30 de dezembro de 2025

Reflexões

Aproxima-se a virada de ano no calendário gregoriano. Entraremos em 2026, da era cristã. Chegando vivo ao dia 21 de abril, completarei 86 anos de vida.

Lembrei da fábula do lenhador que às quintas-feiras, sentava-se debaixo de uma árvore e contava para ele mesmo a história de sua vida.

Planejei fazer algo do gênero, uma reflexão sobre o que fiz, o que deixei de fazer, e o que fazer doravante, chegando ao epílogo.

Chamem de coincidência, se acreditam nelas, mas pode ser pura associação de fatos.

Recebi de um amigo, via ZAP, um depoimento/meditações/ponderações de ninguém menos do que Mário Quintana. Li e me arrepiei.

Aí fui juntando leituras, vivências, e decidi - por que não? - não reinventar a roda. Simplesmente adotá-la como concebida, já testada e aprovada.

Juntei o título  de um livro de autoria de um dileto  amigo (ver ao lado, com seu nome na capa); a lenda do lenhador que contava para sim próprio a sua vida; e uma antiga crônica de João Ubaldo Ribeiro ... e resolvi a questão.

Na crônica, que não localizei mas guardo na memória, o consagrado autor fala de criar uma oração para uso próprio, que expressasse seus sentimentos, reverência, fé e gratidão.

Ao fim e ao cabo observou que ficou parecida com o "Pai nosso", ensinada por Jesus aos seus discípulos segundo os Evangelhos.

Tornou desnecessário o propósito, por óbvio.

Assim faço eu, adotando as contemplações de Quintana, assumo o que ilumina meus passos, meu caminhar claudicante e o que pacifica/cristaliza e reflete meus pensamentos.

Eis o texto de Mário Quintana, que deve emoldurar à perfeição nosso (dos octogenários) estado de espírito, os pensamentos adensados em nossos neurônios por acaso ainda não necrosados.


29 de dezembro de 2025

CULTURA INÚTIL

Nos bancos escolares primários e ginasianos, nos idos anos 40 e 50, do século XX,  atualmente fundidos e denominados de ensino fundamental, eram muitas matérias nos curricula. Onze, salvo traição da memória.

Ademais, os assuntos abordados em alguns casos eram rotulados de "cultura inútil". Criticávamos o ensino do latim, taxado de língua morta. E as matérias "canto orfeônico" onde aprendíamos na clave de sol a  posição das notas na pauta, sobre as linhas e nos espaços, que eram: fá, lá, dó, mi. Para que se não tinha talento e nem vocação para a música?

Trabalhos manuais, disciplina do ginasial, nos levava à fraude. Como fazer uma caminhãozinho de carga, em madeira, sem ferramentas adequadas, sem habilidade manual? Solução? Comprar nas Lojas Americanas e deformar um pouco para parecer artesanal. Lixa aqui, passa a grosa ali e pronto.

A professora Clotildes, coitada, simpática e gentil, dava nota oito e vida que segue. 

Vejam em:

https://jorgecarrano.blogspot.com/2012/09/embalagens-ii.html

Mesmo na geografia, decorar os afluentes do Amazonas, nas duas margens, era um exagero e sem relevância. E quanto as capitais dos estados brasileiros e países mundo afora?

Chamávamos de cultura inútil.

O tempo se encarregou de dar razão aos mais céticos. Belgrado não era a capital da Iugoslávia? Agora é da Sérvia? O que aconteceu? O fim da Iugoslávia resultou na formação de sete diferentes países autônomos cujas capitais - lanço um repto - duvido que saibam de cor, sem o Google.

Até que, em 2015, a cultura inútil virou game e foi divertido, como narrado em:

https://jorgecarrano.blogspot.com/2015/12/natal-com-bacalhau-torta-de-nozes-e-quiz.html

Mas como asseverado no comercial, " o mundo gira e roda".

Vai daí que, não demorou constatar, na Faculdade de Direito, que se o latim era língua morta, estava insepulta.

