. E o tal A-320, da TAM, é um fusca que voa.

Os problemas começam antes e vão além do embarque. Na tal escala em Guarulhos, depois de 45 minutos trancados no famigerado Airbus, sentados eretos, com poltronas em posição vertical, sem acesso a aparelhos eletrônicos, apertadinhos, finalmente o piloto avisou que a decolagem fora autorizada. E começou a taxiar, devagarinho, em direção a ... uma fila de (juro) dez aeronaves, que aguardavam a liberação da pista para levantar voo. Da janelinha apreciei o desfilar, um a um, dos aviões da GOL, LAN, AZUL e outros da própria TAM que nos precederam na entrada da pista de decolagem.

O risível serviço de bordo, não sei se lamentavelmente ou felizmente, foi interrompido por causa de uma pequeníssima área de turbulência, que levou não mais do que 15 segundos. Mas suspenderam a distribuição de um bolinho doce, numa forminha de papel, que no tempo do Liceu comprávamos na cantina com o nome de “bolo maracanã” (o da TAM seria um Caio Martins) e uma Coca-Cola sem gás, porque a garrafa já fora aberta há tempo.

Isto me lembra de uma piada de um filme do Woody Allen, onde numa cena conversam duas velhinhas na varanda de um hotel de veraneio, com uma delas se queixando da péssima qualidade da comida ali servida e a outra arremata: e além de tudo servem pouquinho (se não entenderam a blague queixem-se ao Allen).

Para quem chegou a fazer a Ponte Aérea tomando Campari, com gelo e limão, bate uma enorme saudade. Sem contar o serviço de minha primeira viagem internacional, a bordo de um avião da Alitália, com vinho sem limitação, e refeição comível.

Bem, quando acaba o suplício, e o avião aterriza, no exterior, tem a famigerada “imigração”. Haja saco!

Mas mais saco mesmo é necessário para aguardar sua mala, que nunca aparece na esteira. Pensar em levar malas menores  e transporta-las na cabine, seria bom se você não tivesse que ir ao banheiro, ou fazer um lanchinho ou tomar um cafezinho arrastando-as todo o tempo, durante duas horas (antecedência da chegada ao aeroporto e pior nas conexões com diferença de até 4 horas). E sem tirar os olhos delas, pois ao menor descuido babau.

É verdade, o problema tem origem anterior. E atende pelo nome de pobreza. Pouca grana, falta de dinheiro, para fazer viagens com destinos mais distantes, em aeronaves mais confortáveis. Ou pelo menos poder pagar a classe executiva porque a primeira classe está absolutamente fora de cogitação.

23 comentários:

Riva disse...

O Galeão é uma vergonha mesmo. Feio internamente, sujo, mal cuidado, banheiros escuros e sem manutenção, fedidos, funcionários se arrastando preguiçosamente e com uniformes velhos ...

Os serviços internos são um horror ... entrega de bagagens, cantinas ruins, garçons ruins, serviço de táxi é uma vergonha também lá fora ... decadência total. Um LIXO !

Eu sempre que posso embarco pelo Santos Dumont, mas nem sempre é possível.

Internamente tenho dado preferência à AVIANCA (que é nacional). Airbus A320 novinhos, e excelente serviço de bordo e de entretenimento eletrônico. Mas cuidado para não pegar um antigo Fokker, que segundo eles, saem do ar ainda esse ano. A AVIANCA está dando de 10x0 na TAM e na GOL.Mas tem poucas aeronaves ainda.

Para a Europa, usamos há pouco tempo a "falida" IBERIA. Um show de conforto, pontualidade e serviços. E o aeroporto de Madrid é brincadeira .... rsrsrs.

Para os EUA, infelizmente minhas milhas são da American Airlines, que no Rio só usa velhíssimos Boeings 767. Além disso, seus hubs nos EUA são em Miami e/ou Dallas, super melhores que das outras empresas, para se voar para o centro/oeste americano.

A DELTA, Continental, US Airways usam aeronaves bem mais novas.

O mais triste disso tudo é que se pegarmos o projeto do mais moderno aeroporto no BRASIL a ficar pronto, ele estará anos-luz inferior em projeto, qualidade de serviços e tecnologia, se comparado com os mais modernos do mundo.

Como diz meu irmão Freddy ... isso aqui é uma m...... em termos de infraestrutura.

Felizes os que conseguem viajar para fora, de vez em quando, para fazer uma cultudiálise.

Ana Maria disse...

1 - Já pensou "isso" durante a Copa?
2 - O que vc tem contra o Fusca (coitado) ?

Jorge Carrano disse...

Disse tudo, Riva.

Ana Maria, nada tenho contra o Fusca (tive dois, um comprado de você). Acontece que, vamos combinar, em matéria de conforto sua nota era dois (rsrs) É quanto a isso que fiz a comparação, pois o tal A320, da TAM, é apertadinho demais, graças ao excesso de poltronas que colocaram. Um horror! A gente se sente imobilizado, espremidinho. Se o assento for o do corredor, você se vira para lá e é esbarrado o tempo todo pelo pessoal do serviço de bordo ou passageiros em trânsito para o banheiro.

