26 de abril de 2016

Conclusão do ginasial e fim de um ciclo

No post anterior e em outros mais antigos, fiz referências aos primeiros anos da segunda metade do século passado, especialmente a década de 1950. Ver http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2016/04/amizades.html

Isto porque neste período deixei a infância  e atingi a adolescência. Fiz amizades, primeiros namoricos (com paixões desenfreadas), diversão baseada em cinema e futebol.

Ver filmes impróprios para menores, em especial franceses, era uma grande façanha, que envolvia desde adulteração da caderneta escolar até suborno do porteiro. Mas compensava poder admirar seios desnudos e belas pernas. Nada além disso.

Atingir a adolescência e concluir o curso ginasial tinha enorme significado. Trazia novas opções de ensino, em busca do canudo de papel a nível universitário, sonho de 10 em cada 10 pais da classe média -  ver um filho (ou filha) médico, engenheiro, advogado ou dentista.

Para os rapazes as forças armadas ofereciam todos os anos vagas para suas escolas preparatórias  de cadetes e depois oficialato. 

Ser oficial das forças armadas conferia prestígio social, carreira sólida e segura. 

Que caminho trilhar após o ginasial? Cursar científico ou clássico? Ou ainda um curso técnico (contabilidade)? As moças tinham a opção de fazer o Instituto de Educação, o que ao fim a ao cabo lhes outorgava o título de professora primária.

As empresas anunciavam a existência de vaga  na área administrativa para quem tivesse o segundo grau e fosse datilógrafo.

Os rapazes vestíamos ternos, com gravata, para cerimônias especiais em clubes, reuniões e até na formatura do curso ginasial, quando ainda contávamos 14, 15 ou 16 anos.

Na foto que ilustra a postagem anterior podemos verificar que  as madrinhas - irmãs, primas, mães ou namoradinhas - do formandos usavam chapéus na cabeça.

Tudo era formal e chic. 

A importância dada ao curso ginasial, que correspondia a primeira fase do atual secundário era tal que recebíamos diploma, havia missa em celebração e baile ao som de orquestra, com direito a valsa à meia-noite, com a madrinha (ou padrinho). Era o ponto alto do baile.

As orquestras mais conhecidas não tinham vagas na agenda nos finais de ano. Era preciso contratar com muita antecedência: a Tabajara, o Waldir Calmon, o Ed Lincoln, o Silvio Mazzuca e outros que não recordo.


Referência:   http://blogdojornalistaassueres.blogspot.com.br/2012/04/anos-506070-tendencias-musicais.html

5 comentários:

Jorge Carrano disse...

A bem da verdade minha família não era de classe média. Nós éramos pobres mesmo. Não passávamos necessidades, mas era tudo muito controlado.

Tentei, como milhares de jovens, as forças armadas. Fui reprovado no exame para a Marinha (não estava suficientemente preparado) e na Aeronáutica (segunda opção), fui eliminado nos exames médicos, por causa da discromatopsia.

Os times jogavam com dois zagueiros, três médios volantes e cinco atacantes. Era outro esporte, mais cadenciado, outro ritmo.

E o Vasco tinha o Expresso da Vitória.

GUSMÃO disse...

Afinal quantos retrovisores tem este veículo?

Racaída Carrano? ha ha ha ha

Jorge Carrano disse...

Estou usando os laterias caro Gusmão.

E são dois, um de cada lado (rsrsrsrs).

Não estou conseguindo divisar coisa alguma na frente, é muito nevoeiro. Mas torço para que, dissipada a neblina, tenhamos um horizonte bonito, de céu claro e muita luz.

Dez milhões de desempregados, centenas de empresas e firmas menores fechando as portas, Estados falidos não conseguem pagar o funcionalismo, doentes fazendo filas nas portas dos hospitais ...

E a canalhada fala em golpe. Por isso fico relembrando "como era verde o meu vale."

Riva disse...

rsrsrs Muito legal relembrar tudo isso.

Esse ano minha turma do ABEL comemorará 50 anos da formatura do Ginásio. Estamos nos reunindo para planejar o evento, que já conta com pelo menos uns 30 colegas.

Ed Lincoln !! Essa pegou lá no fundo.

Ed faleceu em 2012. Ele tinha um estúdio de gravação na Lapa, e foi em seu estúdio que a minha banda de rock gravou sua primeira música - Edifício Saint Martin, em 1983. Levamos 10 horas dentro do estúdio para gravar uma música que ficou com 3min25seg, tempo ideal para tocar nas rádios. Hoje, com a tecnologia existente, vc faz todo esse trabalho em casa !!

Essa música foi feita em homenagem a um vizinho, já falecido, que se incomodava com a minha banda ensaiando no meu apartamento nos fins de tarde, tendo em vista que sua filha ficava dançando em casa empolgada com nossas músicas .... kkkkkkkkkkkk

Vejam um trecho da letra :

Ah mamãe eu to ficando tantã
Mamãe a coisa aqui está o fim
Me livre do suplício
Me livre desse hospício
Do Edifício San Martin

Tem mais de trinta dias que eu não como e não durmo
Estou uma pilha de nervos e ficando até surdo
Me chame a Polícia, me chame o Bombeiro
Pois eu já não aguento é rock and roll o dia inteiro











Jorge Carrano disse...

O mundo gira e a Lusitana roda, não é Riva?