Quero me penitenciar em razão de minha açodada crítica à intervenção no trânsito da Alameda São Boaventura, levada a efeito pela administração municipal. Passadas as primeiras 48 horas da implantação do sistema, quando efetivamente a coisa piorou, parece que, a julgar pelo relato de usuários, o trânsito sofreu uma sensível melhora naquele corredor viário. Que bom!
Todavia, continuo achando que a solução mais eficaz seria a ligação direta, São Gonçalo-Rio de Janeiro, através da baía da Guanabara.
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Dizem alguns críticos, que enaltecem o chamado futebol arte, que Dodô é o artilheiro dos goals bonitos. Isto é de um romantismo ultrapassado que dá pena e me provoca risos. Ou se trata de hipocrisia ou de santa ingenuidade. Bota ingenuidade nisso.
Desde há muito o futebol de competição deixou de ser apenas talento individual do jogador, o artista da bola. Quem quer ver este futebol arte, descompromissado, deve se limitar a assistir às peladas de final de semana.
O futebol atualmente praticado, exige do jogador um elevado preparo atlético. O jogo tornou-se muito corrido. Combativo, de poucos espaços. A velocidade passou a ser um fator importante. A marcação apertada e a ocupação de espaços tornou-se vital até mesmo como papel dos atacantes. O posicionamento em campo e a disciplina tática de um jogador, pode torna-lo mais importante para a equipe do que um outro mais habilidoso no trato da bola, mas inteiramente indisciplinado taticamente.
Poderia dar dezenas de exemplos de jogadores que hoje não escalaria em meu time, mesmo tendo atuado em seleção nacional.
Mas quero voltar ao Dodô.
E para falar dele, e de seu epíteto, vou me socorrer de frases e posturas de outros jogadores.
Dizia o Dadá Maravilha, grande artilheiro, e emérito frasista, que não existe goal feio; existe goal perdido.
O Dodô deveria ficar atento a isto.
Romário, um dos maiores artilheiros de todos os tempos, no início de sua carreira, conseguia, em grandes arrancadas em direção ao goal adversário, driblar e superar na corrida seus marcadores, e enfiar a bola no fundo da meta.
No final da carreira, já sem o mesmo preparo físico, com pouco fôlego, posicionava-se bem dentro da área, onde era um perigo para os adversários.
E o que dizia o Romário em suas entrevistas nesta fase de encerramento da carreira: agora eu entro em campo para fazer goals.
Ou seja, jogar futebol, já não dava mais. E ele levava isto ao pé da letra, não se envergonhando de fazer goals até chutando de bico. E goals importantíssimos.
É isto que tem que ser incutido na cabeça do Dodô. Jogar ele já não joga há muito tempo. Poderia continuar fazendo goals, não necessariamente bonitos, mas importantes para sua equipe. Deveria mirar-se e prestar atenção no que disseram o Dadá e o baixinho. Se não, fora Dodô!!!
30 de março de 2010
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