Nelson Rodrigues, dramaturgo, cronista e jornalista, um dos maiores senão o maior frasista brasileiro em língua portuguesa, enaltecia Otto Lara Resende, escritor e jornalista mineiro, por sua capacidade de criar frases imortais com enorme capacidade de síntese.
O título acima é de uma referência do Nelson sobre o Otto, dizendo que era preciso que alguém o perseguisse ao longo de um dia inteiro coligindo suas frases e abastecer com isso uma Loja de Frases.
Não vou dar aqui exemplos porque é muito fácil em rápida busca, ter diante da telinha do notebook, tablet ou smartphone dezenas das melhores frases dos dois. Basta clicar no Google.
Mas nem sempre foi assim. Na minha infância e juventude, para acessarmos verbetes, com dados de escritores, cientistas, heróis de guerra, artistas ou estadistas, era preciso ter em casa coleções de enciclopédias tais como a Delta Larousse, ou a Barsa.
La em casa tínhamos o Lello Universal. Não faço a menor ideia da razão que levou meu pai a optar pelo Lello e não uma das outras duas então disponíveis e mais conhecidas.
Para conhecer o significado das palavras, e bem aplicá-las, era preciso buscar socorro nos dicionários do Aurélio ou do Houaiss.
Na escola, lembro bem, a partir do curso primário eramos treinados na língua culta, para a escrita correta (grafia, acentuação tônica, concordâncias de gênero, numero e grau). A didática empregada era cumulativa em termos de contato com as palavras.
Assim é que os exercícios iniciais eram de simples cópia. Era escolhido um texto de bom autor e tínhamos que copia-lo. Mais tarde, em outra etapa, o execício era de ditado. A professora lia em voz alta e pausadamente para que escrevessemos o texto.
Esta etapa já exigia um certo conhecimento no respeitante a grafia acentuação das palavras. Ao corrigir a professora grifava com tinta vermelha as palavras escritas de forma errada. Ao receber de volta o caderno corrigido, era possível identificar rapidamente o grau de acerto pela quantidade de tracinhos vermelhos.
Já estando na terceira série, eramos solicitados a desenvolver imaginação, criatividade, através de textos por nós mesmos criados. E estes textos eram de duas naturezas: ou composição ou de descrição. Descrever era narrar um fato ou acontecimento da forma mais fiel. Jpa a composição permitia mais liberdade de criação e até fantasia.
Não me tomando como exemplo, mas sim pessoas próximas que não chegaram aos níveis superiores de ensino, posso testemunhar que a conclusão do curso primário lhes permitiu bem empregar na escrita e na conversação um razoável vocabulário.
Palavras como prateleira e lagartixa, por exemplo, eram pronunciadas corretamente. Era pouco comum ouvir "partileira" e "largatixa".
Tive encontros com palavras desconhecidas, como já contei aqui no blog, em diferentes fases de minha vida. E estou me referindo ao coloquial. Mesmo já bacharel em direito.
Admiro muito as pessoas que têm agilidade mental, são repentistas e conseguem criar frases criativas com a maior facilidade e naturalidade.
Com espontaneidade, tipo meu saudoso amigo Mário Castelar, que tendo mudado para São Paulo respondeu sintética e precisamente, uma provocação que fiz sobre as belezas naturais do Rio de Janeiro, em contrate com o cinza e a selva de prédios da capital paulista: "o Rio é realmente um belo layout".
Ou quando, ao volante, ambos regressando a Niterói num final de semana, também eu morando aquela altura na terra da garoa, ao ter os olhos rapidamente atingidos pela luminosidade dos faróis altos de um caminhão tipo jamanta que trafegava na pista contrária: "pô, o cara acendeu o sol na minha cara".
A seguir, algumas frases recorrentes, clássicas, históricas, proferidas por poetas, estadistas, acadêmicos, compositores, reis, artistas, e personalidades famosas (reais ou ficcionais), assim como enunciados e aforismos.
Não indicarei os autores, senão em comentários, a fim de que possam, querendo, fazer um teste para verificar seus níveis de conhecimentos gerais.
As frases poderão não ser reproduções fieis, eis que extrairei da memória. Sorry periferia.
1) Esta última, "sorry periferia" era utilizada por cronista mundano.
2) Tire seu sorriso do caminho, que quero passar com a minha dor.
3) Meu reino por um cavalo.
4) Nós sempre teremos Paris.
5) O ser humano não deu certo.
6) Só o gênio enxerga o óbvio.
7) Nada tenho a lhes oferecer senão sangue, suor e lágrimas.
8) As rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti.
9) O tempora! O mores!
10) Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico.
11) Saio da vida para entrar na história
12) Estou com qualquer coisa entre 50 anos e a morte.
13) Minas está onde sempre esteve
14) A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos...
15) Não nos deixeis cair em tentação ...
16) Até tu, Brutus?
17) Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.
18) Se não tem pão que comam brioches.
19) Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
20) O quadrado da hipotenusa é igual a soma do quadrado dos catetos.
A seguir, algumas frases recorrentes, clássicas, históricas, proferidas por poetas, estadistas, acadêmicos, compositores, reis, artistas, e personalidades famosas (reais ou ficcionais), assim como enunciados e aforismos.
Não indicarei os autores, senão em comentários, a fim de que possam, querendo, fazer um teste para verificar seus níveis de conhecimentos gerais.
