Pois bem, Luiz Fux aludiu a ele - Carrara - em seu voto durante o julgamento da Ação Penal 2668, como o "saudoso Carrara".
Quem ouviu esta menção deduziu que Fux e Carrara foram contemporâneos no exercício da advocacia ou, vá lá, da judicatura. Carrara teria sido seu mestre nos bancos universitários, ou as obras do festejado (isso cabe) doutrinador seriam leitura obrigatória de tantos quantos pretendiam graduar-se em Direito.
Registro que Carrara e Ferri, eram juristas citados ad nauseam pelo professor Álvaro Sardinha, nos primeiros anos da década de 1960, quando frequentei os bancos da Faculdade de Direito, da UFF.
Essa foi a gota d'água que me fez desistir de acompanhar com vivo interesse a transmissão do julgamento da supracitada Ação Penal. Como faço habitualmente, posto que a jurisprudência é uma das fontes naturais do Direito.
Foi cansativo, prolixo, enfadonho, empolado ... um chato. O imperador austríaco José II, teria dito sobre peça de Mozart a ele apresentada: "too many notes", ou em alemão "gewaltig viel Noten", que se aplicaria perfeitamente ao voto de Fux.
Sacudido seu suculento speech como se fora um tapete, resultaria uma enorme pilha de colações - doutrina em geral alienígena - que ele incluiu, sendo algumas impertinentes, e quase todas desnecessárias.
Ele leu como se não fora o autor do texto escrito, inclusive gaguejando em algumas passagens. Não descarto que tenha se valido de assessoria, que embora não seja vedado, tornaria necessária a leitura, mais de uma vez, para adequar a inflexão, as pausas, de sorte a acentuarem o dito.
A guisa de chiste, muitas vezes comentei com clientes que "enfeitaria" minha petição com provérbios latinos para valorizar o trabalho e poder cobrar mais caro.😂😂😂
Não posso ser leviano e calunioso a ponto de duvidar que ele - Fux - tenha lido todos os textos e autores citados por ele. Vou me limitar apenas ao pensamento.
Como uma vedete que precisa dos holofotes, plumas e paetês, aos seis minutos da fala do ministro-relator, então aparteado pelo ministro Flávio Dino pediu vênia para dizer que se reservaria o direito de voltar, em sua leitura do voto, às preliminares.
Não precisava, mas o pior ocorreu adiante quando pediu ao presidente para não ser aparteado durante sua fala, "como combinado na salinha ao lado."
P'rá que? Bastava ele não conceder apartes, o que seria seu direito. Mas vejam, como citei acima, que ele mesmo já violara o combinado ao apartear o ministro Alexandre de Moraes, aos seis minutos do início do voto deste.
E a falsidade, indelicadeza e violação de direito que perpetrou ao citar acórdãos da Corte em julgamentos antigos, afirmou que não mencionaria nomes dos prolatores como respeito. Mas quando o fez num julgado da lavra do ministro Dias Toffoli citou seu nome e ressalvou - "cito o nome porque é elogioso".
Ora, significa que nos demais casos eram desairosas as citações?
Por que violação do direito? Porque a meu juízo o pensamento, a compreensão externada por um ministro em seu voto/sentença, caracteriza direito autoral garantido.
Estou decepcionado. Eu o conheci quando ainda era Juiz de primeiro grau, em Niterói. Surfista, roqueiro (guitarrista) e mestre em arte marcial (jiu-jitsu).
11 comentários:
Ligo a TV, no canal 24 da Sky, e ele ainda está lá (às 17: 40 hs.) proferindo o voto.
A despeito de seu entendimento não ser de meu agrado, o que critico é a chatice de seu pronunciamento.
Detonou a peça acusatória da PGR. São 18:00 horas ele ainda está proferindo o voto.
Religuei a TV agora às 19 horas e Fux ainda está lá. Para minha surpresa mencionou haver constituído Força-Tarefa para analisar os autos, coisa que aventei no post.
Bem, Fux fez uma defesa de Bolsonaro e demais acusados, melhor que Lewandowski fez dos petistas acusados no mensalão.
Já garantiu seu visto para ver Mickey Mouse e Pateta.
Nenhum dos advogados de defesa constituídos teve atuação tão eficaz, contundente.
Palmas para Fux.
São quase 23 horas e Fux ainda está votando. Mais de 12 horas. Absolutamente desnecessário para atingimento da finalidade e sem prejuízo da fundamentação técnica.
No caso absolvição dos denunciados.
IN FUX WE TRUST !!!!!
Mais Brasil, Menos Brasília !!
Obrigado, de nada
Mudar de ideia não é crime e sequer pecado, entretanto...
Ao votar em março pelo recebimento da denúncia na Primeira Turma contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados por tentativa de golpe de Estado, o ministro Luiz Fux —que hoje votou pela nulidade do processo— afirmou que não se podia ficar indiferente à ameaça à democracia ocorrida no Brasil.
A sessão ocorreu em 26 de março. Naquela data, Fux disse ainda que "todos os episódios relatados na denúncia contra a nossa democracia serão marcantes dia após dia".
“Por isso, não se pode, de forma alguma, dizer que não aconteceu nada”.
Luiz Fux, ministro do STF, em 26 de março…
- Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/09/10/em-marco-fux-falou-em-nao-ficar-indiferente-a-ameaca-a-democracia.htm?cmpid=copiaecola
Reações de Fux durante o julgamento:
https://veja.abril.com.br/politica/as-reacoes-de-luiz-fux-durante-o-voto-de-carmen-lucia-no-julgamento-de-bolsonaro/
Fux, alguém me explique, por favor, condenou o delator mas absolveu os delatados?
Foi castigo, por ter dado falsas informações? Confesso que não entendi.
Bem, eu não entender algo não chega a ser novidade. Por exemplo, generais com 4 estrelas nos ombros, darem apoio a um capitão da reserva, indisciplinado, negacionista, desequilibrado. Tem explicação lógica ?
Mancharam suas carreiras, tisnaram suas fardas. Tem caroço neste angu.
Ponderando com Riva sobre sua (dele Riva), posição com relação a Fux ser confiável.
Coloco como contraposição matéria no link a seguir:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/thiago-amparo/2025/09/in-fux-nos-nao-trust.shtml
Sobre meu comentário (absolver denunciados e condenar o delator), leio matéria:
https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/KtbxLwgdcLkJTMMmMGSGLPkDnqjSkTHlTL
Repercussão internacional:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2374nrngmvo
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