23 de dezembro de 2024

Então é Natal

              

  Por

Alessandra Tappes 




Então é Natal.

 A época mais repleta de sons, cores e movimentos do ano.

As cores que confundem.

As ruas ficam repletas de pedestres desesperados por ofertas, indo de encontro muitas vezes sem querer aos lojistas e ambulantes a procura da demanda. Um ciclo vicioso que todo ano prometemos mudar: promessas de mudar de casa, de rua, de comércio, de cidade. Promessas em mudar de emprego, de relacionamento e até mesmo de postura.

Por ironia do destino vim do Rio Grande do Sul e nunca fui ver o Natal Luz em Gramado. Hoje vejo na tv e fico do lado de cá, pensando no lado de lá...

Os pedidos são inusitados. Em meio a era da tecnologia, onde mandar um áudio, ou uma conversa no direct parecem ser o caminho mais fácil, as cartinhas ainda são as campeãs de comunicação dos desejos para o bom velhinho. E eu sei que ele lê todas! Porque graciosamente no dia seguinte a sua visita, todos estão satisfeitos abrindo seus pacotes, com seus sonhos contidos neles. Haja meias.

Atrás de cada janela se espia uma casa enfeitada com o coração. Em cada detalhe, em cada canto ele aparece em meio aos galhos pequenos e quebrados de uma árvore made in china de 30 cm, o que coube no bolso, igualmente notado no pinheiro gigantesco com neve artificial para receber todos da família. Logo a direita do canto da janela, vê-se a ceia com tâmaras, damascos, nozes e cristais para brindar, peru, rabanadas, dispostos sobre uma suntuosa mesa de 2 metros. No lado oposto, temos uma mesa de caixote coberta com uma rica toalha branca de crochê, enfeitada com um panetone, copos de requeijão e um frango assado.

A espera para brindar a data que traz harmonia e expectativa a todos em volta da mesa. 

Então é Natal.

Os sons que encantam.

Jingle bell, jingle bell, jingle bell rock

Jingle bells swing and jingle bells ring

Snowing and blowing up bushels of run

Now the jingle hop has begun 

Entre canções que nos encantam e o ritmo louco e frenético das vozes que ecoam os lares, as ruas, tudo é esperado e aceito. Das filas quilométricas aos empurrões, sacolas de compras e crianças gritando, tudo é esperado e aceito.

As emoções que recheiam as lembranças familiares também são esperadas. Nessa noite de Natal, os risos também são. Assim como as tias velhas com seus casaquinhos bordados e o assado tradicional da família, igualmente como a visita do namorado da filha de 17 anos do anfitrião da casa. Seu fone de ouvido e sua calça jeans rasgada, indica que é o seu primeiro natal na família.

E lá se vai mais uma ceia: amigo oculto, troca de presentes, receitas novas. Forradas de lembranças do tio que partiu no ano passado, do riso contagiante do mais novo bebê da família, da avó que não pode comparecer pois preferiu o asilo a casa da filha, do choro da saudade, do riso do novo. Somente sons do coração. Tudo é aceito, mas nem sempre esperado. 

Os movimentos que embalam.

Idas e vindas. Pontos de chegada e partida. É assim o Natal. Por mais que tenhamos mesas fartas e pedidos sendo aceitos através das cartas, a magia se faz presente há pelo menos 2024 anos, em razão do nascimento do menino Jesus, onde pobres e ricos, brancos e negros, pardos e amarelos, cristãos, ateus, todos se reúnem para comemorar o Natal.

Essa luz, só pode ser Jesus.

Que a noite de Natal traga a união das famílias, a paz e a harmonia e a esperança de que tudo vai dar certo, são os meus mais sinceros votos de Natal para todos que apreciaram as linhas aqui escritas para o blog de Jorge Carrano.

Feliz Natal!

3 comentários:

Jorge Carrano disse...

Muito grato, Alessandra, por me honrar e confiar no blog.
Seus textos repletos de emoções e sentimentos deixaram saudades aqui neste espaço virtual.
Boas Festas e Feliz 2025.

Jorge Carrano disse...

Alessandra tem múltiplas habilidades, conhecimentos e experiências.
É polivalente e multimídia. Confiram:
https://www.instagram.com/alessandra_tappes/
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Jorge Carrano disse...

A autora - Alessandra Tappes - através de ZAP justificou porque não conseguiu vir aqui agradecer.
Entretanto, com as palavras generosas habituais em seu vocabulário, agradeceu e desejou Feliz Natal.
Transferiu para mim o problema de transportar seu comentário aqui para o blog.
Mas qual o quê, não sei como fazê-lo. Entretanto, como não sou bobo nem nada, para não perder os encômios, "printei" e publico em outro post, a seguir.
Muitíssimo obrigado, Alessandra.