24 de outubro de 2020

Pra onde caminha a humanidade

 


Por

Ana Maria Carrano




A minha geração e algumas posteriores estão tendo oportunidade de observar fenômenos sociais e antropológicos significativos. Sutilmente, sem alarde, alterações são efetivadas sem que se perceba.

Como exemplo cito o estágio evolutivo dos recém nascidos. Há cerca de 40 ou 50 anos atrás,  as crianças nasciam com olhos e mãos fechados e, só abriam depois de pelo menos uma semana. Hoje, o bebê mal se liberta da placenta e já segura o dedo do médico e o encara olho no olho. Isso é evolução da espécie,  semelhante a postura corporal e queda de pelos que se desenvolveram através  de milênios.

Mudanças sociais também são constatadas facilmente a partir do século XIX com as consequências da revolução industrial e das duas grandes guerras mundiais.

A participação da mulher na força de trabalho e consequente garantia de direitos antes inimagináveis; as invenções nas comunicações que anularam distâncias geográficas e finalmente, as mudanças de hábitos e costumes impostas pela ameaça de guerras bacteriológicas que se tornam viáveis após a pandemia de 2020.

Essas gerações onde me incluo, apesar dessas conquistas está também observando uma decadência moral mais destruidora que desastres físicos ou pandemias.

Quando poderíamos imaginar que após um acidente com caminhão os transeuntes iriam abandonar o motorista agonizante para saquear a carga?

Quem, em sua mais pessimista previsão,  acreditaria que homens escolhidos ou eleitos para defender os interesses do povo, utilizam seus cargos e funções para  roubar as verbas destinadas a salvar vidas com saúde e educação.

Não. Não considero que o homem é uma experiência divina que não deu certo. Eu vivi outra realidade, uma sociedade de gente de bem e aprendi em casa e nos bancos escolares a importância da solidariedade, da honestidade e do trabalho.

Assim, constatando essa realidade me pergunto: onde  e como foi que erramos?

5 comentários:

Jorge Carrano disse...


Assim como para a ciência evoluímos ao longo de séculos, também estamos degenerando desde há muitos séculos.

Há seis mil anos domesticamos o cavalo, a mulher finalmente conseguiu sua liberação, a liberdade levou à liberalidade e outros fatores contribuíram.

Mas o pior mesmo é que vai piorar mais. Ainda bem é que meu prazo de validade está vencido e não terei que vivenciar tal dissabor.

No texto, pincei as sentenças abaixo que corroboram minha opinião:

A participação da mulher na força de trabalho. A garantia de direitos antes inimagináveis. As invenções nas comunicações. As mudanças de hábitos e costumes.

Jorge Carrano disse...


A solução pode estar em outro planeta de outra galáxia. Ou num vírus refratário e imune à medicação. Resistente a vacinas. Assim voltaremos (a raça humana) às árvore ou às águas a depender de sua teoria sobre nossa origem e evolução.

Numa guerra nuclear de âmbito planetário, o que inviabilizaria vida durante bons séculos, pode acontecer, por que não?

Se existe Deus quem sabe ele entenda havermos atingido o limite de degradação aceitável e nos transforme em pedras de sal. Ou destrói o planeta (ou o Universo) como fez com Sodoma?

Riva disse...

Esse assunto é inquietante principalmente pelo fato de que não vou testemunhar, como vai ser para meus filhos, netos, bisnetos, etc ....

Hanna & Barbera acertaram muito, como atesta o desenho animado OS JETSONS da década de 60. Hoje temos o israelense Yuval com seus livros SAPIENS, HOMO DEUS, etc, que li todos.

Em relação a ETs, não entendo porque aparecem (e aparecem mesmo), mas não aterrissam, não fazem contato, não agridem.
Haverá contato por eles, ou será o ser humano que vai continuar tentando por séculos (inutilmente) enquanto não entenderem que a viagem interestelar é possível, mas NUNCA enquanto Religião, Política e Ciência continuarem se estranhando ?

Só é possível conceber o INFINITO se se compreender a dobra do tempo, o tal "Buraco da Minhoca", sem antes de tudo abandonar crenças religiosas. Tudo se resume a Química e Física, no nosso ainda pequeno entendimento do que é isso.

Creio que o ser humano ainda resiste por um bom tempo antes de destruir o lindo Planeta Azul, antes de se auto destruir, com fome, miséria, egoísmo, insensatez e principalmente, maldade, tudo que não se enxerga nos animais e nas plantas.

A humanidade é inviável. Apesar de tudo, acho que a minha geração teve uma vida bacana por um bom tempo - e por isso tenho muita saudade dos Anos 60.

Muito pra conversar ...quem embarca nesse debate ?

- James, o de sempre !





Ana Maria disse...

Esse debate me atrai, Riva. Mas já é tarde e já pedi a saideira.
Amanhã vou embarcar nesse papo, com certeza.

Ana Maria disse...

Ainda não deu pra fazer minhas colocações hoje. Amanhã, se Deus quiser.