14 de setembro de 2019

Estamos doentes




Por
Ana Maria Carrano





Estou ficando craque em aproveitar ideias alheias.

Fiz isso na postagem do “manager” (Quase quase)* e agora me preparo para embarcar na afirmativa do Riva (comentários no post Balanço Geral)** de que “o  Brasil está gripado.”




Está sim, na verdade está mais do que gripado.

Não adiantaram as Campanhas governamentais de vacinação. Nesta, apenas o vírus da influenza e suas várias cepas são inoculados e o que nos acomete é muito mais que isso.

Não sei por efeito das alterações climáticas, das queimadas na Amazônia, dos comentários do Presidente, mas nossa imunidade anda em baixa.

Podemos estar imunizados contra a gripe, mas isso não impede que vírus, bactérias, bacilos e uma série de micro-organismos agressivos ataquem laringes, faringes, brônquios, seios da face e quase todo corpo.

Não bastassem as invasões destes micro-organismos, somos brindados por diabetes, hipertensão, artrose, gastrite, esofagite, e por aí vai.

Num grupo de 100 pessoas, quantas encontraremos com problemas na coluna? Quantas com intolerâncias alimentares à lactose, ao glúten, à frutose e à sacarose? Quantas com enxaquecas, fibromialgias, tendinites LER?

E só abordamos até agora problemas físicos, mas nossas cabeças também não andam lá essas coisas.



Hoje em dia não temos mais filhos levados ou quietos. Uma enorme quantidade de siglas rotula nossas crianças que são diagnosticadas com TDAH, TEA, TGD, TOD.

Alguns destes transtornos foram identificados há pouco tempo e já fazem parte do nosso cotidiano.


E nós os adultos? Acreditamos em “fake news”, “fake gurus”, “fake amores”. Trocamos um abraço por um “like”.  Nos deprimimos, sofremos.

O que nos falta, ou que nos sobra?

Sem muito pensar ouso falar em excesso de informação, em excesso de estímulos e escassez de interação.

Gostaria muito de saber as opiniões dos possíveis leitores, ainda que discordantes. Tenho certeza que alguma luz pode ser jogada sobre o tema.


https://jorgecarrano.blogspot.com/2019/09/balanco-geral.html

** https://jorgecarrano.blogspot.com/2019/09/balanco-geral.html

2 comentários:

Riva disse...

Perfeito, Ana. Adoecemos, pela nossa ótica.

Eu já li, Carrano também, os livros do Yuval - SAPIENS, HOMO DEUS. Assustador onde chegamos e para onde vamos.

No momento pontuo que :

- sempre estivemos em transformação, mas creio que a nossa geração foi até o momento a que mais vivenciou mudanças muito impactantes no nosso dia a dia, em nossas vidas.

- basta conversar com novas gerações - e eu converso muito, estou sempre rodeado de jovens no trabalho - para atestar essa diferença de percepção entre nós.

São centenas ou milhares as mudanças, conceitualmente denominadas como "coisas normais" pelas gerações atuais.
Para minha/nossa geração as mais marcantes são, na minha percepção, sem julgar se foi bom ou ruim:

Nº 1 : sem dúvida a Internet ... e agora temos a Internet das Coisas, caminhando para sentirmos cheiros e gostos virtuais.

2) Desenvolvimento de sistemas aplicados em qualquer atividade - não tem volta.

3) Tecnologia aplicada à Medicina

4) VAR : acaboando com a emoção e beleza do futebol, o entretenimento de bilhões de pessoas no planeta.



Jorge Carrano disse...


O VAR mudou no sentido de incluir o esporte das multidões no politicamente correto.

Mas o politicamento correto, mesmo legal e justo, muitas vezes inibe o riso franco, a alegria de um momento, a piada bem bolada, o prazer de viver, a felicidade que deve ser nossa busca permanente.

Chamar alguém de afrodescendente fará dele uma pessoa mais humana, mais respeitável? Ou serão suas conquistas pessoais, como presidente Obama, ministro Joaquim Barbosa, escritor Machado de Assis, e milhares de outros mais, que dignificam e honram humanos de pele negra?