As frases poderão não ser reproduções fieis, eis que extrairei da memória. Sorry periferia.
1) Esta última, "sorry periferia" era utilizada por cronista mundano.
2) Tire seu sorriso do caminho, que quero passar com a minha dor.
3) Meu reino por um cavalo.
4) Nós sempre teremos Paris.
5) O ser humano não deu certo.
6) Só o gênio enxerga o óbvio.
7) Nada tenho a lhes oferecer senão sangue, suor e lágrimas.
8) As rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti.
9) O tempora! O mores!
10) Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico.
11) Saio da vida para entrar na história
12) Estou com qualquer coisa entre 50 anos e a morte.
13) Minas está onde sempre esteve
14) A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos...
15) Não nos deixeis cair em tentação ...
16) Até tu, Brutus?
17) Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.
18) Se não tem pão que comam brioches.
19) Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
20) O quadrado da hipotenusa é igual a soma do quadrado dos catetos.
11 comentários:
Respostas:
Se você acertou menos de 18 precisa ler mais, e fequentar mais cinemas e teatros.
Se acertou, sem "colar", 18 ou mais parabéns, seu nível de informação é aceitável.
1) Ibrahim Sued
2) Versos de “A flor e o espinho”, de Nelson Cavaquinho.
3) Shakspeare, pela boca de Ricardo III, ato V, cena IV
4) Rick Blaine (Humphrey Bogart) em Casablanca. “We’ll always have Paris”.
5) Millôr Fernandes
6) Nelson Rodrigues
7) Winston Churchill
8) Versos de "As rosas não falam", de Cartola
9) Cicero, nas Catilinárias
10) Dom Pedro de Alcântara, príncipe regente
11) Getúlio Vargas em carta-testamento ao se suicidar
12) Eduardo Dussek, cantor e compositor, em entrevista
13) Otto Lara Resende sobre a posição política do Estado de Minas
14) George Bernard Shaw
15) Oração do "Pai Nosso"
16) Julio César, ao ser apunhalado pelo filho adotivo Marcus Brutus.
17) Antoine Lavoisier
18) Maria Antonieta, rainha da França
19) Antoine de Saint-Exupéry, em "O Pequeno Príncipe"
20) Pitágoras, filósofo e matemático grego.
Tente estas para melhorar seu desempenho:
E agora, José? A luz apagou, a festa acabou, o povo sumiu, a noite esfriou, a agora, José?
Carlos Drummond de Andrade
Um pequeno passo para um homem, um passo gigantesco para a humanidade.
Neil Armstrong, astronauta americano ao pisar o solo lunar.
O estado sou eu (L'Etat c'est moi).
Luiz XIV rei de França)
De tanto ver triunfar as nulidades,de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça ...
Rui Barbosa, político, jurista, diplomata, escritor e tradutor.
É impossível escrever corrupto sem PT.
Claudio Tognolli, jornalista.
E tem as famosas que não foram proferidas:
"Toque outra ves,Sam"
Esta é do Humphrey Bogart, em Casablanca
"O Brasil não é um país sério" Charles de Gaulle.
Estas não foram escritas e nem ditas.
Bem colocado, Gusmão.
Lembro que travou-se grande polêmica nas páginas do tabloide "O Pasquim", entre Paulo Francis, Ivan Lessa e outros, em torno da citada frase: "toque outra vez, Sam".
Uns afirmavam que não estava no roteiro do filme, já outros diziam ter certeza de que era proferida pela personagem (do Humphrey Bogart ou da Ingrid Bergman ?)
Na época não havia Internet, NetFlix, DVDs em locadoras, etc, facilidades de que dispomos hoje para rever qualquer filme a qualquer hora.
Agora podemos afirmar que a frase, tal como citada, não está no filme.
Gostei da brincadeira de adivinhar autoria de frases. Quem proferiu tais preciosidades?
"Eu não sei de nada."
"O sítio é de um amigo."
"Não existe alma mais honesta que eu."
"Por mais que vc não goste de sua aparencia, afirme-se bonito."
"Sempre que vc olha para uma criança, tem uma figura oculta atrás que é um cachorro."
"O meio ambiente é sem dúvida uma ameaça ao desenvolvimento sustentável."
"A autossuficiência no Brasil sempre foi insuficiente."
"A mulher abre o negócio, tem seus filhos, cria os filhos e se sustenta, tudo isso abrindo o negócio."
Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.
O molusco e a anta.
KKKKKKK
Ótimas frases coligidas pela Ana Maria.
Quanto a enciclopédia Lello, acredito que a escolha de nosso pai se deveu a questão do país de origem.
As outras mais famosas, Barsa e Larrouse, foram lançadas no Brasil na década de 60, depois de um trabalho minucioso de tradução.
A Lello já era editada em portugues, o que facilitou sua importação antes das demais.
Pelo menos é o que penso.
Ah, Jorge. Parece que seu coração está mais mole e sua cabecinha mais aberta. Ashuashuashua.
Você citou versos no meio das frases famosas!!!
Parece que está começando a gostar de poesia.
Ashuashuashua.
Já citei Lula, Zé Dirceu, Renan e assemelhados e entretanto eu os abomino.
Citar não é gostar, Kayla.
Mas obrigado por voltar ao blog.
Sei, sei... mas os versos estão em boa companhia. Ashuashuashua
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