12 de maio de 2019

FUTEBOL É PAIXÃO


A frase do título serviu para Nelson Rodrigues rebater uma fustigada do José Maria Scassa, numa Grande Resenha Facit. Segundo o cronista rubro-negro, o tricolor não entendia de futebol e seria um corpo estranho naquela mesa redonda.

O cronista tricolor rebateu respondendo de pronto, mais ou menos o seguinte: "Meu caro Scassa, futebol é paixão e eu sou um dramaturgo". 

Pronto! # simplesassim.

Acompanho o futebol inglês e tenho simpatia pelo Arsenal desde a infância, porque o grande time londrino veio ao Rio , em 1949, enfrentar o Vasco. E o cruz-maltino venceu com um gol solitário do Nestor.

Por alguma razão simpatizei com o time inglês. Quando iniciaram as transmissões dos jogos da Premier League, virei viciado em assistir aos jogos e torcer pelo Arsenal.

Durante estes anos assistindo aos jogos na Inglaterra, admirei o trabalho desenvolvido por dois grandes técnicos: o escocês Alex Ferguson e o francês Arsène Wenger.

Wenger
Ferguson






Ferguson dirigiu o Manchester United por 26 anos, e conquistou 50 títulos (ao todo) na vitoriosa carreira.

Wenger diridiu o Arsenal por 22 anos, e tem como conquista maior um título invicto, que nenhuma outra equipe inglesa ostenta.

Nos últimos anos três outro treinadores estão se destacando na Inglaterra. Dois deles já eram vitoriosos em outros países.

Falo de Pep Guardiola e Jürgen Klopp. O espanhol fez ótimos trabalhos no Barcelona, no Bayern de Munique e faz agora do Manchester City. O alemão já se destacou na Alemanha e agora resgata o Liverpool, tradicional clube inglês que desde há muitos anos não conquista o título da Premier League. Alias nunca venceu este campeonato com este nome e formato.

O terceiro, argentino, nos último 5 anos, dirigindo o Tottenham, vem pouco a pouco, tijolo após tijolo, colocando o clube londrino numa posição nunca antes conquistada: vai disputar a final da Champions League desta temporada. Falo de Maurício Pochettino.

Guardioka
Klopp





Pochettino

Na verdade a Champions será disputada entre o Liverpool de Klopp e o Tottenham de Pochettino. O Liverpool já conquistou este título, já o Tottenham jamais.

Se estes dois clubes chegaram a esta posição, devem, sem sombra de dúvida ao trabalho de seus treinadores.

Nas duas semifinais nas quais os ingleses se impuseram, o Liverpool eliminando o Barcelona, e o Tottenham alijando o Ajax (da Holanda) que vinha sendo a sensação do torneio, o que assistimos, os resultados,  foram inesquecíveis. Falaram de milagres, de inacreditáveis, de históricos e  as duas partidas decisivas foram tudo isto e muito mais.

O ímpeto é nunca mais assistir jogos do Campeonato Brasileiro, tal o abismo existente entre o padrão europeu e o nosso.

Analisem sob qualquer ângulo: público presente, qualidade dos gramados, desempenho técnico dos jogadores, estratégia dos treinadores, táticas empregadas, atuação dos árbitros, enfim todos os componentes de uma boa partida de futebol e verão o desiquilíbrio é enorme a favor do europeus.

Se não assistiram a Liverpool  X Barcelona e Ajax X Tottenham não sabem o que perderam em emoção, suspense, entrega, estratégia.

Em entrevista após o jogo, Lucas Moura) herói da partida) ora no Tottenham, disse que no intervalo, com seu time perdendo de 2X0 e tendo que descontar o placar agregado de 3X0, em 45 minutos, o treinador não fez preleção. Anunciou as substituições e falou: "agora não tem tática, só coração".

Foi o que se viu em campo.

Pena, mas o Brasil não é, nem de longe, "o pais do futebol."

Nota: a Liga Europa, espécie de segunda divisão dos clubes campeões europeus, será decidida, também, entre dois ingleses: Chelsea e Arsenal farão a final. Supremacia total dos ingleses.

https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/jogo/09-05-2019/chelsea-eintrachtfrankfurt.ghtml

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