Riva disse...

Uma raposa felpuda, de São Paulo, me contou que em conversa com outra RAPOSA ALFA (não quis me dar o nome), que trabalha "na área", disse que as companhias aéreas estão orientadas a, durante a COPA, dar preferência a passageiros em trânsito para assistir a COPA.

Não sei que metodologia eles empregarão para identificar quem é quem.

Essa estratégia vai ser usada para evitar o colapso nos aeroportos que ocorrerá, se juntar a demanda natural do dia a dia com a demanda em função da COPA.

Matemática ainda é uma função exata. Número de pistas de pouso demandam um número "seguro" de pousos e decolagens. É o que temos. Não temos mais pistas nas grandes cidades.

Enquanto não tivermos mais pistas, não adianta reformar os aeroportos, aumentar balcões de check in, banheiros, restaurantes,etc.

O que COMANDA a demanda operacional de um aeroporto é :
- quantidade de pistas para pouso e decolagem
- tempo "seguro" entre decolagens/pousos
- quantidade de vôos (que não falta)

O resto é poesia !!

Aguardemos para ver se a informação procede !!

Jorge Carrano disse...

Riva,
Até minha mulher, que estava na janelinha, mas não é de observar estas coisas, comentou a fila de dez aeronaves para decolar, e atrás da nossa já estavam posicionadas na pista auxiliar, taxiando, outras duas. Isto num intervalo de aproximadamente 30 minutos, porque há um espaçamento entre uma decolagem e outra.
Em Londres, onde já existem não sei quantos aeroportos, entre os quais Heathrow, Gatwick e Stansted, o prefeito atual já está pensando em construir outro grande. Heathrow é o de maior movimento na Europa e um dos maiores do mundo.
Lá, se decidido, é realizado. Até porque o atual prefeito almeja chegar a primeiro ministro.
Ninguém ouviu falar de colapso durante as Olimpíadas em Londres.É bem verdade que autoridades concitaram a população a que não fossem as ruas sem necessidade real.

Riva disse...

O problema do colapso nos aeroportos é seríssimo.

Em 12 de novembro de 2001, dois meses depois do fatídico 11 de setembro, um Airbus da American Airlines decolou do JFK de NY no rastro de um Jumbo (acho que da Japan Airlines). Entrou em turbulência devido a isso na decolagem, foi muito mal conduzido na tentativa de escapar/corrigir o problema, e se espatifou sobre residências no Queens, matando quase 300 pessoas.

É esse o problema ! Existe um tempo necessário entre decolagens, para segurança das aeronaves. Isso sem falar que tem os pousos também.

A matemática é simples : X pistas, Y possibilidades de pousos e decolagens, para intervalos de tempo Z.

Esse número só melhora com .... mais pistas, pois não dá para encurtar mais o tempo entre decolagens.

CAOS à vista ?

Jorge Carrano disse...

Caos à vista, no visual (visibilidade boa), sem necessidade de instrumentos (rsrs).

Freddy disse...

Já inauguraram nova rota de pousos no Rio. Eu achava que era Santos Dumont, me disseram que é no Galeão. Não importa: passam sobre minha cabeça. Sim, motores em marcha lenta, mas o ruído também depende da distância e eles passam muito baixo!
=8-(
Freddy

Riva disse...

Freddy, novas rotas não adiantam, porque o Galeão só tem 2 pistas.

Novas rotas aliviam o CAOS lá em cima - mais ruas, para evitar o que aconteceu sobre a Amazônia, com o choque do Legacy com o Gol - acredite, só existe uma "rua" pra ir e uma pra voltar, entre Manaus e Brasília. Mas com apenas duas pistas, os aviões vão ter que ficar rodando em cima do Rio, para aguardar ordem de pouso !

Vc vai ver ..... :(

Jorge Carrano disse...

Deixa eu explicar uma coisa. Não consigo distinguir um automóvel de outro por desenho ou desempenho. Entrando, posso dizer se é confortável ou não.
O mesmo se dá, e pior ainda minha ignorância, com aviões: tipo, fabricante, potência, velocidade, estas coisas.
Mas quando entro e me acomodo na poltrona sei dizer se estou confortável ou não.
Muito antigamente, eu sabia diferenciar um Fusca de um Aero-Willis (era assim que se escrevia?). Agora os formatos são todos parecidos pois uma montadora copia da outra a ideia, o conceito.
Desde as bicicletas sou desligado de marca e tipo: Monark ou Caloi? Tinha uma Philips também não é?

Helga Maria disse...

Tiveram bom período de festas?
Bom ter de volta este blog e com assunto de meu agrado que é viagens.
Não foi mencionada a vergonha que são ou roubos nas bagagens. Numa de minhas malas, cortaram, com gilete ou canivete, o fundo da bolsa externa que tem ziper com cadeado onde carrego em geral mapas, guias e vouchers. Vergonhoso embora possa ocorrer em outros países. Mas me constrange o que acontece aqui.
Helga

Jorge Carrano disse...

