No meu aniversário, em 1968, quando completava 28 anos, ganhei de meus colegas de trabalho na Cia. Fiat Lux, de Fósforos de Segurança, o livro "Jorge, um brasileiro".
Poderia ter sido companheiro de farda do autor, Oswaldo França Junior, se ele não tivesse sido jubilado da Aeronáutica, pelo regime militar e eu, de minha parte, não fosse diagnosticado com discromatopsia no exame médico seletivo.
Teríamos sido contemporâneos - ele veterano e eu calouro - num breve período. Voltando à vida civil, tornou-se romancista e chegou a ganhar o mais importante prêmio literário da época , o Walmat.
No citado livro, ao final, o personagem/título, que é também o narrador da história, registra: "E digo para você que não gosto mais nem de lembrar dessas coisas, e só me lembro mesmo, quando alguém chega e a gente fica batendo papo. Porque, você sabe, a gente não consegue ficar conversando muito tempo, sem no fim contar do que a gente já fez ou do que a gente já foi."
Verdade! Outro Jorge, que poderíamos chamar de "o intruso", entrou num livro assim mesmo, sem maiores identificações, apenas Jorge, sem sobrenome, sem apelido, sem codinome, apenas Jorge.
Eu e o autor sabemos que é de mim que ele aborda em seu livro, intitulado "Lembranças do meu Liceu - 1953 a 1959".
O Liceu é o Nilo Peçanha, de Niterói, o período relatado certamente foi o mais importante da então famosa instituição de ensino.
Porque estou associando o livro do Oswaldo França Júnior ao do Liceu? Porque relendo, pela terceira vez, e agora com um intervalo maior entre uma e outra releitura, os relatos do Carlos Augusto Lopes Filho, codinome "Carlinhos" , lembrei que ganhei o primeiro livro citado por causa do nome Jorge no título, porque não tinha nada a ver com o personagem.
Já o personagem Jorge, da história do Liceu, naquele período, tem tudo a ver comigo, mais ainda, era eu mesmo.
O autor, meu amigo, para minha alegria, alerta logo de saída que é proibida a reprodução, total ou parcial, por qualquer meio, sem a prévia e expressa autorização do autor.
Isto me impede de transcrever aqui algumas passagens, algumas boas lembranças, do que fiz e do que fui, para confirmar a sábia reflexão do personagem do Oswaldo França Junior.
Alguns de nós ainda nos encontramos de forma bissexta, limitados pelo estado de saúde e da distância que separa nossas residências. Ficamos dispersos.
Mas ainda é prazeroso o encontro, ou reencontro, como nestes das imagens abaixo, com Irapuam, Josa, Bonvini e Carlinhos, entre outros.
Se você é um liceísta (quem foi sempre será) apareça aqui nos comentários, identificando-se e, querendo, deixando um meio de contato que repassarei ao Carlinhos e demais amigos.
8 comentários:
Fora da família, não mais do que três pessoas tratam-me por Jorge.
E isso desde os bancos primários, posto que eramos dois Jorge na sala de aula.
Dona Consuelo, nossa professora, para distinguir passou a nos chamar de Carrano e Rodino (o outro se chamava Jorge Rodino).
Acostumei-me desde cedo, portanto. E achava natural porque meu pai sempre foi tratado por Carrano. Muitos "amigos" sequer sabiam que seu nome era Fernando.
Meus filhos, como regra geral, são tratados por Carrano.
Carlinhos já me explicou e justificou porque não identificou melhor o Jorge citado em sua obra sobre o Liceu.
Passei de passagem por aqui pra "tomar uma", rever os usuários do Pub da Berê .... mas estava vazio. Deve ter sido a hora, ou será que a crise atingiu os barzinhos também ?
Também tenho um grupo assim, só que do ABEL (meu saudoso irmão Freddy era liceísta). Mas acreditem, tive que sair temporariamente, porque só se fala de política, das putarias com o povo do STF (tem outra classificação?), muitos assassinatos com requintes de crueldade, GIFs mostrando nossas fragilidades, enfim, não estava fazendo bem ao meu espírito, jovem ainda.
Pra vcs verem como ando petrificado, ontem assisti ao incrível Sobrenatural de Almeida 5x4 Grêmio, e não fiquei nervoso, não me abalei em nenhum momento do jogo. Na verdade fiquei com muita pena do time quando eles fizeram o 4x4, mas logo depois veio a vitória sensacional.
Em CNTP, teria desmaiado ou passado mal, mas não ..... o processo de desapego do FLU está com bons resultados.
Isso é bom ?
É bom abrirmos mão daquilo que nos emociona, que nos move ?
O que sobra ?
Sobra uma certa anestesia geral, uma ausência de emotividade, de se importar com, sobra um certo "foda-se" - aliás, atualmente é o livro mais vendido no Brasil - A arte do Foda-se.
Então, como o diálogo do Calvin e seu Tigre:
Calvin : de agora em diante meu lema é QUE SE FODA
Tigre : esse lema não é meio pesado ?
Calvin : que se foda !
Partiu, férias. Volto no fim do mês.
Sds Tetracolores !
Resultado histórico por causa da - como se dizia antigamente - marcha do placar.
Na volta, as always, farei os posts sobre a viagem.
PS: que gol incrível fez o Kompany, na grande vitória do City hoje. E a emoção no fim do jogo, ele chorando com os abraços, e a galera cantando Hey Jude ..... perdemos essa magia no futebol brasileiro.
Boa viagem! Desfrutem bastante.
E na volta relate para nós.
E a torcida do Liverpool, sempre recebe a equipe, antes dos jogos, entoando "You'll Never Walk Alone".
Carrano, como já te esclareci por e-mails ou telefone, te chamei de Jorge num dos episódios do meu livrinho sobre o Liceu porque tínhamos perdido o contato por longo tempo e não sabia como você receberia associar o nome pelo qual o tratávamos (Carrano) com o personagem do episódio que narrei. Como te disse, em outras matérias que publiquei, quando mencionei alguém do nosso tempo que participou de algum fato dos anos 50, mesmo que por apelido, esse alguém ficou chateado porque não gostou de relembrar fatos do passado. Outro me disse que meu livrinho fez com que lembrasse coisas "que já havia enterrado sobre o Liceu", mesmo tendo estudado sete anos na mesma sala que eu. Mas, corrijo aqui publicamente: no Liceu você sempre foi o Carrano e não o Jorge...
Caro amigo Carlinhos,
Obrigado pela intervenção. No meu comentário (o primeiro lá no alto), tive o cuidado de ressalvar que você já explicara e justificara os motivos que o levaram a não identificar melhor o Jorge que apareceu em seu livro.
Mas valeu reiterar.
Caro Riva,
Reporto-me ao comentário feito na manha de hoje (às 08:36 h), para ressaltar o papel da torcida do Liverpool cantando sem parar o hino oficioso do clube: "You'll Never Walk Alone".
E que vitória, hein?! O adversário era o Barcelona, com Messi, Luiz Suárez e Coutinho.
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