29 de março de 2018

Crônica ou aguda?

Crônica, o mais abrangente e popular gênero literário. Aguda a crise de disenteria mental. Entre uma coisa e outra estaria este relato, de caso real, com uma ou outra fala que não reproduz fielmente o diálogo, mas não se distancia na essência.

Estava sentado num dos bancos do amplo corredor do quinto andar do Center IV, na Rua Gavião Peixoto, falando ao telefone.

O banco fica praticamente junto a porta de entrada de uma das sala, ocupada por um profissional de fisioterapia.

Terminada a conversa já ia  me levantando para me dirigir ao elevador, quando fui abordado por um senhor, de aparência pouco mais jovem do que a minha.

Ele pergunta: - como vai?

É uma pergunta tão banal e formal, que se responde automaticamente, mesmo quando não se identifica quem a formulou.

Pois foi o que fiz: - vou bem obrigado.

Ele emenda: - e a Janete como vai?

Agora sim, um tanto perturbado, temendo estar sendo traído pela memória, em tom de gracejo perguntei: - eu deveria conhecer Janete?

E ele: - a amiga da Sonia.

Pronto; agora complicara de vez. - Sonia? 

- Sim, sua filha Janete é amiga da minha filha Sonia.

- Lamento informar que não tenho uma filha de nome Janete, e nem qualquer outro nome feminino, porque só tenho dois  filhos homens.

- Então me perdoe. E agora mais formal e cerimonioso: - O senhor é muito parecido com o pai de uma amiga de minha filha.

O diálogo e esta narrativa terminariam aqui, não fora o fato de que há não muito tempo dois episódios semelhantes ocorreram.

Um no elevador, no Fórum. A jovem, entre vinte e cinco e trinta anos presumíveis, me cumprimenta: - Como vai professor?

Liguei o alerta porque poderia ser uma ironia de uma ex adverso com quem esbarrei numa audiência.

- Perdão, onde eu lecionava então?

A jovem advogada, já percebendo o equívoco, completou: - O senhor é muito parecido com um antigo professor que tive na Estácio.

Não muito tempo depois, numa das serventias cíveis, o escrevente que me atendeu no balcão comentou que eu era muito parecido com um professor seu na universidade.

Caramba! Até uns anos atrás, sabia da existência de dois homônimos. Dois Jorge Carrano. Um escritor, poeta, e outro do setor de turismo.

Minto, não eram dois mas sim três xarás. Há muitos anos um fiscal da antiga SUNAB surgiu na minha vida num episódio já relatado neste blog.

Ele hospedado no "Hotel Presidente", em Curitiba, e eu no "Hotel Ouro Verde, na mesma cidade.

Mauro Dias de Macedo, meu amigo e colega de trabalhado, também hospedado no "Presidente", liga para a telefonista e pede ligação para o "Ouro Verde" para falar com Jorge Carrano.

A telefonista, solícita, informa para ele: mas Jorge Carrano está hospedado aqui.

Esta história, real, já foi contada e vou poupa-los da enfadonha repetição, mas ela continuou até que todos - meu amigo, a telefonista de seu hotel e eu próprio depois - tivéssemos a explicação. Tratava-se de outro Jorge Carrano, este graduado funcionário da SUNAB, que estava na mídia paranaense por causa do abastecimento de carne  bovina.

O blogueiro, com bigode mexicano, e Mauro Dias de Macedo, com camisa xadrez, na década de 1960,
num evento da Fiat Lux.
Além dos homônimos, que podem representar problemas, também enfrento  a semelhança física. Menos mal que com um professor.

6 comentários:

Jorge Carrano disse...

Pena que ninguém me confunde com o Sean Connery. Não que me julgue parecido com ele, mas pelo fato dele haver contracenado, e namorado, a Ursula Andress, em "O Satânico Dr. No".

E comeu todas que apareceram em seu caminho, inclusive agentes secretas inimigas.

Kayla disse...

Também acontece comigo. Ashuashuashua
Me confundem com Graça, mas não a Meneguel, com a Foster. Ashuashuashua.

Jorge Carrano disse...

K K K KAyla.

Coitadinha.

Ana Maria disse...

Não seja mentirosa,Kayla. Se tem Graça que vc pode ser, eventualmente confundida é a Princesa Grace de Mônaco. Sei da sua modéstia, mas não se menospreze. Rs.

Riva disse...

Kayla, essa foi um autêntico "chumaço de éter" !! kkkkkkkkkkkkkkkkkayla

PS: Parabéns aos vascaínos, grande vitória de um time limitadíssimo (como os outros 3 "grandes" do Rio), mas que dá prazer ver sua determinação por uma vitória a qualquer custo. Já era assim antes do Zé Ricardo, uma revelação como treinador, vai longe com certeza.

Jorge Carrano disse...

Parabéns à matriarca vascaína.