Lembrei, até, de uma frase do Gal. Golbery, numa entrevista nas páginas amarelas, de VEJA, quando ele disse que no Brasil ninguém é de esquerda, estão na esquerda.
Pois muito bem. Lembram do Paulo Francis? Jornalista polêmico e respeitado, na juventude foi militante de esquerda. Anos mais tarde, já consagrado, correspondente em New York, apaixonou-se pela cidade de tal sorte que ousou afirmar que se um dia o mundo fosse acabar, não haveria lugar mais interessante para acompanhar o desfecho. Mais ainda, sem abandonar, filosoficamente, o interesse pela melhoria de vida dos mais humildes, certa feita disse que continuava empenhado e interessado na causa dos desvalidos, desde que pudesse mante-los à distância. O seja, luto pela causa deles, mas os quero à distância.
Lembra quem? João Figueiredo, ex-presidente, que disse que o povo fedia.
O fato é que o Francis, ao descobrir alguns prazeres da vida, migrou para o lado que os oferecia.
Agora vem o Caetano Veloso e afirma em sua coluna dominical que: "Mas os Estados Unidos ainda são o país mais hospitaleiro para quem queira pensar, experimentar, pesquisar. Basta ter isso em mente – nem precisa lembrar Gershwin – para entender que o antiamericanismo é prova de fraqueza de espírito."
O fato é o seguinte, o que é bom, para o bem e para o mal, é oferecido pelo regime de economia de mercado, pela livre iniciativa, pela plena liberdade de expressão ( o Franklin Martins, não aprendeu ainda)
Voltando as coisas boas, e mudança de pinião, lembro de um certo presidente, que depois de provar um Romanée Conti, abandonou seu discurso de campanha e adotou política arquitetada pelos socialistas liberais.
De igual sorte o Mao Tse Tung, não era tão leal aos seus princípios de igualdade. Ou era apenas na aparência do traje, aquela espécie de uniforme usado pelos chineses , mas que bem de perto era fácil distinguir uma boa diferença: o dele era de seda.
Toda esta digressão é a propósito de algumas celebridades e intelectuais (?) que emprestaram seus prestígios apoiando a candidata Dilma.
A opinião é do Vargas Llosa, em Veja, “... omissis... ser esquerdista garante regalias. A esquerda fracassou em tudo, menos no controle da cultura. Isso foi possível porque a direita é muito ignorante e também por não ter se preocupado em utilizar a cultura ideologicamente, politicamente. A esquerda sim. Como resultado muitos intelectuais e artistas , inclusive aqueles que não militam na esquerda, jamais se atrevem a criticá-la”
Digo eu, eles bebem whisky escocês, têm propriedades (casas, apartamentos), carros importados, aplicações financeiras, trocam a ideologia por indenizações e pensões (né!? Ziraldo) e desfrutam de outras benesses do regime capitalista. Claro. Ninguém é de ferro.
Faz-me rir.
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