13 de novembro de 2010

Carta aberta para Esther

E não é que graças ao fantástico meio que é a internet, consegui localizar a ex-parceira Esther Lucio Bittencourt.

Muito pouco sei, entretanto, ainda, sobre suas atividades nestes últimos cinquenta anos ou mais. O pouco que consegui descobrir, foi graças ao e-mail da sua (her) amiga e sócia Ana Laura Diniz, conforme comentário ao post do dia 4 de novembro último.

Mais que depressa visitei os blogs e a website informados - http://primeirafonte.blogspot.com e http://porcaseparafusos.blogbrasil.com/ , na busca de mais detalhes sobre Esther.

Permito-me algumas deduções e obviedades. Confirmando a vocação e o talento já demonstrados quando ainda estudante secundarista, tornou-se jornalista: brilhante e atuante, como é fácil constatar nas visitas aos blogs supracitados.

Poeta já era, desde sempre. Se mais não falo sobre poesia é porque me faltam sensibilidade e cultura literária.

Parece ter estado comprometida com movimentos a favor do fim do regime ditatorial militar. Casou. Reside em Caxambu.

Foi ou é amiga de amigos e colegas meus, sem que soubéssemos: Jourdan Amora, Ricardo Augusto dos Anjos, Hermes Santos ( na verdade Florihermes) e outros.

Cara Esther, enquanto aguardo suas notícias, envio-lhe esta carta aberta. Não alimento grandes expectativas, pois como os orientais já definiram sabiamente, não é possível entrar duas vezes no mesmo rio.

Também exerci atividades estudantis, tendo sido presidente, por dois mandatos, do Grêmio do Liceu Nilo Peçanha e diretor da FESN – Federação dos Estudantes Secundários de Niterói ( logo depois do Jourdan), também por dois períodos. Participei de um grupo teatral incipiente e insipiente, que se reunia na casa do oftalmologista Paulo Pimentel, sob inspiração do poeta e, então, diretor da Biblioteca Pública do Estado - Geir Campos. O grupo tinha como alvo politizar os trabalhadores, via teatro experimental.

No governo Roberto Silveira, pai, saudoso político, diversamente do inexpressivo filho Jorge Roberto, participei de alguns movimentos: campanha pelos passes estudantis, pela meia-entrada nos cinemas (fizemos muita fila boba) e em especial, pela ocupação, que resultou na encampação do Colégio Jairo Malafaya (época dos tubarões do ensino).

Não tive problemas com os militares, eis que dois anos antes do 31 de março de 64, porque conheci a mulher com quem viria me casar, abandonei todas as atividades políticas, nas quais estava mais ou menos engajado, arranjei emprego, passei a estudar mais um pouco, fiz vestibular, casei, formei-me e vieram os filhos.

Tonei-me um pacato, anônimo e conformado cidadão, com raros e improdutivos momentos de inconformismo, manifestados aqui e ali, sem maiores consequências.

Dos nossos parceiros Eugenio Lamy, Alódio Santos e Oswaldo Szertock, nada sei, senão que o primeiro – Eugenio, é médico psiquiatra e o Oswaldo formou-se em odontologia.

Nossas crônicas eram escritas, o mais das vezes, pelo Lamy. Lembro de uma em especial, sobre a morte de um negrinho (naquela época podia-se falar de negrinho sem cair na idiotice do politicamente incorreto), que era vendedor de amendoim e morreu atropelado tendo nas maõs a lata com o brazeiro.

É isso aí.

2 comentários:

ana laura diniz disse...

olá, jorge,

é um prazer mais uma vez falar contigo. bom também que agora nos seguimos =D. esther quer falar contigo. pode enviar seu telefone para o e-mail dela? esthermaria@gmail.com

abraços e ótimo final de semana para você e toda família,

ana laura

p.s.: já que é aberta, tomo a liberdade e cometo a ousadia de postar a sua carta amanhã no 'primeira fonte'. é uma história e tanto de vida

Jorge Carrano disse...

Leiam a carta aberta da Esther, em resposta. Está em:

http://primeirafonte.blogspot.com.br/2010/11/retratos-da-vida.html

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Depois de entrar tem que rolar o post até o fim.