23 de maio de 2017

Encontros e desencontros na literatura

A história de amor, entre Armand Duval e a cortesã Marguerite Gautier, narrada por Alexandre Dumas Filho, baseada, segundo consta, em caso real, virou um clássico. Sob o título de "A dama das camélias" (La dame aux camélias), o romance escrito em francês foi traduzido para várias línguas, foi encenado como peça teatral, foi adaptado para o cinema e serviu de inspiração ao compositor Giuseppi Verdi para compor a ópera La Traviata (A mulher caída).


Antes de me embrenhar na literatura universal, rica em amores célebres, como o acima mencionado, possíveis e impossíveis, acompanhei nas tirinhas - histórias em quadrinhos - alguns casais que se tornaram populares e a respeito dos quais torcíamos contra ou a favor.

Nosso pai chegava em casa no início da noite trazendo o jornal “O Globo”, que publicava uma página com várias histórias em quadrinhos, que acompanhávamos com vivo interesse.

Disputávamos quem leria primeiro, sempre com o alerta dele "não me misturem o jornal". Era para que não desorganizássemos, misturando as páginas dos cadernos do jornal.

Histórias de detetives (Nick Holmes, Dick Tracy, Mandrake), de aventuras (Tarzan e Fantasma) e umas humorísticas, que tratavam de relacionamentos complicados entre casais.


Mandrake e Lotar

Naquele último caso, minha diversão era com Pafúncio&Marocas, e com Ferdinando Buscapé&Violeta.











Não que em outras historinhas, inclusive as de aventuras, não aparecessem casais, eternamente noivos ou namorados. Era o caso, por exemplo, do Fantasma com  Diana e do Tarzan com Jane.


Fantasma com Diana
Tarzan com Jane










Entretanto ao amor, real ou ficcional, como centro e razão principal dos romances, só cheguei com Shakespeare, em duas de suas obras clássicas, encenadas mundo afora milhares de vezes. Refiro-me, claro, a Romeu e Julieta e Otelo e Desdêmona.


Adicionar legenda












Passei pelos amores lendários, como o de "Tristão e Isolda", trágica história tida como de origem celta, contada e recontada ao longo dos séculos e que parece ter servido de inspiração para outra lenda amorosa, reunindo o cavaleiro Lancelot (o da Távola Redonda) com a rainha Gwinevere.


Minha história com Wanda daria um romance. A sua história com sua esposa ou companheira também? Pode ser! Mas duvido que tenha ingredientes como no nosso caso.

Nós arriscamos tudo num namoro que tinha todos os elementos para não dar certo.

Nossa história tem componentes que tangenciam a ficção. Se fosse roteiro de novela, os comentários seriam mais ou menos assim: “só mesmo em novela”; “veja se isto pode acontecer”; “é coisa de novelista”.

Ou pior: "isso é absurdo, onde já viu?"

Já antecipo para quem não nos conhece que estamos casados há 52 anos e se a este tempo adicionarmos os 4 anos de namoro e noivado, são 56 anos de relacionamento que começou como atração física e terminou em matrimônio e constituição de uma família.

Como temos dois filhos que têm livros publicados, e portanto veia literária, sugerirei que contem a história em livro. Vai parecer ficção, mas serão biografias entrelaçadas.


Nota do autor: a maioria destas obras clássicas li enquanto aluno do Liceu Nilo Peçanha, que fica a cômodos poucos metros da Biblioteca Estadual, do outro lado da Praça da República, onde era inscrito e podia retirar livros por certo tempo.

8 comentários:

Jorge Carrano disse...

Outras histórias de amor:

O amor que mobiliza até o ódio de deuses. Falo do amor de Paris por Helena. (na Ilíada, de Homero)

Bentinho desconfia da fidelidade de Capitu (Dom Casmurro, Machado de Assis)

Heathcliff é rechaçado por Catherine, a mulher que ama.(O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë)

Kayla disse...

