Estou me referindo ao Luís Fernando, e não ao Érico.
Era muito fã do LFV, e por conta disso durante longo tempo colecionava as crônicas dominicais dele, publicadas em importantes órgãos de imprensa brasileiros. Sim, eu as recortava e guardava.
Essa prática acabou por se tornar ultrapassada, desnecessária e inconveniente pois com o tempo os recortes de jornais amarelavam, cheiravam desagradável, etcetera (et cetera) e tal.
Esta coleção de recortes, e minha então boa memória, despertaram minha atenção para duas crônicas semelhantes, tipo variações sobre o tema, publicadas num intervalo de 6 anos. Em janeiro de 2000 e novembro de 2006.
Vejam em:
https://jorgecarrano.blogspot.com/2011/02/variacoes-sobre-o-tema.html
Sete anos depois desta postagem na qual me exibi como atento e assíduo leitor, publiquei um outro post, em janeiro de 2018, ressaltando a dificuldade de escrever regularmente, sob pressão de prazo para entrega dos textos que serão publicados em veículos importantes e atingirão milhares de leitores.
Está em:
https://jorgecarrano.blogspot.com/2018/01/falta-de-assunto-ou-falta-de-memoria.html
Afirmei que a prática de recortar jornais foi abandonada, e não expliquei devidamente porque se tornou desnecessária.
A exemplo de outros cronistas, Veríssimo passou a publicar coletânea de suas.
Estas publicações serviam não só para satisfazer meu prazer de releituras, como se prestavam para presentear amantes da leitura em datas especiais como Natal e aniversários.
7 comentários:
A crônica, considerada por alguns como gênero menor, sempre me atraiu: Rubem Braga, Millôr Fernandes, Antônio Maria, Sergio Porto (ou como Stanislaw Ponte Preta), João Ubaldo Ribeiro, Luís Fernando Veríssimo, Nelson Rodrigues, Mário Prata, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Artur da Távola, e alguns poucos mais, sempre me atraíram, aqui no Rio e também em São Paulo onde morei por 17 anos ao todo entre idas e vindas. Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo (Estadão), Folha de São Paulo e O Globo, eram os veículos que lia regularmente.
São crônicas de costumes, esportivas, mundanas, criticas de artes ... de vários tons: ácidas, elogiosas, irônicas, bem-humoradas, mas todas bem escritas.
Quantos dos enumerados já nos deixaram, mas deixando enorme acervo.
Nunca medi ou julguei o homem, mas sua obra.
Relendo um dos seus posts linkados, caro BM, vc usou o termo BIS IN IDEM, do qual apelo para seu conhecimento interpretativo do mesmo ....
Um cara matou o vizinho que roubou seu cachorro. Foi julgado, condenado, e solto após alguns anos.
Em seguida, já em liberdade, matou novamente um vizinho, que ultrapassando os umbrais da sua residência, subtraiu o quadrúpede de sua propriedade.
BIS IN IDEM : ele não pode ser condenado pelo 2º crime ?
Claro que pode e deve, Riva.
Atente para o espírito da locução latina: "duas vezes pelo mesmo motivo" , ou seja o primeiro crime. O segundo crime, autônomo, é outro motivo de julgamento.
Questão hermenêutica ou de exegese.
Seu comentário "Nunca medi ou julguei o homem, mas sua obra." me fez recorrer à minha amiga IA para uma análise, tendo em vista minha discordância (julgo o homem e sua obra em conjunto). E a IA assim comentou :
Julgar alguém com justiça envolve considerar contexto, intenção, consistência e impacto.
🧠 Atitudes vs. Obras: O que pesa mais?
- Atitudes revelam o caráter, os valores e a forma como a pessoa age no cotidiano, especialmente quando ninguém está olhando.
- Obras são os resultados concretos: projetos realizados, contribuições sociais, criações artísticas, ações públicas.
Julgar só pelas atitudes pode ignorar o impacto real que alguém teve no mundo. Por outro lado, julgar apenas pelas obras pode mascarar comportamentos antiéticos ou prejudiciais nos bastidores.
⚖️ Um critério justo envolve:
- Intenção: A pessoa agiu com boa-fé ou por interesse próprio?
- Coerência: Há alinhamento entre o que ela diz, faz e produz?
- Consequência: As ações e obras geraram bem-estar ou prejuízo para os outros?
- Contexto: Circunstâncias importam. Alguém pode cometer erros em momentos difíceis, mas mostrar crescimento depois.
📜 Princípios universais de julgamento justo
Segundo o artigo 10 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, todo julgamento deve ser conduzido com imparcialidade, transparência e direito à defesa.
Isso vale tanto para tribunais quanto para nossas avaliações pessoais.
E como destaca um estudo sobre decisões judiciais, é preciso aplicar uma razão humanística, que considera a complexidade das relações humanas e evita julgamentos simplistas.
Julgar alguém com justiça é mais arte do que ciência. Exige empatia, análise crítica e disposição para rever nossas próprias lentes. E talvez, mais importante que julgar, seja compreender.
PS : Um debate interessante, mais ainda se exemplificarmos.
Pela sua interpretação, pra mim ficou claro. Mas ao ler o significado no Dr Goo, achei dúbia a hermenêutica.
Complementando : o Molusco foi condenado 3x pelo mesmo crime. Não rokou nenhum NON BIS IN IDEM !!! rsrsrs
Se existe uma "criptonita" na vida de qualquer artista, é o tal do PRAZO !!!
Puta merda, não tem como criar algo de valor pressionado por um prazo. Assim aconteceu e acontece com músicos e escritores de primeira.
Agora nesse tsunami de COZINHA na TV, é um absurdo a pressão em cima dos concorrentes, pra cozinhar dentro de determindo tempo.
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