17 de maio de 2017

Você se lembra? Nem sabia?

No final dos anos 1950 e início dos 1960, os bancos funcionavam aos sábados, em regime de meio expediente, e remuneravam o saldo da conta corrente a razão de 0,5 (meio por cento) ao mês.

Algum tempo depois, com a popularização da caderneta de poupança (que só havia na Caixa Econômica Federal), a conta corrente deixou de ser remunerada com juros.

Meu primeiro emprego, acreditem, foi em banco, na função de chefe de contas correntes. Ou seja, nunca tive vocação para índio, sempre para "chefe" (rsrsrs). 

Quando introduzidos no Brasil os telefones celulares, quem pagava a tarifa das chamadas era o titular da linha. Por isso os possuidores de celulares eram seletivos ao fornecer seus números.

Os trocadores, nos ônibus, tinham este nome porque realmente limitavam-se a trocar o dinheiro dos passageiros. Estes depositavam num recipiente coletor, na saída do veículo, o valor da passagem, em moedinhas.

Mais tarde, os trocadores já ficavam sentados junto à porta de embarque (que era a traseira), e vendiam fichas, e estas eram depositadas no coletor citado no parágrafo anterior.

Era tão importante o ensino médio, que os formandos do curso ginasial faziam festa, com missa solene e baile à noite, com os formandos e suas madrinhas (ou padrinhos) em trajes de gala. 

Na missa alunos de paletó e grava e as mulheres de chapéus na cabeça. Tínhamos entre 14 e 17 anos de idade.


Missa formatura ginasial 1954, Catedral de Niterói

Summer
Smoking



Havia uma espécie de estabelecimento comercial chamado quitanda, que vendia frutas, verduras, legumes, ovos, carvão (sim, muita gente ainda cozinhava com carvão) e tamancos (ainda muito usados), basicamente.

Os cachos de bananas ficavam expostos pendurados nas traves de sustentação do teto, presos por ganchos de vergalhão, que eram descidos pela escolha do consumidor (chamado freguês), com a utilização de um cabo de vassoura, com um gancho na extremidade. Tal e qual se fazia com as gaiolas de pássaros.

As bananas que se soltavam eram colocadas sobre o balcão, para serem vendidas separadas a preços especiais reduzidos. Os trabalhadores de rua (garis, construção civil, etc), compravam "um tostão de banana machucada" para reforçar a marmita que traziam de casa.
Tostão

Se você lembra de algumas mudanças significativas de hábitos e costumes, regras sociais, protocolos,  faz cometário.

Niterói, cidade sorriso? Sorriso banguela, né? Vejam como era:

4 comentários:

Jorge Carrano disse...

Algumas quitandas vendiam vassouras de piaçava, e galinhas. Mas isto será objeto de outro post. Isto é uma ameaça.

Ana Maria disse...

O tempo passa e os costumes mudam.
Se eu entrar na sua vibe e começar a discorrer sobre quitandas, empórios e boticas, os leitores poderão desconfiar que tenho 72 anos.

Jorge Carrano disse...

Para acabar com a desconfiança dos leitores, em delação premiada confirmo que você está, sim, com 72 anos de idade.

E com idade mental de 17 anos, rebelde e contestadora.

Jorge Carrano disse...

BANANA MACHUCADA

Meu fulho pergunta o qu vem a ser "banana machucada". Não se trata de um tipo especial de banana.

Como mencionei, nas quitandas os cachos ficavam pendurados. Quando amadureciam vez ou outra uma banana se despendia e caia no chão, dando uma amassada. Principalmente as que aqui chamamos de banana d'água e em outro pontos do pais chamam de banana nanica.

No manejo também acontecia de uma ou outra se desprender do cacho.

Estas ficavam avulsas para venda como "machucadas", ou eram usadas para completar o peso (contrapeso, dizíamos) já que esta era a forma de venda da fruta aqui no Rio.

Quando mudamos para São Paulo estranhei pois lá as bananas eram vendidas por dúzia.