Dizia o professor de Direito Civil que nosso arcabouço jurídico era calcado no romano; e por isso, para confirmar, havia uma disciplina "direito romano", logo no primeiro ano.

Servitus pecoris ad aquam adpulsus, toma decorar esta e outras servidões romanas que foram incluídas em nosso sistema jurídico. Muitos de nossos institutos da lei substantiva foram criados no velho império e perpetuados em latim.

E na lei penal também, como por exemplo: "nullum crimen nulla poena sine praevia lege."

O método de alfabetização era eficaz e daí para a escrita as etapas faziam sentido. Começávamos fazendo cópias, depois ditados e só então chegávamos à redação, até hoje constante no ENEM.

A redação tinha um processo iterativo. Podia ser uma descrição, onde a imaginação não cabia; e a composição, onde a imaginação era importante.

Lembro que numa prova de português (o idioma), a temática da narração/descrição pedia uma festa junina e alguém da turma lascou "que na casa do tio soltaram muitos fogos, balões e fogueira".

Perdeu pontos, claro, porque a professora Arlinda, obtemperou que ninguém "solta" fogueira.

No meu vestibular o tema da redação foi "A  Guerra e a Paz". Alguém sussurrou, lamentando, que não leu a obra de Tolstói. Mas se fosse ao detalhe verificaria que a célebre obra até poderia servir de inspiração, mas não era essencial haver lido. Bastava distinguir tempos de paz e de guerra, fazendo paralelo. De preferência louvando a paz, ressalvando ser impossível se envolver homens. O que fiz remontando a Abel e Caim.

A ideia, neste  post, era ressaltar que o saber - cultura - não ocupa espaço e não há faixa etária limitadora. Isto porque assistindo ao Globo Rural, ontem, aprendi que colher é diferente de coletar no mundo agrícola.

Voltarei  outro dia para abordar o tema.

28 de dezembro de 2025

Jardinagem IV

 

Nos idos anos 1960, na vigência de governos militares, a censura atuava rigorosamente, vigilante previamente principalmente junto aos órgãos de imprensa. 

Matérias censuradas eram substituídas na edição, diagramação, por receitas, ou poesias pra preencher os espaços.

Não tenho, dentro dos meus limites de informação, censura prévia. Mas certamente teria se escrevesse aqui, com todas as letras, sem filigranas verbais, sem eufemismos, o que penso deste Congresso que elegemos (por isso é o que merecemos).

Executivo e judiciário merecem todas as restrições e criticas da sociedade explicitadas nas redes sociais. Mas o que o legislativo pratica está para além do desvio de conduta, de finalidade, é a reunião de uma corja, um bando de malfeitores, grupos peçonhentos, a ralé política, juntos num antro onde impera a falta de escrúpulos, de ética e moral, comparável à lenda de Ali Baba.



Por isso recorro à jardinagem para atenuar o cenário político.



Abaixo os dos vizinhos, normalmente povoados de pássaros que se deliciam com as frutas (ou pedaços delas) colocadas diariamente pelos moradores.




Viva a natureza, auxiliada por humanos, mas principalmente as matas nativas que ainda sobrevivem. Exemplo?

                                      MATA ATLÂNTICA


24 de dezembro de 2025

Visite Niterói, fotografe, coma algo e "chispa daqui"

 

Orla da Praia da Boa Viagem

Praia das Flexas vista do pátio do MAC

Curva da Itapuca: liga as praias Flechas e Icarai

Vista do MAC com Pão de Açúcar ao fundo, no Rio de Jameiro

Visão geral da Praia de Icaraí


Ilha da Boa Viagem, com a capela

Praia de São Francisco em dia nublado

Praias Sossego e Camboinhas

Praia do Sossego

23 de dezembro de 2025

Jardinagem III

 Fotos do acervo pessoal e outras pinçadas na rede.













