Gente do céu! Meu primeiro título eleitoral tinha foto e, no verso, espaço para que, com rubrica do presidente da seção eleitoral, ficasse comprovado meu comparecimento.
Havia espaço para 12 comparecimentos às urnas.
Ou seja, com um único documento, no caso o título eleitoral, matavam-se todos os coelhos perseguidos.
Agora discute-se a obrigatoriedade de apresentação de dois documentos, porque o título não tem foto que permita identificação. E recebe-se um pedacinho de papel, fácil de perder, como comprovante de votação.
E esta discussão vai parar no STF e parar o STF. Fruto de casualismo de um cabeça oca qualquer, que resolveu legislar sobre uma coisa que funcionava bem.
Ora, votava-se, ultimamente, a partir do título sem foto, apenas com um documento de identidade (não era necessário o título). Bastava, óbvio, que o nome do eleitor estivesse na listagem do TRE. P’ra que mexer neste troço?
É evidente que o PT é contra a exibição de dois documentos. Os eleitores do partido, em grande parte, não têm dois documentos. Ou não os levarão, por falta de informação.
A nova lei tem um ano, e foi sancionada pelo presidente Lula. Como ele não lê o que assina, ficou sem saber e, logo, se dar conta do prejuízo, eventual, para seu partido.
Agora correm atrás, no Supremo Tribunal Federal, de uma decisão que elimine a necessidade de dois documentos. E irão conseguir, a julgar pela votação até ontem (sete a zero).
Ainda bem que esta será, provavelmente, a última festa democrática a qual compareço. Só voltarei se houver forte razão. E vou desta vez por duas razões básicas: a uma porque tenho um candidato no qual quero votar, porque confio no seu preparo para o cargo. Chama-se José Serra. E a duas, porque não sendo obrigatório, irei espontaneamente exercer meu DIREITO. E não, cumprir uma obrigação.
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