11 de janeiro de 2018

O país à matroca

Em Goiás, a ministra Carmem Lúcia, presidente do STF e do CNJ, é desaconselhada de levar adiante seu propósito de visitar um presídio, onde houve rebelião de presos, com saldo de nove mortos, catorze feridos e noventa e nove detentos foragidos; e incêndio de instalações.

Destruição depois do motim

E esta “dissuação” foi por alegada falta de segurança. O governador, em entrevista, todo  cheio de pose, como se nada daquilo fosse responsabilidade dele, disse que se a ministra quisesse mesmo visitar o presídio teria plena segurança.

Este mesmo governador, quando tudo começou, estava em gozo de “justas e merecidas férias”, fora do Estado, quando a insurreição teve início.


Neste mesmo Estado, menores infratores conseguiram fugir, pela enésima vez nos últimos anos, do Centro de Atendimento Socioeducativo de Luziânia

No  Rio Grande do Norte, as polícias civil e militar promoveram uma greve ilegal. Levada à apreciação do Judiciário, como não poderia deixar de ser, a paralisação foi julgada abusiva, e determinado o mediato retorno dos grevistas ao trabalho.

Policiais colocam algemas, e afrontam a Justiçpa
Nada aconteceu. Eles desobedeceram decisão judicial reiterada. Não houve qualquer punição.

Os grevistas afirmavam não estar em greve, fingindo que não tinham era condições de trabalho; e as autoridades fingiam acreditar que não se tratava de uma greve ilegal.


Lembram-se da piada do maquinista soviético? “Eles fingem que me pagam e eu finjo que trabalho”.

Foi exatamente o que aconteceu no RN, porque o movimento paredista terminou sem que houvesse qualquer alteração nas condições de trabalho.

Quem teria aquilo roxo para enfrentar e punir?

E a corrupção na Petrobrás? A estatal fez acordo de US$ 3 bilhões, observem que falo de três bilhões de dólares, com a Justiça americana, para por termo a processo no qual investidores reclamaram perdas em função da corrupção na empresa.

Na operação chamada de Lava-Jato, tanto a Polícia Federal, quanto a Procuradoria Geral da República e o Judiciário Federal, nas três instâncias, inclusive o STF, consomem tempo, e muito dinheiro, para provar que houve corrupção e desvio de dinheiro que foi canalizado para partidos políticos e  bolsos de vários parlamentares e membros do executivo do mais alto escalão.

Ora, convenhamos, se a própria empresa (vítima) admite que houve corrupção e desvio de dinheiro – caso contrário seria um absurdo firmar tal acordo – o que mais é necessário para encerrar esta lenga-lenga e botar todos os envolvidos na cadeia?

Pedro Corrêa, ex-presidente do Partido Progressista (PP), ora cumprindo prisão domiciliar, que foi apanhado no Mensalão e na Lava-Jato, em recente entrevista conta até os detalhes dos esquemas montados para sugar dinheiro de estatais, traçados em reuniões.

Antes que eu esqueça, ditas reuniões, segundo Corrêa, contaram com a presença do Lula, este mesmo que quer voltar ao governo.

Que falta mais? Empresas, corruptos e corruptores estão devolvendo dinheiro ao governo, às estatais, em acordos de leniência e colaboração premiada.

Se não tivesse havido fraudes em licitações, superfaturamentos, porque aceitaria devolver dinheiro?

Que mais falta? Falta coragem, atitude, independência para julgar todos os envolvidos, todos mesmo, as cabeças coroadas, raposas felpudas, bigodes grossos, e colocar todos na cadeia.

Ah! Precisaríamos ter um povo mais esclarecido, com mais educação, mais bem informado, para que não fosse sequer cogitado esquema especial de segurança no julgamento de um marginal, de qualquer estirpe, como no caso de Lula, por desnecessário.

Que povo ético, decente, que clama pela retidão de caráter, iria para as ruas defender um delinquente?

Só os que se satisfazem com  um sanduíche de mortadela, ajuda de custo de R$50,00 e transporte.

Teremos caravanas em Porto Alegre? Provavelmente sim.

Por questão de justiça devo salientar que alguns “artistas e intelectuais”, da esquerda festiva, da esquerda caviar, que toma uísque, tem apartamento em Paris e campo de futebol soçaite para jogar com amigos, também apoia corruptos, verbas públicas para financiar suas produções. Adoram a Lei Rouanet.

E alguns assumem um personagem de esquerda, como fé de ofício. São de esquerda por opção profissional, fisiológica.


Por derradeiro, nestas perfuntórias observações sobre o país à deriva, não podemos deixar de registrar para os pósteros, que no Rio de Janeiro, em janeiro de 2018, uma viatura da Polícia Militar, fazendo patrulhamento em via pública, passa por bandidos armados de fuzis e metralhadoras, de maneira descarada, acintosamente silentes, omissos.




Acabo admitindo que precisamos de um Duderte.
http://www.bbc.com/portuguese/internacional/2016/05/160509_presidente_filipinas_traficantes_rm

Um comentário:

Jorge Carrano disse...

O Globo, edição de domingo, dia 7 de janeiro, pagina 3, entrevista com Pedro Côrrea.