22 de dezembro de 2025

A pergunta que não quer calar

Para encerrar minha  decepção, minha insatisfação, meu repúdio ao corte do arbusto que brotou e cresceu na Pedra de Itapuca, pergunto:

Que providência a Prefeitura de Niterói está adotando para protege-la da erosão causada pela ação do vento e da chuva,  e em especial do impacto das fortes ondas do mar?

A proteção contra a presumível fissura decorrente do crescimento do arbusto já foi implementada: arrancaram o elemento vivo.

As calçadas, todavia, danificadas pelo crescimento das raízes, o que provoca desnivelamento no piso, eventualmente causando acidentes, ainda não foram objeto de preocupação. 

Já estudaram espécies que a par de produzirem sombra e frescor não tenham raízes danosas?

Registro fotográfico mais antigo da Pedra de Itapuca, pinçado em: https://www.facebook.com/historiasesquecidas/posts/pedra-de-itapuca-1%C2%AA-foto-1867-2%C2%AA-foto-2024157-anos-de-diferen%C3%A7a-entre-ambas-as-f/1206368954868758/


Pedra de Itapuca - 1ª foto 1867

NOTAS:

1. Tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), em 1985, como monumento natural de Niterói, a Pedra de Itapuca fica entre as praias de Icaraí e das Flexas. Seu nome significa “pedra furada” ou “pedra que ri”, em tupi guarani.

2. A lenda: Diz a história que, depois que Cauby e Jurema foram mortos por viver um romance proibido pela tribo dela, Jacy (a lua) pediu a Tupã que transportasse o casal para o interior da pedra, de forma que os apaixonados ficassem eternamente juntos. A pedra é reproduzida na bandeira e no brasão de armas do município.

3. https://www.facebook.com/historiasesquecidas/posts/pedra-de-itapuca-1%C2%AA-foto-1867-2%C2%AA-foto-2024157-anos-de-diferen%C3%A7a-entre-ambas-as-f/1206368954868758/


21 de dezembro de 2025

SENADO barra indicado para o STF

Enganam-se os que pensam que me refiro ao Advogado-Geral da União, Jorge Rodrigo Araújo Messias, indicado pelo presidente Lula para assumir vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Até poderia ser, posto que ele - Jorge Messias - está em risco. Há rejeição ao nome dele, no senado, que esperava outra indicação, a do ex-presidente da casa, o advogado Rodrigo Otávio Soares Pacheco, que foi integrante do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Ver sobre o caso o vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=CngDsy0Zrs8) a seguir:

O barrado, do título já havia tomado posse no STF, onde permaneceu por apenas dez meses. Trata-se do médico Candido Barata Ribeiro, indicado pelo ex-presidente Floriano Vieira Peixoto (o segundo da República), militar ativo no golpe que derrubou a monarquia.

O atento e percuciente leitor há de estranhar nas considerações acima pelo menos duas inconsistências, imaginando tratar-se de equivoco do blogueiro.

Uma seria a indicação de um médico e não de um advogado. A segunda ter sido barrado já tendo assumido a cadeira no STF.

Vamos as explicações. Sob a égide da Constituição então em vigor, que explicitava como pré-requisito "notável saber", sem especificar em que matéria era exigível esta condição, permitiu a determinada corrente hermenêutica indicar nome fora da advocacia, desde que possuísse notável saber.

A interpretação foi pacificada e cristalizada a ideia de que é exigível notável saber jurídico, como asseveram todas as constituição subsequentes.

E Barata Ribeiro já tomara posse porque a regra na época, flexível, admitia a sabatina a posteriori.

O tragicômico é que Barata Ribeiro anos depois foi eleito para o Senado, que rejeitara sua indicação para o STF. Agora é rua em Copacabana. E foi tio-avô do humorista Agildo Ribeiro.

Estas informações, fatos históricos, estão documentadas nos anais do Senado Federal, cujo acesso éobtiodo através do link a seguir:

https://www12.senado.leg.br/institucional/arquivo/arquivos-pdf/senado-ja-rejeitou-medico-e-general-para-o-stf