27 de janeiro de 2011

Double version

Foi meio de brincadeira e meio com fim didático que resolvi, há anos, gravar em minicassete (sou do tempo dos cartuchos, quem se lembra?), um mesmo tema musical com duas interpretações diferentes, em sequência; dois artistas que pudessem ser comparados; por exemplo, dois pianistas, dois saxofonistas, dois cantores e assim por diante.

Os cassetes eram ouvidos no automóvel, em casa, no escritório, e me permitia analisar arranjo, swing, alma doada pelo intérprete.

Em geral, gravava as duas versões da mesma canção com executores do mesmo instrumento, ou só cantoras e cantores. Por vezes, gravava um pianista e um saxofonista (meus dois instrumentos prediletos), sempre interpretando o mesmo número musical.

Duas premissas básicas tinham que ser atendidas: os temas tinham que ser de meu gosto e os intérpretes top de linha, nomes respeitáveis.

Vejam a seguir o que poderia ser um exemplo, e montem seus próprios álbuns. Claro, claro, a mídia será outra que não a fita cassete.

Double version (piano)

Faixa 1 – “Autumn Leaves”, com Errol Garner;

Faixa 2 – “Autums Leaves”, com Keith Jarrett

Faixa 3 – “Summertime”, com Oscar Peterson

Faixa 4 – “Summertime’, com Ramsey Lewis

Faixa 5 – “Nigth anda Day”, com Oscar Peterson

Faixa 6 - "Nigth anda Day", com Bill Evans

Faixa 7 – “Body and Soul”, com Thelonious Monk

Faixa 8 - “Body and Soul”, com Art Tatum

Faixa 9 – “Moonglow”, com Teddy Wilson

Faixa 10 - Moonglow”, Winton Kelly

Faixa 11 – “The Man I Love”, com Ray Charles

Faixa 12 – “The Man I Love”, com Nat King Cole

Você leitor atento e perspicaiz, deverá estar pensando: mas ele não escreveu que eram pianistas para poder comparar? Como incluiu Ray Charles e Nat King Cole que são cantores. Ademais, nem gravaram, cantando, aquela bela canção ("The man I love").

É simples. Ambos, em seus inícios de carreira, eram pianistas ( e dos bons). Aliás que a interpretação do Ray Charles é definitiva. Ele conseguiu colocar toda a sua alma, o soul que era sua marca registrada. A impressão que se tem é que seus dedos mal tocam o teclado, apenas acariciam.

A do Nat King Cole também é boa, mas inferior, aqui no caso. Ambos estão acompanhados apenas por baixo e bateria. Na verdade o Nat por baixo e guitarra.

Como de resto todos os pianistas citados estão acompanhados de baixo (bass) e percussão (drums), apenas, que se convencionou chamar de seção rítmica.

2 comentários:

ana laura diniz disse...

adoooooooooro comparar interpretações. esther também. achava que éramos as únicas =D
beijos mais

ana laura diniz disse...

oi, juliana. tudo bem? vim aqui por intermédio do seu avô. e assumo: fiquei pasma pelo seu vocabulário, pelos assuntos tratados e pela maneira como os fazem. até disse ao seu avô que gostaria de uma aluna assim (é que além de jornalista, leciono para o ensino médio e pré-vestibular). é raro entre os adolescentes ler as palavras inteiras e corretas, sem aqueles "naum", "axo", "tc", "flw", e coisas tais. dá até arrepio, não? beijos. apareça sempre no primeira fonte. e parabéns!!!