Ai Jorge. Vc sempre citando coisas antigas. Ashuashuashuashua. Tem que falar dos romances modernos dos séculos 20 e 21.
Esqueceu do amor e aventura de Bonnie e Clyde?
E aqui no Brasil, não vai falar dos casais Eduardo Cunha / Claudia; Sérgio Cabral / Adriana; Temer / Marcela?
Tem que valorizar o que é nosso, pô.
Asuashuashua

Alessandra Tappes disse...

Tema que mto me fascina. Romances. Quando criança, adorava me aventurar em títulos nada melosos, mas me arrepiava ao me deparar com cenas cheias de sentimentalismos. Chorei quando Tistu partiu desse mundo, atravessei o deserto em cima de uma bicicleta junto com um "menino doo óculos de aro de metal", arrisquei soluções com Vivi Pimenta, mas foi lendo 84 Charing Cross Road de Helen Hanff. Adorava ler histórias de amor impossível, n gostava nada do comum. Julia, Bianca, deixava para as mhas colegas...(depois dos 30 devorei todos..rsrs). Mas acompanhar que aquele amor por correspondência q n daria em nada me fascinava, ah e como!

Romances a parte, prefiro viver dessas doces lembranças do q me deparar com a realidade q nossa cara colega aí em cima quer q valorize..rsrs vou contatá-la para emprestar meu acervo...

Kayla disse...

Um amor e uma cabana... Lindo isso, desde que seja na Riviera francesa ou numa ilha grega e tenha um iate ancorado emfrente pra me levar pra nigth em Paris. Ashuashuashua
De impossível na minha vidinha suburbana já basta o sufoco de conseguir pagar metade das minhas contas
Ashuashuashua

Kayla disse...

Aliás, onde estão os meninos do blog?

Jorge Carrano disse...

Kayla,

Acesse e veja as imagens da paradisíaca ilha onde a Pippa pssa a lua de mel.

http://tvmais.sapo.pt/celebridades/2017-05-23-Pippa-Middleton-e-James-Matthews-em-lua-de-mel-de-luxo

Riva disse...

Querida Kayla, Alessandra, Jorge, e todos os usuários do Pub da Berê.

Estou numa fase bem introspectiva (é assim que escreve, Prfª Rachel ?).

Ainda estou muito impactado pelo desaparecimento do Freddy. Me desliguei de uns grupos do Whapp, por um tempo, tenho entrado raramente no Twitter para ver o que escrevem sobre o meu FLuminense.

Sei que o tempo vai me acalmar, mas ainda não rolou. Ando muito triste, choro à toa, já estou até escondendo meu choro para não chatear minha família...essa a minha realidade hoje.

Tenho que reaprender a sorrir, a achar graça nas coisas.

Estou me dedicando muito a meu trabalho, e à recuperação da MV, e agora também à recuperação do meu caçula, Paulinho, que operou na 6ª feira, colocando placa e 10 pinos no cotovelo (acidente na ciclovia da Estrada Fróes).

Some-se tudo isso ao desaparecimento do Freddy, e vcs podem imaginar que não sou, atualmente, uma companhia agradável para conversar, tomar um chopp, etc.

Andei a vida inteira pela hipotenusa, e agora só ando pelos catetos do triângulo retângulo do Pitágoras .... traduzindo....andando devagar, porque já tive muita pressa.

Mas estou lendo todos vcs, com certeza. Beijos !!

Jorge Carrano disse...

Caro Riva,

Penso que somos capazes de avaliar seus sentimentos. Além da perda de nossos pais, eu e Ana Maria perdemos o convívio com uma irmã querida, que nos deixou na vida terrena.

Ela está conosco na memória afetiva e nas três filhas, nossas sobrinhas, que muito amamos. Continuamos uma família que se respeita e estima.

Este testemunho é para dizer que (lugar comum) o tempo se encarrega de cicatrizar.

Venha ter conosco quando se sentir a vontade.

Quanto a Isa, e agora Paulinho, já dizia minha avó conterrânea da MV, estas coisas não acontecem com as portas, só com humanos.

Fé e coragem pois já disse o poeta: tudo passa, tudo passará.