23 de fevereiro de 2021

Vou ficar sem assunto

 

Política está proibido. Se eu repetir, aqui,  o que se fala à boca pequena, o que se murmura à sorrelfa sobre o Jair, posso ser preso em flagrante, porque há um entendimento de que caracterizaria crime continuado.

Vou consultar meu suporte técnico para casos criminais, para saber se esculhambando o insano no poder, e logo em seguida tirar do ar, escapo do flagrante.

No caso do miliciano travestido de deputado, os membros do STF, à unanimidade, referendando decisão monocrática do relator, consagraram a compreensão de que estavam presentes os pressupostos, inclusive e principalmente, de que o delito era inafiançável.

Melhor, ad cautelam, manter-me silente. Mas como no caso do personagem da piada que desfilava com seu calhambeque estampando no para-brisa a frase "eu quero é rosetar", mantenho sutilmente minha conhecida opinião.

Vou explicar para quem não conhece a piada que, de tão velha, alude a calhambeque e à gíria rosetar.

O sujeito, como acima mencionado, escreveu no para-brisa de seu velho automóvel, a frase "eu quero é rosetar".

Naquela pacata cidade interiorana, nos idos da década de 40, causou aflição junto as recatadas e pudicas senhoras. Foram ao delegado pedir para que fosse proibido. A autoridade policia explicou que não tinha amparo legal, mas que chamaria o fulano e daria uma advertência. Nada feito.

Foram então ao pároco que concordando com as senhoras resolveu incluir o tema no sermão da missa dominical. Nada feito.

A solução seria o prefeito, que poderia não conceder licença parar o tráfego do carro na cidade. Esta solução surtiu efeito porque a partir do dia seguinte a frase lida no para-brisa era "continuo querendo".

Bem, continuo achando tudo aquilo que achava, menos o que seja reputado crime inafiançável.

Nesse caso arguirei que não era o que queria exprimir, foi o calor da emoção.

Se não posso tratar de política, devo evitar futebol para não encarar o constrangimento. Afinal tetra rebaixado beira a humilhação, tangencia o báratro.

Seria poupado apenas pelo Carlinhos, por óbvios motivos.

Mulher é sempre um bom tema, mas na minha idade adotar postura chauvinista (machista) fica  bizarro, intempestivo. Elogiar vira assédio. 

Como Millôr o único movimento das mulheres que mereceu meu apoio foi o dos quadris. 

Nem vou citar, aliás vou, a opinião do Marcos (amigo paulista), de que mulher é bom, mas tem muita peça. Tsk, tsk, tsk, pegou pesado, Marcos.

Política, futebol e mulheres à parte, porque temas inconvenientes, peço socorro: de que trataremos aqui?

Um comentário:

RIVA disse...

Muitos ....

BBB, por exemplo ... a eliminação da Karol Conká ontem à noite foi festejada pelos prédios do meu entorno como gol do Coisa Ruim, ou do Brasil em final de Copa.

O BBB é o retrato do país, com certeza.

A GROBOLIXO acertou em cheio nessa edição, aproveitando-se do nosso lockdown pessoal. Todos na TV, e as personagens em suas loucuras, hipocrisias, imbecilidades, alienação, foram cooptando a galera, com um ingrediente apimentado : o racismo.

Lá dentro, falta de afinidade é logo encarado pelos militantes como algum tipo de preconceito. Uma loucura total, a casa está enlouquecida, e aqui fora também.

Outro assunto que vc poderia desenvolver, é o dos motoboys, odiados antes da pandemia, e agora, todos nós super dependentes dos seus serviços, embaixo de sol e chuva. Eu ia escrever sobre, mas minha fase está ruim. Muito estresse no trabalho diariamente, está demais mesmo, reuniões com sindicatos, corte de salários e de jornada de trabalho, negociações com fornecedores, etc, etc....

De futebol realmente não vale a pena ... cartas marcadas.