Olá, Helga! Bom te-la aqui conosco. Aguarde pois abordaremos viagens. Nada muito muito novo ou especial em se tratando de experiência pessoal. Principalmente para você que pelos relatos parece ser viajante contumaz. Mas este ano, além dos assuntos rotineiros, teremos mais dois temas no cardápio variado: eleições e copa do mundo de futebol. O espaço está aberto para colaborações e debates.

Riva disse...

A perda de uma mala é uma experiência traumática - pela violência, e pelas suas coisas perdidas. Um dos meus filhos viajou recentemente para a Argentina, e na volta teve uma das malas furtadas ....

Está processando a empresa, e o cartão de crédito, que "dava" seguro por extravio de bagagens.

Detalhes : é Aero-Willys

Eu tb tive uma bicicleta Philips, aro 18, que era do meu pai. Reformei-a no Cicle São Bento, nova pintura nas cores do FLU, capa do selim com escudo do FLU, novo dínamo para o farol, e nova campainha hehehe

Jorge Carrano disse...

Rapaz, o Cicle São Bento me traz recordações quase infantis. Havia um comercial (na época propaganda)com filmete e um jingle que era mais ou menos assim:
"Pedalando, pedalando,
Pedalando contra o vento,
Tenha sua bicicleta
Compre no Cicle São Bento"
Passava no cinema de rua, que corria os bairros da cidade. Eu estava na fase de transição da infância para a juventude.

Riva disse...

Belas recordações.

Voltando mais ainda no tempo, lembro até hoje da 1ª vez que consegui andar de bicicleta sem aquelas rodinhas auxiliares.

É o tipo de coisa que marca, como a 1ª namorada, o 1º beijo, a 1ª caneta, o 1º patins.

O Cicle São Bento é uma delas, como é também o Cinema Mandaro e o próprio Cine São Bento.

Jorge Carrano disse...

O cine São Bento, em sua época, era o mais confortável da cidade.

Jorge Carrano disse...

Acabo de ler no globo.com:
"A companhia aérea brasileira Azul anunciou nesta quarta-feira em São Paulo que fixará um teto máximo de R$ 999 no preço de suas passagens nacionais durante a realização da Copa do Mundo de 2014."
Ninguém, aqui, se queixou de preço. Os problemas são outros. Talvez se agravem se os preços forem mais acessíveis.

Jorge Carrano disse...

Na coluna Gente Boa (O Globo) de domingo passado, uma notinha fala de goteiras numa lanchonete no Galeão. E ilustra com uma foto da garçonete servindo uma xícara de café que leva numa das mãos e com um guarda-chuva na outra para proteger da goteira.
E ninguém vai preso ou fica pelo menos envergonhado na tal de Infraero.

Riva disse...

Freddy me deu um toque em off, então vai a errata : minha bicicleta Philips, holandesa, era aro 28.

Quando meu pai me deu ela, levei no cicle para reforma total, pois estava abandonada na nossa garage.

Escolhi a nova pintura : um verde escuro, com finíssimos frisos brancos e vermelhos - FLU.

Freddy tb me lembrou das bicicletas anteriores que ganhamos ... eram aro 24, salvo engano marca Sieger (alemãs), e ambas na cor grená ou vermelho bem escuro. Não sei como diferenciávamos qual era de quem, mas suponho que tenha sido pelas capas dos selins : uma FLU e outra Vasco rsrsrs.

Lanchonetes do Galeão : fujam para as montanhas ! Uma coisa lastimável em termos de qualidade da comida, atentimento, conforto e preços ! Uma vergonha, se comparadas às que usamos nos aeroportos fora do Brasil.

Freddy disse...

Sobre as bicicletas Sieger:
- Vi em sites de usados, as antigas acho que eram todas daquela cor vinho; devia ser padrão na marca.
- Apesar de iguais, vez por outra experimentei a de Paulo e - pasmem - sentia diferença! Seria a capa do selim? rs rs
- Elas eram resistentes, cara! Cansei de fazer "bicicross" nas ruas Magé e Miracema quando ainda eram de terra esburacada.
<:o)
Freddy

Freddy disse...

Sobre extravio de bagagens: Chegando em Bariloche no ano passado, as malas extraviaram (éramos um grupo de 5). Tivemos de passar o primeiro dia/noite e mais a manhã do dia seguinte, já em passeio, com o que trouxéramos no corpo e na bagagem de mão.
Ver as malas entrando no saguão do Hotel às 14h pelas mãos de um funcionário da LAN foi uma sensação bem próxima a um orgasmo bipolar trifásico!
<:o)
Freddy

Jorge Carrano disse...

O Galeão é um absurdo, uma vergonha.
Leram esta matéria que está em
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/01/menina-que-caiu-em-vao-do-aeroporto-do-galeao-deixa-cti-no-rio.html

Freddy disse...

Aeroporto de Ezeiza - Buenos Aires. No caso de conexão doméstica (p.ex. p/ Bariloche), atentem que o check-in da LAN/TAM para despacho de malas é realizado no Terminal A (internacional) apesar do embarque dos passageiros ser no terminal C (doméstico).
Abraços
Freddy